Traidor do Sol [VERSÃO ANTIGA]

Capítulo 14 - Parte 2/4 - Os Traidores

Dando um salto no tempo, vamos voltar para Thor, que após muito perambular pelos corredores, encontra um salão gigantesco com quatro fileiras de 25 pilares cada. Os pilares eram feitos de discos rotacionáveis empilhados, como os discos de um ábaco. Os discos estavam cheios de símbolos e as paredes pareciam ter instruções para como resolver o enigma e abrir a porta.

Thor não precisava disso, a porta estava aberta por que a fortaleza havia sido desarmada. Ele decidiu seguir por aquele caminho, supôs que se para a sua rota, o labirinto tivesse sido o terceiro desafio, talvez esse tivesse sido o segundo desafio de outra rota. Em outras palavras, estava mais próximo da saída do templo, mas não era isso o que ele queria.

De qualquer forma, era um local melhor de lutar do que os corredores, decidiu ficar ali e aguardar alguém passar, mal sabia ele que havia alguém lá.

— Como vai, senhor Handare? — Pergunta a voz de Carlos.

Quando Thor o procura, o encontra escorado no portal da porta por onde ele entrou.

— Olhe! Parabéns! A sua incapacidade cognitiva me surpreende cada vez mais... — Xinga Carlos.

— Bom, posso ser bom nesse ramo, mas nada comparado a você — Devolve Thor.

— Você tem tudo! TUDO! — Carlos se exalta — Tudo o que eu sempre quis ter! Tem talento! Tem sorte! Tem uma vaga garantida na escola para cardeais não importa quanta merda você faça... Tem pais que te amam e que estão com você mesmo depois de tantas desonras... Você tem tudo isso! É a vida perfeita! MAS AINDA ASSIM VOCÊ SE RECUSA A ACEITAR? POR MIL SÓIS! O QUE MAIS VOCÊ QUER? — Questiona Carlos, indignado.

— Eu só quero uma coisa, a coisa que eles nunca me deram nem nunca vão querer me dar... — Responde Thor, sinceramente.

— Ah é? E o que seria? — Indaga Carlos, cético, inconformado e debochado.

— Liberdade — Pontua Thor — O poder de fazer as minhas próprias escolhas e de decidir o que é melhor pra mim...

— Huh! Ridículo... — Desdenha Carlos.

— Eu tenho uma nova vida agora, se gosta tanto da minha vida antiga, tudo bem! Pode ficar com ela... — Oferece Thor — Só se fantasiar de mim que tá tudo certo... Eles nem vão notar a diferença, mal conseguem me enxergar como ser humano. Na verdade, meus pais vão até amar você! É fanático e lelé da cuca igualzinho a eles... Se merecem mesmo!

Incapaz de conter a própria raiva, Carlos ergue a varinha para um dos pilares e começa a "traçá-lo" como se a varinha fosse um lápis e o ar fosse o papel. Conforme a varinha subia, via-se poeira e vento ser ejetado pelas brechas dos discos, Carlos estava quebrando o "rolo de carretel" que os prendia do chão ao teto.

Após começar o mesmo processo com outro, Thor viu que ele ainda estava se preparando para o combate, Thor decide fazer o mesmo. Começa desenhando a constelação de pavão, ganhando 15 lâminas flutuando em suas costas, na sequência, ele desenha a constelação de índio e a constelação de rio. Os três eram armas do arranjo superior e demoravam tempo até serem terminadas, ele seria incapaz de criá-las todas juntas no meio da batalha, tal qual as armas de arranjo inferior como a serpente ou o canhão de plasma.

Carlos para de quebrar carretéis após destruir o quarto, a esse ponto, Thor já tinha disponíveis suas três armas mágicas e pronto para rolar no chão contra seu inimigo. Cavaleiro começa a se ouriçar também, principalmente para tentar chamar a atenção de Thor para dá-lo uma arma para ativar sua conexão.

— Relaxa, Cav! — Tranquiliza Thor — Vai descansar, eu resolvo isso...

O gato, mesmo relutante, obedece o dono e vai para uma zona mais afastada, por entre os pilares de fileira 8 e 9. Thor e Carlos continuavam se encarando, vendo quem dava o primeiro passo.