Chapter sixteen

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Este capítulo poderá ter muitos gatilhos. Fiquem atentes e segures.

***

O cérebro humano é um complexo quase infinito de sentimentos, reações, comandos e personalidades.

Nenhuma ciência conseguiu ainda mapear toda a capacidade cerebral que existe. E é aí que me foge a ciência, porque eu me pergunto, como a natureza pode construir um corpo tão perfeito, acima de qualquer tecnologia já inventada, se não existir algo que ama muito os humanos e quis que fossemos essa máquina com esse potencial?

Mas uma coisa que a ciência já conseguiu mapear bem, são as estruturas psíquicas e as personalidades oriundas dela. São milhares de psicopatas e sociopatas, neuróticos e histéricos, esquizofrênicos e paranoicos, psicóticos e compulsivos. Cada um tão diferente do outro que é um mundo em si mesmo.

Eu já identifiquei centenas de pacientes e internos, mas ainda não determinei a personalidade de T. Afinal ele é psicopata ou psicótico?

Mas sabe quem, eu consegui determinar perfeitamente? Guinevere.

Guinevere com certeza estava na estrutura da perversão. Aquela mulher era ruim por genética e por natureza.

E é por isso, que não me surpreenderei se no velório dela não aparecer ninguém além de Mike, pois qualquer pessoa que se associasse a ela por identificação, com certeza eu chamaria de perverso também.

E com certeza, a pessoa seria.

Não há como não ser perverso sabendo quem ela foi e como agiu, e não achar que está ali incluído uma boa dose de perversão.

- Oi Mike - Amélia nos encontra no corredor do hospital, ainda em frente à porta do quarto onde Guinevere estava, e apesar de saber que a velha partiu dessa pra melhor, ela está sorrindo abertamente para o meu marido. E apesar de eu e ele estarmos de mãos dadas, ela somente o cumprimenta porque esqueceu de olhar para a minha cara. E automaticamente, minhas sobrancelhas arquearam para ela.

Isso não é legal, porque eu sou um marido bastante ciumento, eu confesso, e atualmente sou um ser humano praticamente diagnosticado por uma amiga como paranoico, então não estou gostando nada disso.

Não me condenem. Por favor, olhem para Mike e me digam se eu não devo ser ciumento tendo um marido lindo desses. Não sejam hipócritas, vocês seriam tão ciumentos quanto eu.

- Oi Amélia - Mike a cumprimenta sem grande empolgação e eu sorrio vitorioso.

- Guinevere ainda está no quarto ou já foi levada para o necrotério do hospital? - Minha pergunta direta e seca rompe o meu silêncio atraindo o olhar da enfermeira da avó de Mike.

- Ah! Oi Will! - Ela finalmente me dirige a palavra. Dissimulada. - Ela ainda está aqui. Estavam esperando alguém da família aparecer para levarem ela.

- O que aconteceu? - Eu pergunto, porque sou curioso mesmo e quero manter os olhos dela em mim e não no meu homem.

- Ela teve uma série de convulsões logo depois que Mike saiu e corremos com ela para o hospital, mas o cérebro dela já estava muito afetado e ela não resistiu, mesmo com a medicação que deram na emergência.

- Depois que Mike saiu? - Agora eu estou com as sobrancelhas arqueadas para Mike que sabe que está muito ferrado por não ter me contado que esteve no asilo e nem que a enfermeira dissimulada na minha frente dava em cima dele.

- Eu precisei passar lá hoje de manhã para fazer o pagamento mensal, mas foi rápido, foi antes de eu ir para o trabalho.

- Ah! Foi antes de ir para o trabalho? - Eu pergunto debochado - E você não podia ter me falado isso?

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