eu espero

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Capítulo vinte e sete.

Pov. Severus.

Falar que os primeiros dias foram difíceis, é um eufemismo.

Sempre odiei as horas que tinha que passar com Sirius, mas passar o dia inteiro é ainda pior.

Na verdade, pior é passar o dia inteiro com Sirius e com James na mesma casa.

Minha cabeça não aguentava mais.

Acho que a única coisa que me fazia ainda estar vivo era os beijos que James me dava antes de dormir.

Eu adoro essa forma de dizer boa noite.

Eu ainda não sabia o que éramos.

Mas eu nem precisava.

Éramos nós e estava ótimo assim.

Bom, até a Eliza aparecer na nossa porta.

Ela era nossa vizinha e tinha vindo nos dar boas vindas com um bolo que ela mesma havia feito.

Regulos a convidou para entrar e quando ela percebeu que apenas ele falava chinês, passou a falar em inglês. Descobrimos que ela era francesa, e que falava muitos outros idiomas.

Ela parecia ser legal, era alguém notavelmente inteligente.

Até que quando James desceu para a sala, só faltou ela pular em cima dele ali mesmo.

Meu ódio por ela foi instantâneo. Regulos riu muito de mim assim que ela saiu.

Eu não sabia que tinha sido tão óbvio.

Ela voltou mais vezes, porém eu sempre a mandava embora, por mais que Lupin tivesse gostado dela.

Infelizmente tínhamos que sair de casa para fazer algo e foi quando uma amizade nasceu entre James e Eliza.

Sério que ele não tinha percebido que ela não era gente boa?

Eu estava lendo mais um livro sobre ingredientes e suas combinações. James, ao meu lado, passava a mão pela minha perna nua.

- Nós somos o quê? - Pergunto a ele, de repente.

- Hã...não sei.

- Hum. - Viro uma página.

- O que você quer que sejamos? - Ele pergunta.

Eu paro a minha leitura para pensar. O que eu queria que fossemos?

Qualquer coisa que fizesse Eliza perceber que James não está disponível.

- Quero que sejamos algo que deixe claro que você já tem alguém. - Ele ri.

- Severus, você me fode. Se você quer ser meu namorado, você que tem que pedir.

- Mas eu não quero ser seu namorado.

- Ué...- Ele diz, confuso.

Eu dou de ombros.

Não quero admitir que tenho medo de que tudo o que eu sinto por James seja só uma obsessão que eu adquiri através de um outro sentimento, totalmente diferente, só por ele me notar.

Ele tira o livro das minhas mãos e senta no meu colo, colocando suas mãos em meus ombros.

Uma de suas mãos vai para a minha bochecha, fazendo um carinho singelo lá.

Inclino minha cabeça em direção ao toque.

Ele se aproxima, deixando um selinho em meus lábios e colando nossas testas.

- Eu gosto muito de você. - Suspiro quando ele diz isso. É tão bom. Tão sincero. Tão simples. É como se fosse preciso apenas essas palavras para tirar um peso dos meus ombros.

- Você gosta de mim, Sev? - É uma pergunta sincera também.

Eu penso, mesmo já sabendo a resposta.

Quando um sentimento muito mais forte do que um simples gostar invade meu peito, o mando para longe.

- Sim. Eu gosto muito de você, James. - Ele sorri e se inclina, deixando mais um beijo em meus lábios.

- Então pronto. Eu gosto de você, você gosta de mim. Não precisamos de rótulos.

Eu rio diante dessa conclusão.

- É, não precisamos de rótulos... - Seu sorriso aumenta. - Mas precisamos de exclusividade. Apenas para deixar claro.

Ele solta uma risada alta, encostando sua testa em meu ombro.

Quando se acalma, aproxima sua boca do meu ouvido e diz:

- Achei que isso já estivesse óbvio, Severus. Você é meu.

Suspiro, sentindo aquele sentimento muito maior e mais forte voltar para o meu peito.

Não o expulso dessa vez. Deixo ele me tomar. E quando beijo James, espero que ele o sinta.

Quando eu o deito, levando meus lábios em cada canto do seu corpo, espero que esse sentimento deixe meus lábios junto com os elogios que dou a ele.

Quando eu estou dentro dele, me movendo em seu interior quente e apertado, espero que esse sentimento que há em mim ultrapasse meu corpo e chegue no seu, o invadindo.

Espero que ele entenda, por meio de minhas ações, o quanto eu gosto dele.

O quanto eu o amo.

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Inveja // SNAMESOnde histórias criam vida. Descubra agora