07:30 da manhã eu já estava de pé. Havia dormido apenas três horas, mas isso não importava. Meu homem estava acordado e eu queria estar com ele todo mísero segundo.
Após chegar em casa na noite anterior, acordei Lipe e Gabi que estavam dormindo na sala abraçadinhos. Eu sei, repugnante.
Contei a saga do gato e sobre Lucas ter acordado. Nunca vi sorrisos tão genuínos naqueles rostos de sono. Passamos o resto da noite a base de muita cerveja preta e folia. Então como era de se esperar, além de ter dormido pouco, meu estômago revirava em desespero.
- Meu Deus que susto! Você está parecendo a bruxa de Blair! - disse meu querido irmão ao me ver saindo do banheiro. Agora vocês tem noção do nível do meu estado.
- Fique quieto e me sirva uma grande xícara de café, seu imprestável - esse era nosso tipo de carinho. Você que tem irmãos deve entender.
- Estamos sem café, pode ser suco? - peguei de sua mão sem ao menos responder. Não tinha tempo para discussões.
Após dar um tchau rabugento para os dois pombinhos, segui para o hospital e peguei meu marido no pulo.
Lá estava ele andando pelo corredor com um andador. Muito provavelmente atrás de um café gelado, se bem o conheço.
- Senhor Lucas Ozu, onde pensa que está indo? - perguntei com meu melhor tom de reprovação, mesmo sorrindo por vê-lo em tão bom estado.
Ele se virou rapidamente com súplica no olhar.- Me diz que você trouxe café escondido na bolsa!
Levantei levemente um copo grande do starbucks olhando para os lados para não ser pega, e ele sorriu.
- Não era de ser em vão que eu casei com você no primeiro dia em que a ví.
Após entrarmos no quarto e o ajudar a sentar na cama, corri para o corredor para ter certeza que não seriamos flagrados.
- Tome, foi muito difícil passar com isso pelos enfermeiros.
- Você sabe sempre do que eu preciso, querida - disse ele abusadamente tomando o primeiro gole.
Não me critiquem! Eu sei dos cuidados médicos, mas como poderia deixa-lo sem seu único vício por tanto tempo? Um cafezinho não o faria mal. Até porque o café gelado Asiático além de não ser forte é diluído em água. Ou seja, 1/4 de cafeina estaria tudo bem.
- Como você está?
- Estou ótimo! Revigorado. Hoje mais cedo fizemos exames para confirmar o que já é visível, que estou bem e que continuo mais lindo que nunca. Então não se sinta culpada pelo café. Você que não me parece muito bem - disse conferindo todo meu corpo, o que para ser honesta, me deixou um pouco quente.
- Eu sei, estou péssima. Os dias não tem sido fáceis.
- Me desculpe pelo transtorno, imagino quão difícil foi para você.
E então eu me sentei para poder contar toda a saga desses últimos dias.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A um livro de distância
RomanceFernanda era uma editora de livros que não teve lá muita sorte desde que entrou na Orbe, a empresa mais badalada do país. Devido a um percauso ela teve uma oportunidade única que vai mudar sua vida de ponta cabeça. Um livro louco, divertido e cheio...