Capítulo 30

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Realmente, dormir na sua cama depois de longas noites em camas diferentes é sem dúvida reconfortante. Lucas estava certo. Tudo bem que acordar e dar de cara com Felipe semi nu não era o que eu mais gostava, mas estar em casa, no meu cantinho é muito bom, não posso negar.

- Bom dia Lipe.

- Bom dia Nanda, cueca tá de boa hoje né? Tenha um pouquinho de dó, aquelas crianças estão acabando com meus neurônios.

- Vou deixar passar só hoje porque não tenho tempo de discutir com você.

- Graças a Deus - ele disse passando a mão pelos cabelos e pegando uma xícara de café. Ele realmente estava com cara de cansado. Isso era bom, talvez essa oportunidade coloque Felipe nos eixos.
Depois de atender Azuki, que estava estranho desde a volta da viagem, tomar um banho e me arrumar, fui atrás de tirar essa história a limpo.
Não ia deixar mais uma loucura vinculada ao meu currículo.

Era exatos 11:00 horas quando bati na porta de Gabriela. Ela ia ter que me explicar Tim Tim por Tim Tim do que passou pela cabeça dela, para que eu pudesse explicar e provar a Lucas que não tinha nada a ver com essa história de velho da lancha.

Demoraram longos dez minutos para ter uma resposta do outro lado da porta. Assim que ela se abriu vi uma Gabriela descabelada e com uma cara de acabada pós rolê que não via a tempos.

- Bom dia, precisamos conversar - disse séria e seca. Ela arregalou os olhos e disse:

- Ok, entra, entra - dando espaço para eu passar.

Sentei na banqueta da cozinha e esperei ela vir a meu encontro.

- Nanda, vou só lavar o rosto e já venho.

Cinco minutos mais tarde ela estava na minha frente num estado bem menos fim de carreira.

- Ok, estou pronta. O que aconteceu para você vir tão cedo aqui em casa e com uma cara de poucos amigos?

- Gabriela, são 11 horas da manhã! Não tem nada de cedo nisso.

- Hoje é minha folga, antes do meio dia é tudo cedo, ainda mais depois do porre que tomei ontem - não era só Felipe que precisava entrar nos eixos, essa garota também precisava de um sacode, mas isso era história pra outro momento.

- Eu vim tentar entender o que aconteceu quinta de noite pra você me mandar aquele tipo de mensagem sem pé nem cabeça.

- Que tipo de mensagem? - ela disse fazendo uma cara de não to entendendo nada. Peguei meu celular e mostrei pra ela exatamente que tipo de mensagem eu estava falando. Garota doida, meu pai.

- Fernanda, eu juro por tudo que você quiser que a única mensagem que eu mandei foi essa primeira, falando da viagem, não tem nem lógica eu perguntar um absurdo desses sobre você e Akagi.

Ok, agora as coisas estavam saindo um pouco do controle. Se Gabriela não mandou aquelas mensagens, quem mandou?

- Nanda, presta atenção e olha nos meus olhos. Nós tivemos um jantar da empresa de última hora, ok? Otávio que inventou essa merda já que Isabel estava voltando segunda. Ele disse que queria agradecer o empenho de todos, aquele mi mi mi que ele adora fazer, mas todo mundo só foi pra beber mesmo - ela falou fazendo caras e bocas e revirando os olhos ao falar de Otávio.

- Eu estava lá, bebendo e conversando com o pessoal do Rh, que por sinal tem um povo bem divertido, devíamos sair mais com eles, coloca isso na nossa agenda, enfim, volta pro assunto, falei com você, essa mensagem que eu disse que mandei, e continuei curtindo. Quando dei por mim meu celular não estava mais comigo. Comecei a perguntar pra geral se viu porque estabanada do jeito que sou, devia ter derrubado enquanto bebia e já não estava muito lúcida. Depois de um tempo, uma das editoras disse ter achado meu celular na porta do banheiro feminino, mas pasmem, eu nem tinha ido ao banheiro! Alguém pegou meu celular e mandou essas mensagem porque eu vou te mostrar, na nossa conversa elas não aparecem - assim que ela disse isso e me mostrou que a única mensagem ainda existente na conversa, era a que ela diz ter mandado e a minha resposta, eu comecei a ficar com medo. Alguém estava querendo acabar com a minha carreira inventando algo para usar contra mim. Se descobrissem sobre o casamento eu estaria perdida.

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