Capítulo 22

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O motivo de todo mundo acreditar que Akagi era um idoso é simples.

Isabel estava no escritório falando com ele ao telefone no viva voz e do lado de fora da sala de vidro da CEO, todos fofocavam sobre as possibilidades de como ele/a se pareceria. Correu uma fofoca forte que ele poderia ser uma mulher, características de escrita, a forma de divisão de capítulos, tudo indicava isso. Não que escrita tenha uma forma ou divisão por sexos, óbvio que não, mas quem trabalha com livros percebe que a maioria das escritoras são mais detalhistas e escritores mais práticos. Algumas escritoras muito famosas, não vou citar nomes para não ser bloqueada, demoram três capítulos para descrever uma única xícara. E isso era muito visto nos livros de Akagi, principalmente na forma de descrição dos assassinatos.

Então você se pergunta como pulamos de uma mulher para um senhor. É ai que chegamos onde estamos agora.

Uma das máquinas de impressão de livros da fábrica deu problema, estávamos com a produção de um dos nossos escritores e a estréia seria no dia seguinte. Otávio estava em colapso, ele precisava falar com Isabel mas sabia que não podíamos interromper quando ela estava em conversa com nosso ilustre Akagi. A fábrica não parava de ligar querendo saber o que fazer, ele suava à bica, o nervoso foi tanto que ele nem bateu, simplesmente abriu a porta do escritório de Isabel. Ele ouviu algo saindo do telefone

- Você acha isso certo? - a voz de um senhor saiu do telefone em viva voz. Otávio arregalou os olhos e olhou pra Isabel assustado.

- Desculpe Isabel - ele disse em um sussuro enquanto tremia igual vara verde.

- Akagi falo com você mais tarde - disse firme e grossa ao desligar o telefone.

- Isabel me perdoe, houve um problema na fábrica, pararam a produção. Eu mandei mensagem mas você não respondia. Eles estão aguardando ordens - ele falou o mais rápido que pode, perdendo o ar.
Isabel levantou, passou por Otávio, o olhou no fundo dos olhos e disse:

- Que isso nunca mais se repita - ele concordou com a cabeça sem nem respirar. Aquele dia foi a única vez que senti pena de Otávio, que fique claro, foi só aquela vez!

Depois disso, gralha do jeito que é, ele espalhou para a empresa toda que ouviu a voz de um homem mais velho no telefone e assim surgiu a lenda do "Velho Ranzinza Akagi".

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