Capítulo 4 - Parte 1/4 - Arautos da Desgraça

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A guilda Lua Nova avançou sem medo contra um número extremamente maior de inimigos, sendo eles funcionários desarmados e guardas desnorteados. Uma barricada de destroços, feitos de escombros do prédio destruído e todo o setor laboratorial, dividia a caverna em uma parte limpa e vazia, de uma parte cheia e caótica. Para passar pelo obstáculo, Thor usa a magia de peixe voador para criar o disco flutuante que o permitiria sobrevoar a montanha de entulho. Simas, com suas botas alquímicas, martela os calcanhares contra o chão, ativando um mecanismo que liberava uma carga de ar comprimido, o que alavancou o alquimista do chão, como uma espécie de super salto. Katsuo usa sua runa de flutuação para atravessar voando, carregando Alexa pelo braço para ajudá-la em seu deslocamento.

Todos partem contra alvos diferentes, Katsuo estava responsável por controlar a grande multidão, para isso, conjura uma grande porção de água e a derrama sobre o chão. Em pouco tempo, devido ao alto fluxo aquífero, o setor logístico estava completamente inundado. Katsuo direciona suas energias na direção da água, e impõe sua vontade sobre ela, ordenando-a a rotacionar pelo espaço, com uma força torrencial capaz de varrer tudo o que visse. Guardas, entulho, funcionários, caixotes, poções e até bancadas foram carregadas pelo redemoinho mágico, impotentes perante à própria centrifugação.

Alguns guardas conseguem se agarrar a entulhos ou conteiners pesados e escapar do turbilhão, em seguida, eles sobem em pontos estáveis e com e começam a tentar alvejar Katsuo. O que eles não esperavam, era Alexa alvejá-los primeiro, postada em cima da pilha de destroços, de onde tinha uma privilegiada visão de todos os seus alvos, derrubando com seus disparos equinociais ou arremessos de grandes pedras por sua magia de telecinese.

Enquanto isso, Thor ficara responsável por destruir a tripulação já embarcada nos navios alquímicos, era um grande perigo deixá-los zarpar e atacar. Ele usava suas correntes de serpente como cipós para se balançar em torno de pontos fixos no teto, ou para se puxar, como ganchos de alpinismo automáticos, que retraiam seu comprimento em direção a um ponto fixo. Além disso, ainda era capaz de fincar suas correntes em um inimigo, e com um movimento de mão, ativar a retração da corrente a partir de sua manopla, sendo capaz de aproximar ou derrubar os alvos do navio ou de pontos estratégicos. Em avanços mais incisivos, usava suas manoplas de lagarto, os canhões de plasma, como pistolas, para machucar e nocautear seus inimigos.

Simas, junto de Alexa, havia ficado na artilharia, auxiliando Thor e Katsuo com poções de efeito estrondoso, capazes de controlar multidões. Poções de explosões de gosma grudenta, quando arremessadas, eram capazes de prender vários alvos em uma meleca verde lima berrante, imobilizando vários alvos de uma vez. Mas outras poções, como as de granada explosiva, também eram úteis para afastar ou desequilibrar alvos, principalmente dentro dos navios onde Thor não estava tocando o terror.

A situação encontrava-se controlada, em questão de poucos minutos todos seriam neutralizados, porém, alguns guardas conseguem escapar da torrente e da artilharia, e erguem-se, cada um contra um membro diferente. O feiticeiro que mais cedo havia ajudado Alexa com uma ponte de arco-íris, avança contra a mesma disparando solstícios imprecisos, desestabilizados por sua fúria.

— XALEA, SUA TRAIDORA!!! — Gritava o feiticeiro, que ao notar sua péssima pontaria, conjura as lâminas do equinócio, que viajavam sozinhas pelo ar, percorrendo um alvo

Alexa conjura o feitiço do céu limpo, fazendo irromper uma onda esférica de energia azul da ponta de sua varinha, empurrando para longe tudo o que fosse do desejo de Alexa. A onda de energia se choca e trava a passagem lâminas luminosas, mantendo sua trajetória até empurrar o feiticeiro de volta à correnteza.

Antes de cair e perder a estabilidade de conjuração, o feiticeiro laça uma pedra na pilha de entulho, próxima à Simas, distante de Alexa, conseguindo se puxar para lá, e voltar para terreno firme. Ao vê-lo ali, Simas arremessa-lhe uma granada, o feiticeiro rebate lançando de volta uma uma grande pedra com a magia de telecinese. O projétil avança, indiferente à explosão causada pela colisão com o frasco do alquimista, obrigando Simas a desintegrar a pedra com uma poção arremessável de corrosão, criando uma nuvem de poeira no lugar de um grande objeto sólido.

Traidor do Sol [VERSÃO ANTIGA]Onde histórias criam vida. Descubra agora