Capítulo 12 - Parte 2/4 - A Guerra no Céu

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Sayuri gritou no momento que deu um cavalo de pau de 150º para contornar uma montanha e se alinhar perfeitamente com a mesma lateral que tinha colidido antes. Se o Espírito do Norte fosse uma nave espacial, teria entrado no hiperespaço agora, pois acelerou como nunca tinha feito antes. O que a Sayuri fez foi convocar o círculo da lebre na traseira do navio e aplicar uma quantidade assombrosa de magia nela. O navio cortou quilômetros de distância em pouquíssimos instantes, mesmo a classe de navios mais rápida, não conseguiu antecipar o movimento e acelerar para desviar a tempo.

O golpe foi em cheio, dessa vez, com uma poderosa espada conjurada na parte da frente do Espírito do Norte. Apenas ela foi capaz de perfurar e rasgar o navio, mas foi a colisão que o dividiu em dois.

O navio de cristal não tardou a se estilhaçar em milhões de pedaços, largando toda a população à deriva e a trajeto do mar montanhoso. Sayuri quis aproveitar a chance de vulnerabilidade dos inimigos para pô-los um fim definitivo. Para isso, ela freou o navio fazendo-o dar um giro vertical, ficando "de cabeça para baixo". Esse é o momento que a maga salta em direção ao chão, fazendo uma dança no ar enquanto conjurava um raio globular expansível super poderoso. No entanto, instantes antes dela fatiá-lo, lançando em várias direções, ela sentiu seus músculos das costas e ombro congelarem, travando a conjuração de sua magia no meio, disparando toda a energia em direção ao chão.

Sayuri conjura sabres elétricos e os cruza em suas costas, na tentativa de pegar o espertinho que a atingiu. Nesse caso, a espertinha, pois Hikari foi mais rápida e desviou do golpe muito tempo antes, ganhando vantagem para disparar uma forte nevasca contra Sayuri. A maga de raios era versátil, em menos de um segundo, transformou os sabres em leques e os brandiu em sua frente. Os leques por serem elétricos, se atravessavam, e essa fricção disparava fortes faíscas explosivas, que barravam o avanço da neve.

Ela sentiu uma presença maligna se aproximando, por isso, converteu os leques numa esfera elétrica de energia concentrada que agiu como uma tocha, esquentando a neve e fazendo-a derreter antes que pudesse atingi-la. Com a outra mão, ela se vira para sua retaguarda, aponta um dedo para frente disparando um fino preciso e concentrado lazer, que fatia um urso de goma verde gigante que avançava tentando abraçá-la. Após ser fatiado, o urso se desfigurou em uma geleia quente, nojenta e decadente.

Takuya, o mago autor do urso, não desiste e transforma a pasta derretida em um disco sólido de açúcar, de borda colorida e uma espiral no meio. Do outro lado, não vinha mais neve, mas sim um disco de escala semelhante, dessa vez de gelo. Ao ver que seria sanduíchada, Sayuri cancela seus disparos e voa para tentar escapar da prensa de ambos os blocos. Os dois magos juntam seus poderes em uma coisa só: Takuya esmigalha o bloco de açúcar, transformando-os em bolas de sorvete. Hikari faz o mesmo transformando em bolas de neve. Juntos, formaram um furacão gélido que criou uma câmara de baixa pressão que atraiu o ar ao redor, atrasando o voo de Sayuri.

Quando se deu conta, ela teve que se deixar levar pelo puxão para escapar de um enorme disparo: uma torrente de lava que vinha do feitiço de erupção, conjurado a partir de um novo barco. No meio da queda, Erasto, Mayara e Úrsula, os únicos não voadores da guilda, usaram os cristais mágicos especiais que tinham guardado no bolso. Tais cristais, se ativados com um cristal de conjuração, o cristal usado nos cajados de bruxo, aumentavam de tamanho e se estilhaçavam, revelando o conteúdo escondido dentro deles, nesse caso, navios de menor porte, mas destinados a combate que moradia ou transporte, como o Espírito do Norte ou o ocelote.

Em outras palavras, em menos de um minuto de ação, três novos navios (tigre, pantera e jaguar) tomaram lugar do primeiro navio, ocelote. Sayuri também tinha outros problemas, estava presa entre duas fontes de massas de ar: o disparo de lava e a tempestade de gelo. Por diferença de pressão, o vento fluía da zona aquecida pela lava para a zona esfriada pelo tornado. Sayuri viu o Espírito do Norte zarpando. Seria possível que eles a estavam deixando para trás?

Traidor do Sol [VERSÃO ANTIGA]Onde histórias criam vida. Descubra agora