O caminho de carro até a House Care não demora mais do que 20 minutos, e em pouco tempo estou estacionando em frente à casa com um bonito gramado ao redor e um jardim tão imponente quanto a construção ao qual está cercando.
Estou com tanta pressa que nem mesmo estaciono o carro direito e logo estou descendo dele para entrar na instituição. Bem na entrada há uma recepção com um chão quadriculado, e uma recepcionista tão educada e bem treinada que nos faz acreditar que se trata quase de um hotel, ao invés de uma casa de repouso, uma espécie de nome bonito para um asilo.
- Boa tarde, Senhor. Em que posso ajudar? - A recepcionista me sorri de uma forma que quase posso ver todos os seus dentes, incluindo as suas obturações.
- William Byers-Wheller - Me apresento, mas somente agora estou me dando conta que não prepararei qualquer desculpa para vir aqui, e tento pensar em qualquer coisa que possa colar minimamente - Eu sou... bem, eu era genro da Sra. Guinevere. Eu recebi uma ligação do Sr. Jacques a respeito do encerramento do nosso contrato. Eu poderia falar com ele?
- Claro! Sinto muito pela sua perda - Ela me fala gentil, mas tão automática que tenho que segurar para não virar os meus olhos - Vou avisar que o senhor está aqui. Só um momento.
- Obrigado. Posso ir assinando o livro de visitas para adiantar? - Eu pergunto apontando para um livro de registro que há sobre o balcão e ela assente ainda distraída com o telefone.
Eu aproveito o momento em que ela está concentrada tentando localizar o diretor financeiro pelo telefone, para folhear o livro de registro.
Primeiramente vou até apenas alguns dias atrás, na data da morte da velha, e confiro as visitas que passaram por aqui no dia, verificando que de fato há a assinatura de Mike naquele dia.
Depois corro até o dia 11 de novembro, data da morte de Charlie. Passo meus dedos por todas as linhas, e não há sinal da assinatura do Mike.
O meu coração para por alguns segundos, mas eu ainda não me convenço. Olho rapidamente para a recepcionista, e ela sorri para mim, ainda sendo simpática, pedindo desculpas pela demora, pelo fato do diretor não estar na sala dele, e eu sorrio de volta disfarçando meu nervoso.
Eu procuro na minha memória se posso estar confundindo a data, mas toda lembrança que reviso daquele dia me faz ter certeza que não me confundi. Tento ver se houve alguma outra possibilidade de confusão por parte do Mike, procuro sua assinatura desde o dia 9 até o dia 13 de novembro, verificando se ele por acaso possa ter assinado em outro dia por engano, mas não há nada.
Minhas mãos começam a tremer e eu acho que a pálpebra do meu olho também. Há algo muito, muito errado em tudo isso.
- Senhorita, por gentileza. - Tento parecer uma pessoa normal ao chamar a atenção da recepcionista, apesar de que, com o tanto que meu olho parece estar pulando, eu devo tá quase piscando como um surtado - Você sabe me dizer se há outro sistema de registro dos visitantes?
- Sim. Além do nosso livro de registro, nós colocamos as visitas no nosso sistema integrado.
- Que ótimo. Assim fica super seguro, né? - Eu tento disfarçar - Você sabe me dizer com quem a Sra Guinevere esteve no dia 11 de novembro? É porque eu preciso entregar um documento para a pessoa que ficou com ela.
- Só um minutinho - Ela volta seus olhos para a tela do computador e digita rápido - Neste dia, ela não recebeu visitas não, senhor. Tem certeza que é essa data?
- Posso ter me confundido - Eu sorrio amarelo.
- No nome da Sra. Guinevere, há apenas uma visita do Sr. Mike, no dia 02 de novembro, em que ele encontrou com o Sr Jacques, em 13 de novembro, o Senhor esteve com ela, e também o Sr. James Malik, e há 5 dias, novamente o Sr Mike. Nenhuma outra visita.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝘛 [𝘉𝘺𝘭𝘦𝘳]
Fanfiction𝘞𝘪𝘭𝘭𝘪𝘢𝘮 𝘉𝘺𝘦𝘳𝘴-𝘞𝘩𝘦𝘦𝘭𝘦𝘳 é 𝘶𝘮 𝘱𝘴𝘪𝘤ó𝘭𝘰𝘨𝘰 𝘧𝘰𝘳𝘦𝘯𝘴𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘶𝘹𝘪𝘭𝘪𝘢 𝘰 𝘍𝘉𝘐 𝘯𝘢 𝘣𝘶𝘴𝘤𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘶𝘮 𝘴𝘦𝘳𝘪𝘢𝘭 𝘬𝘪𝘭𝘭𝘦𝘳 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘰𝘯𝘴á𝘷𝘦𝘭 𝘱𝘰𝘳 𝘶𝘮𝘢 𝘴é𝘳𝘪𝘦 𝘥𝘦 𝘢𝘴𝘴𝘢𝘴𝘴𝘪𝘯𝘢𝘵𝘰𝘴 𝘣𝘳𝘶...