Capítulo 31 - "a Ira de um Deus"

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—espera, então tá me dizendo que você fez uma viajem espiritual?— Ouvir a risada de Enid enquanto ela falava aquilo me deixava puta.

—não foi o tipo de viajem que você tá pensando—

—tá bom, desculpa, é que tudo isso é meio... sabe—

—mentira?— Lhe dei um olhar de ódio, podem me chamar de qualquer coisa mas mentirosa já é demais.

—não, tudo o que você me falou é muita coisa, é muita loucura—

Ela sussurrou a ultima parte para não parecer muito ofensiva, eu entendia o que ela queria dizer. Se alguém me falasse a mesma coisa, eu também teria dúvidas.

—Enid, tudo o que eu vi e tudo o que você acabou de ouvir é a mais pura verdade—

—tá bom, eu acredito em você— Ela me olhava balançando a cabeça como se estivesse com medo de eu surtar. Pensei em lhe contar o resto da história, mas só tinha uma maneira de descobrir se aquela mulher estava realmente dizendo a verdade.

—tem algo a mais que queria me contar?— Enid me despertou das minhas memórias, eu gostaria de lhe contar esse detalhe sobre ela.

Mas fazer isso antes do meu plano poderia estragar tudo. Eu já tinha uma ideia de como eu iria fazer isso, só falta colocar em prática.

—Enid— Chamo o seu nome calmamente e ela que já tinha se distraído com o celular olhou pra mim por cima dele  —você tem que fazer uma coisa por mim—

—hum eu faço o que você quiser— Ela me falou com uma voz sensual e eu revirei as olhos entendendo o que ela queria.

—não esse tipo de coisa idiota. Tem alguns caras aqui que estão carentes, se você quiser eu marco um encontro— Falo balançando meu celular no ar e apontando em direção a Enid.

Ela se levantou rapidamente e me olhou como uma criança que acabará de escutar que ganharia um presente. O seu sorriso foi se alargando quanto mais se aproximava de mim.

—é sério, tipo, sério mesmo?—

—sim— Falei me virando para a minha mesa e pegando um dos meus livros.

—e então, o que quer que eu faça?— Ela me pergunta e seu rosto parecia perdido, talvez de tantas ideias.

—faça o que nós fazemos. Mate ele—

Falei simples e dando de ombros, eu estava testando ela, queria ver como seria seus métodos e como ela agiria já que dessa vez, estaria sozinha. Ela sorri para mim e me dá um beijo na bochecha...

—é.. bom, é melhor já indo. Marquei com um cara que disse que ia sair da cidade amanhã, então é melhor ir logo pegar sua primeira vítima—

—minha primeira?—

—sim, sem mim— Disse levantando e indo até o banheiro, tranco a porta e ligo o chuveiro disfarçando para que ela pense que vou ficar no quarto. Escuto seus passos se distanciando e a porta do quarto se fechando.

Pronto, uma parte do plano já foi. Espero mais alguns minutos e desligo o chuveiro e saio do banheiro, pego minhas coisas e pulo a sacada do quarto começando a seguir os passos de Enid. Como eu já tinha marcado o encontro entre eles dois, sabia exatamente onde me esconder.

Se você continua perdido no meu plano, é bem simples, Enid precisa matar aquele homem do mesmo método que eu "ensinei", normalmente assassinos de primeira mão continuam usando o mesmo método até inovarem para o seu próprio. Enid ainda não desenvolveu o seu, então vai ser muito mais fácil diferenciar a Enid.. de outra pessoa, digamos assim.

A Assassina Dorme ao Lado (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora