Capítulo treze.
Pov. James.
Chegando à mesa da grifinória, logo olho para o seu lugar habitual.
Uma frustração me invade quando vejo a cadeira vazia.
A vontade de comer vai embora, mas mesmo assim pego algumas torradas.
Por ser domingo, a maioria ainda estava em seu dormitório, dormindo. Então, o salão principal não estava tão cheio.
— Oi, James. — Diz uma voz ao meu lado, quando viro o rosto, vejo Lilian.
— Oi, Lírio. — Ela sorri.
— Nossa, faz tempo que você não me chama assim.
— Ah, desculpe. Força do hábito.
— Não, tudo bem. Não tem problema você me chamar assim...eu gosto.
— Ah. — Ela gosta? Desde quando? Sempre me corrigia quando eu a chamava assim...
— Então, ontem a festa foi muito boa né? — Ela pergunta.
— Hã...eu não sei, não estava lá. — Digo após colocar uma torrada na boca.
Ela faz uma careta por eu falar com a boca cheia, e noto se afastar um pouco.
— Mas eu te vi lá, ora. — Ela tinha aquele tom de voz um pouco irritado. O que ela usava quando conversava com alguém mais velho, mas que tinha o entendimento de uma criança.
Esse alguém sou eu.
— É, eu fui, mas logo saí. — Um sorriso involuntário aparece em meu rosto.
— Ah...que pena. Você perdeu muita coisa.
— Imagino. — Digo, em um tom de desinteresse. Duvido que essas coisas fossem tão boas quanto foi estar na presença de Severus.
Não que estar na presença dele fosse as mil maravilhas.
Eu tinha perdido a conta de quantas vezes ele me chamou de idiota ontem. Ou de babaca. Ou de quatro olhos. Ou de porta, o que eu não entendi até agora.
Lilian ainda está falando, mas minha atenção está na entrada do salão.
Severus e o Black mais novo entram juntos, conversando sobre algo.
Severus dessa vez vestia suas usuais roupas pretas, desgastadas e furadas em alguns cantos.
Mesmo assim, ele estava muito bonito.
O acompanho durante todo o seu trajeto, e quando se senta, nossos olhares se cruzam.
Mesmo com a distância entre nós, o buraco negro me puxa. Cada vez mais fundo eu estou.
Sei que não deveria, mas tudo que quero é me afundar ainda mais nisso.
Tomo um susto quando sinto um toque em meu ombro.
Desvio o olha de Severus para Remus.
Ele estava igual a todos os dias: cabelo impecável, roupa impecável...mas tinha algo de diferente.
— Bom dia, Jam....—
— Você não dormiu no dormitório ontem. Onde estava senhor Remus Jhon Lupin? Posso saber?
Não é difícil notar a vermelhidão que se espalha por seu rosto. Ele gagueja quando responde. Suspiro e, me aproximando do seu ouvido, digo:
— Vocês usaram camisinha né?
Se possível, o rosto dele fica ainda mais vermelho.
— James!!
— O quê? Acha que eu não sei onde você estava? — Digo, ainda em um tom baixo.
— Como...Você usou o Mapa do Maroto?! E o nosso combinado de não o usarmos um no outro?!
— Olha só, em minha defesa — Começo a explicação. —, quando cheguei de manhã, o aluno modelo não estava em sua cama.
Ele desvia o olhar do meu.
— Fiquei preocupado. Achei que pudesse estar na enfermaria.
— A enfermaria fica nas masmorras agora, James?
— Não. Mas eu fiquei curioso. É sério, você nunca fez isso antes. O Sirius passar a noite fora, eu entendo. Mas você?
— N-n-não foi planejado...— Ele diz baixo.
— Hum. Imaginei. Mas me fala vai... — Ele me olhar interrogativo — Foi bom? Ele é grande? Porque o Sirius eu sei que é.
Dizer que ele parece um tomate é eufemismo.
— C-como você s-sabe que o Sirius...
— Ele vive andando pelado pelo quarto, ora.
— Mas você olha?! — Ele tinha os olhos arregalados.
— É claro. Ele tá andando pelado pelo meu quarto, por que não vou olhar? — Nunca tive sentimentos por Sirius, nem tesão. Mas sabia muito bem reconhecer a beleza, e que beleza, do meu amigo.
— Você ainda não me respondeu, senhor Remus.
— Dá pra você parar de perguntar essas coisas?
— Não. Vai, eu quero saber.
— Eu não vou falar nada. — Ele dá o assunto por encerrado, mas eu não.
— Por favor, só quero saber se ele é grande. — A vermelhidão nunca deixa seu rosto, apenas fica mais forte.
— Por que você quer saber isso?!
— Pra comparar, ora. Vai que é de família ter um troção...
— Aí, meu Merlin. — Ele balança a cabeça, de um lado para o outro.
— Ele é então?
Ele solta um suspiro alto e me olha de canto de olho.
— É. Enorme...— A última parte ele sussurra, mas eu escuto mesmo assim.
— EITAAA. Se deu bem hein, Remus!
Pelo lugar estar praticamente vazio, todos escutam.
O salão inteiro fica em silêncio olhando para nós dois. Incluindo os sonserinos.
Noto Remus se encolher diante de todos esses olhares. Ou talvez seja diante do olhar do Black.
— Que foi?! Tão olhando o quê? — Digo alto, e não demora para o som das conversas começar de novo.
Olha para a mesa da Sonserina e vejo o olhar de Regulos preso ao Remus, com um sorrisinho no rosto.
Quero nem imaginar o que fizeram ontem a noite.
Viro meu rosto para o que interessa: Severus Snape.
Seu olhar está fixo em um livro, e ele toma seu café no automático.
Em segundos, seus olhos sobem das páginas para os meus.
O jeito que ele me olha me faz engasgar com a minha própria saliva.
Noto que já está na hora de eu ir dormir pois a loucura já estava me tomando. Junto com os pensamentos de como ele é lindo pela manhã.
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Inveja // SNAMES
FanfictionQuando seu melhor amigo começa a namorar, o sentimento que deveria te invadir é felicidade, ou algo parecido, por ele estar tão feliz. Talvez não tanta quando o namorado dele é seu inimigo há anos. Mas, com certeza, o último sentimento que você de...