Capítulo 14 - Parte 3/4 - Os Traidores

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Deixando-os de lado, voltamos para Alexa, no extremo oposto do prédio. Alexa encontra uma espécie de teatro, com um palco do tamanho de uma baleia e uma arquibancada que formava um setor circular de 135º, com uma inclinação de 20º em relação ao chão e uma profundidade de pelo menos 50 metros. Na parede erguida ao final da arquibancada, haviam vários camarotes na forma de varandas, foi de lá onde veio o solstício que quase atingiu Alexa, que reagiu rápido conjurando um escudo.

Ao identificar de onde veio o disparo, ela dispara um feitiço sinalizado, lançando a explosão roxa, se reposiciona pulando para as escadarias da arquibancada. De lá, Alexa usa a telecinese para arrancar uma das cadeiras da plateia e jogar em Cíntia. O clarão roxo ofusca a visão de Cíntia, mas ela consegue usar o pôr do sol para absorver aquela luz e dispará-la contra Alexa e sua cadeira. Alexa faz uma manobra de mestre: desvia a cadeira da trajetória apenas o suficiente para sair da rota de colisão com o pôr do sol ao mesmo tempo que pulava para cima das cadeiras da plateia para desviar do disparo.

Cíntia não esperava aquele movimento, por isso, sem pensar em nada melhor, começa a usar a telecinese na cadeira, tentando empurrá-la de volta para a sua lançadora. Um cabo de guerra se forma, Alexa nem precisa se esforçar muito para vencer, ela empurra a cadeira com mais força, socando-a na cara de Cíntia. Alexa aproveita a abertura para lançar um feitiço de declinação, o rojão mágico, a forma enfraquecida do míssil mágico.

A magia atinge em cheio Cíntia, explodindo parte do camarote, ainda assim, Alexa não tem paz para terminar de executá-la. A feiticeira ouve algo se aproximando vindo do palco e não perde tempo, imediatamente salta e cria um feitiço espectro, a ponte de arco-íris entre a plateia e o palco, deslizando sobre ela de volta para o palco. Ela olha para o que quase a acertou e vê um pirulito gigante, com a cabeça esférica do tamanho do corpo de uma pessoa. Quando ela redireciona sua visão para o local de origem do pirulito, identifica Takuya, o mago pentelho que os atormentou no encontro dos caçadores e durante a batalha de navios.

— Takuya! Como vai? Ahhh! Já tava com saudades... — Satiriza Alexa, com uma voz forçosamente feliz.

— Alexa, não é? Huh! Eu esperava enfrentar alguém mais forte... — Provoca Takuya.

— E eu esperava alguém com quociente de inteligência positivo — Devolve Alexa — Então, acho que tá todo mundo decepcionado...

— Por que não admite logo os crimes que cometeu, Alexa? Não é mais fácil? Eles não vão dar uma pena menor? — Sugere Takuya.

— Por que não ligou ainda seu tico e teco, Takuya? É por que o tico matou o teco e depois se matou? Só assim para acreditar em uma história tão burra! — Debocha Alexa.

— Chama Erasto, meu líder, de traidor mas me chama de burro? — Indaga Takuya intrigado.

— Você só parece o clássico brutamontes pateta... A energia que ia para o cérebro acabou indo parar nos músculos... — Zomba Alexa — Não parece alguém maluco o suficiente para querer trazer os reinados tirânicos de volta...

— Huh! E como sabe disso?

— Ai como você é chato! O que é que você quer ein?

— Eu quero a verdade!

— Se na primeira contestação você já duvidou das próprias verdades, talvez elas não fossem tão sólidas assim, né?

— Esse é o seu argumento?

— Esse é o seu interrogatório? Eu já disse o que tinha para dizer... Se não é inteligente o suficiente para ligar os pontos não sou eu que vou desenhar para você! — Assegura Alexa.

— Como é debochada... — Observa Takuya.

— Argh! Chega! — Alexa rosna e dispara um feitiço de aurora, a massa mágica.

Traidor do Sol [VERSÃO ANTIGA]Onde histórias criam vida. Descubra agora