Capítulo 41

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Depois de uns 20 minutos, Lucas conseguiu voltar para nosso encontro. O olhei preocupada enquanto ele se dirigia a nós com um sorriso no rosto.

- Está tudo bem desesperada. Eu conversei com ela e expliquei que já iria doar o valor, me aproveitei para falar com você porque tivemos um desentendimento na última vez que nos vimos. Não fique se preocupando à toa.

- Ok, mas depois você vai ter que me contar tim tim por tim tim.

- Sim senhora - disse rindo e batendo continência.

- Bom pessoal, paguei pela ilustre presença dessa mulher maravilhosa, e não quero vocês dois de brinde. Vamos indo? - Felipe disse olhando Gabi que estava toda cheia de não me toques depois dos elogios.

- Vamos! Nanda nos falamos amanhã, ok?

- Sim, podemos marcar um café mais tarde.

- De tarde, quase noite de preferência - concordei rindo, lembrando que amanhã era a folga que ela usava para nem sair da cama.

Assim que os dois pombinhos seguiram para fora, eu e Lucas ficamos meio perdidos. Já havíamos nos entendendido, mas eu realmente não sabia o que dizer.

- O que você acha...

- Vamos dar uma caminhada... - começamos juntos a falar e rimos em seguida do desconforto presente.

- Isso é tão ridículo! A poucos dias estávamos numa sintonia e tranquilidade enorme. Por um erro meu, agora estamos cheios de não me toques. Desculpe novamente.

- Não seja bobo. Aconteceu, resolvemos, já foi. Não se prenda a isso, por favor.

- Então você aceita dar uma caminhada comigo? Quer dizer... - ele parou olhando meus saltos.

- Acho que podemos ir na sua casa pegar uns sapatos mais confortáveis.

- Talvez trocar essa roupa mega chique também. Se eu estragar qualquer pedacinho desse vestido vou ter que vender um órgão para pagar - falei rindo.

Após me despedir de todos, incluindo Isabel que me olhava de uma forma diferente, um tanto quanto amorosa?, seguimos no carro de Lucas, que por incrível que pareça, não havia bebido.

Quando chegamos em casa a bagunça foi grande, e não estou falando das coisas de Felipe. Azuki, assim que sentiu o cheiro de Lucas, veio todo manhoso em sua direção.

- Acho que ele estava sentindo sua falta, acredita? Desde que voltamos da praia ele não come direito, vive escondido e cabisbaixo - falei, vendo o homem a minha frente se abaixar em seu terno de milhões, e pegar meu gato no colo e enchê-lo de beijos.

- Pôxa amigo! Você não pode ficar assim. Sua dona vai ficar preocupada. Não se aflija que vou sempre aparecer, ok? De um jeito ou de outro. Então prometa que você vai comer e ficar alegre novamente até eu aparecer - escutei ele conversando com Azuki enquanto eu andava em direção ao meu quarto. Se isso não era ser adorável, o que mais poderia ser?

Após conseguir tirar aquela roupa enorme e pesada e pendurá-la para não ter chance de estragar, segui para sala e novamente fui surpreendida por uma cena ainda mais fofa. Lucas havia tirado o paletó e estava apenas com uma camisa social, brincando com meu gato pelo chão e correndo em todas as direções. Voltei dois passos e me encondi atrás do pilar do corredor. Levantei meu celular e pude registrar o momento por 5 minutos, até que fui descoberta.

- A vista está boa?

- Não aguentei vocês dois juntos - falei ficando vermelha em conjunto.

- Azuki, eu e sua mãe estamos indo dar uma caminhada. Logo, logo, estaremos aqui - disse ele apertando a carinha de Azuki e enchendo ele de beijos.

- Quer deixar seu paletó? Não está tão frio lá fora.

- Verdade. Vou deixar aqui - falou apoiando o casaco no braço do sofá.

Após algum tempo falando sobre como anda o desenvolvimento do livro, lembrei que não havia comido muito no coquetel.

- Você está com fome? Não comi nada lá, minha barriga está roncando - o álcool era meu inimigo número um, já que me deixava sem filtro nenhum.

- Também estou morto da fome. Se continuar assim, meu estômago vai me engolir por dentro - e como sempre, ele me fazia ficar a vontade sendo apenas natural.

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