Chapter twenty six

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- Oioi!

- PUTA MERDA! - Eu dou um pulo colocando a minha mão sobre o meu peito com o susto que levei - Você não ia me deixar em paz?

Eu estou em casa sozinho, depois que Will saiu para ver alguns consultórios para alugar e quando menos espero, Trish está sentado no sofá da minha sala em mais uma das suas aparições surpresas.

- Eu disse que te deixaria em paz quando cumprisse a sua missão. E eu te dei um tempo bom para descansar. Eu não aparecia para você há 3 semanas!

- Bom... Eu cumpri a minha parte. Agora pode me deixar em paz?

- Não posso. Sabe o porquê?

- Sei que vou me arrepender de perguntar... Por quê? - Eu pergunto rolando os meus olhos

- Porque eu sou você, só que mais bem humorado e engraçado - Ele se levanta do sofá e me dá um sorriso muito aberto - Então não posso te deixar em paz de você mesmo.

- Eu não sou ridículo assim - Eu me viro irritado indo para a cozinha

- Na verdade, eu estou dentro da sua mente, você sabe, né? E eu sou exatamente tudo o que você tem vontade de ser, mas não consegue. Eu sou engraçado, porque você é todo sério. Eu sou expansivo, porque você é todo fechado e eu tenho coragem de pensar em tudo e matar quem você queria muito matar.

- Por que você não me deixa em paz? - Eu pergunto irritado e fico ainda mais irritado em pensar que, na verdade, eu estou falando sozinho

Eu bato a porta da geladeira que tinha aberto com força, e eu estou cansado, não acredito que este tormento de alucinar irá voltar. Eu fecho os olhos e respiro fundo, mas sinto Trish se aproximando do meu corpo.

- Porque você sabe tanto quanto eu que gostou da sensação de matar - Ele sussurra perto do meu ouvido, quando faz mais uma daquelas aparições surpresas exatamente ao meu lado, o que me causa uma sensação ruim. E eu engulo seco, porque eu estou tentando afastar da minha mente a sensação de matar uma pessoa, arrancar suas costelas e sentir que estou honrando o meu marido. Eu não respondo apesar de todo o meu corpo travar e isso parece uma resposta para ele - Foi o que eu pensei - Ele conclui

Eu tento recuperar a minha sanidade e sair do mesmo ambiente que ele, eu ou para a sala e ligo a TV alta de modo que isso abafasse a sua voz, mas não é o que parece, quando ele surge sentado novamente ao meu lado no sofá em um piscar de olhos.

- Enfim. Ainda temos mais trabalho a fazer - Ele diz se levantando e ficando à minha frente - Você se lembra de Samy e Bárbara? Aqueles irmãos insuportáveis da escola?

- Sim... Eles batiam e humilhavam o Will.

- Exatamente! Está na hora da lição deles por mexerem com o nosso Will.

- Meu Will! - Eu rosno, porque eu não aguento mais isso.

- Não vou explicar de novo que eu sou você.

- Cala a boca! CALA A PORRA DA BOCA E VAI EMBORA!!!

- tsc tsc.. - Ele estala a língua no céu da boca e ignora os meus pedidos de paz - Depois temos Alice Pugh, aquela esposa do professor que assediou Will. Acho que você também se lembra dele, afinal, eu lembro! Bom, o professor infelizmente morreu antes da gente fazer algo, mas ela sabia dos assédios e ainda assim, apoiou o cara e ficou ao lado dele o defendendo. Além disso, ainda temos Alison Thompson, ela é filha do canibal e ela dá todo apoio e suporte ao ái, mesmo ele sendo a porra de um canibal que quase matou o Will. - Ele pára e olha nos meus olhos, e eu nunca tinha visto meus próprios olhos antes dessa forma, é um azul muito escuro, muito longe da tonalidade que estou acostumado a ver no espelho - Ele quase acabou com o Will. Ele tinha a intenção de mordê-lo e arrancar a carne dele, rasgar a pele branca, alva, leitosa e perfeita do Will. Você consegue imaginar?

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