Capítulo 75

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Após aquela noite super cansativa tendo que amparar Lipe e Gabi, me permiti tomar um banho e levar Azuki as escondidas para ver Lucas.

Não me julgue, o pobre animal já nao estava mais querendo comer de tristeza. O veterinário já não sabia mais o que fazer para ajuda-lo.

Enfiei o gato numa bolsa e corri para o quarto de Lucas no hospital. Ainda bem que não fui parada por ninguém muito tempo, porque ele não parava de miar desesperado.

Quando cheguei no quarto, olhei os dois lados do corredor e tudo estava bem tranquilo. Assim, soltei o dito cujo que correu para reconhecer o lugar. Depois de umas fungadas ele olhou para cama e eu disse:

- É, ele está ali. Acho que ele sente sua falta também. Vá até lá, vamos!

E antes que eu conseguisse dizer mais alguma coisa, meu gato gorducho pulou na cama e ronronou alto esfregando sua cabecinha na mão estática de Lucas. Meu coração apertou. Até que enfim alguém sentia o mesmo que eu com tudo isso. Ele deu miados baixinhos, como se o chamasse e aquilo me fez transbordar em lágrimas.

- Está vendo seu cabeça dura! Eu e Azuki estamos sofrendo sem você aqui.

E então um apito soou alto, e seus batimentos começaram a subir. Quando meus olhos correram da tela para ele, seus olhos abriram devagar.
Minhas pernas sacolejaram e eu achei que fosse cair. Azuki esfregou sua cabeça em seu rosto dando miadinhos carinhosos.

Aqueles lindos olhos me fitaram e então ele disse:

- Oi - com uma dificuldade exorbitante, mas sorriu em seguida.
E entre prantos e sorrisos eu só conseguia pensar em uma coisa pra dizer.

- Oi? OI, SEU LUCAS? Vou esbofetear você até que aprenda a nunca mais me assustar assim!

E então ele sorriu novamente, daquele jeito que eu amava, com os olhinhos fechando e as covinhas a mostra e eu peguei sua mão, já que era a única parte do corpo em que eu tinha coragem de tocar sem ficar preocupada se ele estaria sentindo dor.

- Oi amigo - ele falou num sussuro, passando a mão por Azuki.

- Acho que você deveria chamar o médico, não? - falou ele baixinho ainda com dificuldade.

- O médico! É mesmo! - eu disse correndo para a porta, e então parei.
- Não posso! Eles vão me matar quando virem que eu trouxe um gato para um hospital. E agora?

- Traga o médico e depois resolvemos, ok?

- Ok! - respondi desnorteada. E então parei na porta novamente e me virei para ele.

- Obrigada por ter voltado pra nós - e pude vê-lo sorrir mais uma vez antes de correr atrás de algum funcionário.

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