A Assassina Dorme ao Lado (Wenclair)

Capítulo 25 - O Baile

A noite do Baile, o momento mais esperado pelos alunos da Nevermore. A diretora Weems fez questão que tudo fosse perfeito assim como foi o ano passado, o ano retrasado e assim muito tempo até mesmo antes dela. 
Tudo pronto, as luzes, o som, as músicas que iriam tocar, as bebidas e o plano. Principalmente esse, tinha que ser impecável. Tudo no seu devido lugar. Wednesday já se preparava no quarto, Enid tinha feito isso primeiro e já estava no andar debaixo. A ansiedade tomava conta do corpo de Enid, já Wednesday estava focada, nada iria atrapalhar o seu momento de acabar logo com aquilo.

W

—tá bom, após a dança você vai pra um lugar isolado e depois vemos o que vai acontecer—

—sabemos o que vai acontecer, ele vai vim atrás de mim e finalmente vou matá-lo assim como fiz com os outros— Falo a Enid que relembrava parte do plano pela vigésima vez.

22:19 pm

Descemos as escadas e fomos na direção onde se ouvia a música alta, o salão estava cheio, alguns alunos dançavam e outros claramente já bêbados com bebidas contrabandeadas.

—eu vou.. pegar alguma coisa pra beber— Enquanto Enid ia até o balcão de coquetéis fui tentando reconhecer o meu sequestrador, mas o tanto de alunos que estão aqui iria ficar horas olhando o rosto de todos, é inútil.

Vejo Enid voltando sorrindo feito uma idiota, com um dos copos cheios e o outro pela metade.

—qual é a graça?— Lhe pergunto pegando um dos copos de sua mão.

—nada é só que eu estava conversando com o Ajax— Ela fala dando um gole de seu copo, iria fazer o mesmo se não fosse uma multidão de alunos esbarrando em nós e me fazendo derrubar o copo.

—merda, bando de idiotas— Resmungo baixo olhando na direção onde eles estavam indo, olho para Enid que está olhando na direção de seu grupinho que estavam sentados na mesa conversando.

—olha eu sei que temos o plano, mas eu queria muito aproveitar um pouco a festa–—

—Enid você não precisa da minha permissão— Falo indo na direção do banheiro mas Enid me puxa de volta.

—eu sei mas eu não quero te deixar sozinha—

—pode ir, eu só vou ficar sozinha antes que a festa acabe e eu te chamo depois— Vejo Enid acenar com a cabeça alegremente e se afastando de mim para encontrar com o seu grupo.

Dou as costas para a festa e vou procurar alguém que pudesse limpar o que tinha caído do meu copo mas parece que todos da escola ficaram de folga por causa do baile "que merda". 

Vou para o lado de fora da escola onde tem alguns alunos que estão fazendo típicas coisas de adolescente, se engolindo e outros fumando maconha. Suspiro vendo aquela cena e antes de ir dou de cara com um grupo de jovens desconhecidos.

Ficaram me encarando como se estivessem fazendo algo de suspeito e estavam de fato.

—mas o que vocês— Antes que pudesse falar alguma coisa eles puxaram uma alavanca que fez um barulho de água, no mesmo instante ouvi alguns gritos vindo do salão e voltei correndo para dentro da escola, ignorei os moleques que fugiram em um carro que estava com eles.

A primeira coisa que noto quando chego perto da porta é um líquido vermelho que vinha do teto. Eu esperava uma cena de terror vindo daquela sala mas tudo o que vi foi alunos encharcados rindo feito um bando de hienas.

Não tenho muita opção e entro já esbarrando em um monte de alunos que pareciam estar chapados. Olho para o lado e para o outro e não vejo Enid em lugar nenhum.

—ENID—

—ENID—

Grito o seu nome e nenhuma resposta "onde essa garota foi". Começo a procurar em todos os lugares do salão, nada. Entro na cozinha do refeitório e.. Olha, eu não esperava ver isso.

—ENID— Grito o seu nome lhe assustando e ela finalmente percebe o que estava fazendo.

—Wednesday... eu..—

—desculpa incomodar vocês— Digo batendo a porta com força atrás de mim antes que ela falasse mais alguma coisa. Saio o mais rápido dali e escuto longe Enid me chamando, mas só o que eu faço é ignorar.

Encontro a porta de saída do outro lado, e para a minha sorte ninguém estavam lá. Olho para baixo e quase deixo uma lágrima escapar "não, não é hora disso". Me recomponho e sinto a raiva subir para as minhas mãos, respiro fundo e tento me acalmar. O plano ainda continua.

Escuto a porta se abrindo e já até sei quem é.

—Enid, vai embora—

—é.. na verdade eu vim te entregar isso— Escuto uma voz diferente e me viro para ver quem era.

—quem é você?—

—sou eu, sabe, o Xavier— Ele falou como se eu já o conhecesse, ele tinha algumas rosas na mão ou pelo menos eram brancas que estavam sujas de vermelho...

—eu te trouxe isso, eu ia te encontrar na sala de aula pra te convidar pro baile mas não sabia que você tinha voltado para a escola—

—ah obrigada Xavier— Eu nunca tinha visto ele na minha sala desde o dia em que cheguei. Me virei novamente na intenção de deixar claro que eu quero ficar sozinha, mas esqueço que homem é lerdo.

—olha eu sei que a gente já se conhece a um tempo e que a gente conversou pouco, mas eu queria te chamar pra sair sabe, caminhar por aí pela floresta de novo, mas sem pressão até porque com o que tá acontecendo aqui no baile pode ser que você queira ficar por aqui mesmo—

Ia me virar para dar uma resposta não educada a ele, mas a sua fala me fez compreender tudo. Interligar os pontos com suas palavras com o que aconteceu comigo ficou mais fácil. Era ele, Xavier. Não precisava usar a intuição, ele já tinha me dado a resposta.

—é pode ser, olha, sinceramente eu esperava que você me desse um chá e uma torrada que nem a última vez— Me virei novamente para fitá-lo e falei rindo, ironizando o que ele fez naquela noite. Ele me olhava com uma cara de 'Fui descoberto'. Continuei com um sorrisinho rosto esperando alguma reação sua.

—Wednesday, não foi minha intenção te—

—não, tá tudo bem, essas coisas acontecem. Nós fazemos de tudo pra chamar a atenção de quem nós gostamos não é?— Falo já levando a minha mão as minhas costas onde minha faca estava. Ele faz uma expressão tipo de alívio e me preparo para atacá-lo.

Escuto a porta se abrindo com força e vejo Enid suando como se tivesse corrido uma maratona. Rapidamente intercalo o meu olhar entre Xavier e Enid e faço o sinal de que é ele.

—ENID— Grito a ela para que despertasse e que pudesse me ajudar, antes de qualquer reação acerto um soco no rosto de Xavier que estava distraído, fazendo-o cair desmaiado.

—faz alguma coisa de útil e segura ele Enid— Falo entre os dentes para que ela despertasse de seu mundo.

Enid pega os pés de Xavier e começa a arrastá-lo para a segunda parte do nosso plano. Foi onde ele fez questão de me deixar lá por dias.

A casa.