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Bem a última vez em que eu estava coberta de sangue assim, foi quando eu estava naquele baile idiota da Nevermore, e a última vez em que eu estava com uma faca na mão... bem, também estava matando uma outra pessoa, mas dessa vez, dessa vez foi pessoal, dessa vez eu estava me sentindo ameaçada, dessa vez eu passei até dos meus próprios limites, mas foi por uma boa razão. Bem, acho que só eu vou pensar assim depois de tentarem descobrir o que aconteceu aqui, mas é obvio que aquele que tentar investigar vai ter uma certa dificuldade para encontrar um culpado, eu fiz questão de fazer um ótimo trabalho, mas antes de mais nada...
1 mês – 46 dias – 7 semanas para o assassinato
A transferência para essa escola me causou dor de cabeça, os motivos não foram os dos melhores.
Bem, foi só uma tentativa de suicidar um colega da sala, mas olha, ele que pediu isso assim que puxou o meu cabelo, poderia fazer aquilo com ele o dia todo se não fossem..
—chegamos!— Minha mãe diz alegremente como se ela fosse estudar nessa escola de fim de mundo.
-—continua do mesmo jeitinho de quando ainda estudávamos aqui, não é meu amor—
—é claro cara mia, não mais bela que você sob o luar ao anoitecer—
Escutar meu pai falar aquilo faz meu estômago remexer toda vez, sera que essa seria o momento ideal para morrer?
Depois de ter que ouvir toda aquela baboseira dos meus pais, finalmente chegamos a tão aclamada escola para estranhos, rejeitados e anormais. As apresentações formais ocorreram como sempre, toda aquela besteira de que "aqui você vai ser dar bem", ou coisas como "as pessoas faziam os mesmos tipos de brincadeiras que você também fazia", esse tipo de comentário é desgastante e sabota o meu ego, ninguém faz as coisas que eu faço, e tudo o que eu faço sai completamente como eu quer-
—oi colega de quarto— Meus pensamentos foram cortados quando ouvi aquela voz fina e doce querendo puxar conversa comigo, meu deus não acredito que vou ter que dividir o quarto.
—eu vou ter que dividir o quarto?— Perguntei, mas acho que teve um certo desespero na minha voz e percebi isso quando todos me olhavam.
—todos os quartos devem ser divididos com algum colega, assim, fará com que se sintam mais acolhidos— A diretora Weems me explicou calmamente, e o sorriso dela quase me fez estrangulá-la.
Depois que apresentaram a escola, tive que me despedir de meus pais e simplesmente ignorei qualquer choro vindo deles, aquilo já estava me dando dor de cabeça o suficiente para descontar em alguém, e esse alguém tinha que ser..
—amiga, pra que essa cara de quem quer matar alguém—
—olha nem nos conhecemos direito e você já sabe no que eu estou pensando hein— Falei para a garota que estava me olhando com um certo pavor no olhos, e a propósito o nome dela é Enid, Enid Sinclair...
—espero que não esteja pensando em fazer isso comigo—
—se você interromper os meus pensamentos mais uma vez, tenha certeza de que vai ser você— Falei com uma certa elevação na voz, o que fez com que a garota me olhasse... de um jeito estranho, com aquele sorrisinho de lado, aquilo me irritou, mas não passou despercebido por mim.
—se quiser, posso aliviar esse estresse pra você— Naquele momento parei todos os meus pensamentos para processar aquela porra de sugestão. Me virei completamente para lhe olhar incrédula sobre aquele comentário, e aquele sorriso ainda estava lá.
—que tipo de alívio você me daria, já que está sugerindo— Foda se, me fingi de doida, quero ver até onde ela vai.
—poderia ser— Ela chegou perto de mim o suficiente para que eu sentisse o seu hálito quente no meu ouvido, o que me fez arrepiar.
—de um jeito que vai deixar você louca por mim— Soltei uma risada nasal com aquilo, ela me olhou confusa, mas ainda cheia de esperanças para a minha resposta.
—você nem me conhece direito e já 'tá vindo com esses papinhos, e olha, eu lhe garanto que se você tentar, vai se arrepender— Vi seu rosto cair de esperança pra raiva, ela realmente achou que eu iria cair naquela conversa sem graça dela, as pessoas tem esse podre costume de me subestimar até pra coisas desse tipo.
Estávamos na sacada do nosso quarto, e só soube que ela tinha saído quando ouvi o barulho estrondoso da porta se fechando.
Mas eu só disse a verdade, ela não gostaria de me conhecer naquele momento, já passei por muitas fases e experiências, mas essa está me consumindo a cada noite onde fecho os olhos e tento não acordar, a vontade de sentir o sangue das pessoas nas minhas mãos aumenta, de ver elas gritarem por nomes que não estão lá para ajudar elas, a sensação é inexplicável.
Devem estar pensando que eu estou fazendo isso com inocentes não é, mas não, eu faço minhas escolhas cuidadosamente e bem, essas pessoas não são as mais inocentes que eu já vi. São pessoas amargas que já perderam sua humanidade assim como eu, mas eu sou diferente, ao contrário delas, eu faço porque elas merecem, e vai continuar assim até que alguém me mate ou tente me impedir, mas se for pra fazer o certo que me mate logo de uma vez.
Nota da Autorª
Primeira Fic da gata aqui. Não sei se alguém vai ler, mas espero que sim, dediquei um tempinho e escrevi com detalhes que valem a pena. Espero que gostem até o próximo ep.
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A Assassina Dorme ao Lado (Wenclair)
Misteri / Thriller!Contem assuntos sensiveis tais como: Todos os tipos de Abusos! +16 Sinopse: ...Bem a última vez em que eu estava coberta de sangue assim, foi quando eu estava naquele baile idiota da Nevermore, e a última vez em que eu estava com uma faca na mão...