Capítulo 10 - Parte 3/4 - Estavam nos Esperando

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— Desculpa, mas eu ainda não entendi, vocês são o que mesmo? — Questiona Ártemis, genuinamente interessada.

— Nós somos os canastras! Koichi é o coringa, Alex o copas, Ícaro o espadas, eu o...

— Não! Não! — Interrompe Ártemis — Desculpe, eu sou meio burra, se não explicar direitinho pra mim eu não entendo. O que é que vocês fazem e o que vocês querem?

— Somos os canastras, uma guilda ilegalizada pela sua Aliança frufrurenta — Explica Aritana — Viemos aqui capturar vocês e vendê-los como prisioneiros para a Aliança.

— Prisioneiros? — Pergunta Ártemis, confusa.

— Vocês são criminosos, como nós! — Informa Aritana — Culpados pelo atentado à Aliança em seu oitavo aniversário.

— Mas não fomos nós — Rebate Ártemis.

— Mas eles acham que foram — Retruca Aritana.

— Quem acha? — Indaga Ártemis.

— Quem liga? — Devolve Aritana.

— Quem vocês acham que são pra tentar vencer sozinhos a Lua nova? Ainda dá tempo de se arrepender e implorar misericórdia... — Propõe Ártemis — Eu sou boazinha, mas aquele ali... — Ela aponta para Simas lutando contra Dandara — É um carrasco!

— Vai sonhando... — Nega Aritana.

— Hrmpf! — Suspira Ártemis — Eu avisei! — Diz ela antes de ativar o cinturão de camaleão, que cria um campo de força estático que torna o que está dentro invisível.

Diferente da invisibilidade dos magos ou alquimistas, que invisibilizam o próprio corpo, os xamãs criam campos de força, seja com o cinto de camaleão, ou com o orbe de camaleão, instrumento portátil que cria uma bolha invisível de dois metros de raio. Sair por aí carregando a bolha é uma opção para xamãs se locomoverem invisíveis, a questão é que a maioria não sabe disso.

Aritana começa a jogar granadas, primeiro onde Ártemis estava, depois uma das duas direções que ela poderia ter ido, depois para todos os lados possíveis, quase como se tentasse achá-la através da fumaça. Desiste ao lembrar que possuía em sua bolsa uma poção de supervisão. Ela pinga com o conta gotas do frasco um pingo por olho, que ganham uma película verde, sendo capazes de enxergar elementos ocultos.

Ela olha para todos os lados até encontrar Ártemis bem atrás dela, e quando viu, era tarde demais, Ártemis lhe dá uma rasteira com o bastão da constelação de indus, o índio. O bastão servia como arma física, dado o seu comprimento, densidade e lâmina retrátil. Mas também era útil como um cajado conjurador de cipós. Ártemis, após derrubar Aritana, saca a lâmina retrátil que quase corta o nariz da alquimista.

— Se eu te contar que no começo eu mal saí do lugar, você acredita? — Provoca Ártemis, enfurecendo Aritana — Vamos lá! Essa foi fácil demais! Vou te dar outra chance... — Diz a grande mestra recolhendo a lâmina e o bastão.

No momento que Aritana saca uma poção de seu casaco, Ártemis conjura os cipós com o bastão e os jogar em Aritana, envolvendo-a como uma cobra. A narluriana arremessa a evorana contra a parede. Usando o bastão, puxa os cipós de volta, lançando Aritana em sua direção. Ela corta os cipós e dá uma pancada na cabeça e na barriga da alquimista. Termina finalmente com uma estocada no estômago com um golpe vertical de bastão.

Aritana vomitaria se houvesse algo para regurgitar, como não era o caso, ela apenas desmaia de dor. Ártemis aproveita a chance e começa a lootear os frascos de poção dentro de um saquinho de espaço aumentado. Ártemis tinha uma certa noção de quais frascos eram instáveis e quais não eram, Simas a ensinou a reparar. Assim, ela só guardou os que sabia que não poderia explodir em seu bolso por acidente.

Traidor do Sol [VERSÃO ANTIGA]Onde histórias criam vida. Descubra agora