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Capítulo nove.
Pov. Severus.
Ao fim das aulas, vou para a biblioteca.
Graças a Merlin, hoje é sexta e não teria que ver nenhum Maroto pelos próximos dois dias.
Bom, nem todos eles.
Sinto os braços de Sirius me circular e logo ouço sua voz.
— Oi, amor. — Ele dá um beijo em minha bochecha e se senta ao meu lado.
Sinto nojo. Não sei até quando conseguirei manter esse teatro.
— Oi, Sirius. — Ele sorri e pergunta sobre o livro que estou lendo. Era o mesmo de ontem. Era a mesma pergunta de ontem.
Engulo o suspiro irritado e digo, da melhor forma que posso:
— É um romance trouxa.
— Oh, parece legal. — É a mesma resposta de ontem. — Você vai a festa da Corvinal que vai ter amanhã à noite?
— Você sabe que não, Sirius. — Noto ele ficar desanimado. Como se eu me importasse.
— Ah, mas aí eu mal vou me divertir...
— Você não precisa de mim para se divertir, Sirius.
Ele pega na minha mão e faz a famosa 'cara de cachorro abandonado'
Pena que não funciona comigo.
— Preciso sim, Sev. — Odeio quando ele me chama assim. Apenas Lily me chamava assim.
— Não, não precisa. — Digo, tirando a minha mão da sua. — Você pode ir sem mim. Sabe que eu não curto essas coisas.
— É, eu sei. Você prefere ficar no seu quarto, fazendo poções e sei lá mais o quê. Só que poxa, Severus, você é o meu namorado! Tem que ir nessas festas comigo. O que acha que as pessoas vão pensar quando me verem sozinho?
— Deixa pensarem, Sirius. Eu não ligo.
— Mas eu sim!
E quem é que se importa com isso?
— Sirius...— Começo, ficando totalmente de frente para ele. — Todos da escola sabem que estamos juntos. Não precisamos ir a uma festa para terem certeza disso, ok? Você sabe que eu não me sinto confortável nesses lugares. Eu nunca insisto para você me ajudar a preparar as poções que vendo, então não insista nisso também.
Ele bufa quando vê que não tem escolha a não ser aceitar.
— Ok! Mas eu ainda acho que você não devia vender essas coisas. É desnecessário.
Agora sou eu que bufo. Já cansei de explicar para ele que eu preciso do dinheiro para sobreviver em Hogwarts e fora dela enquanto não conseguir um emprego.
— Olha, eu vou indo. Tenho treino de quadribol daqui a pouco.
Ele se levanta e me dá um selinho de despedida.
Quando já está longe o suficiente, limpo a boca com o dorso da mão.
Nojento.
Tomo um susto quando Regulos se senta ao meu lado e põe as pernas na mesa.
— Ei, os meus livros! — Digo, tirando meus livros de perto de seus pés.
— Na verdade, esses livros são da biblioteca, Morcegão. — Suspiro enquanto reviro os olhos. Desde que Sirius inventou esse apelido, Regulos não para de me chamar assim.
— Pelo menos eu sou o Batman. E você é o que? O Aquaman?
— Olha, um dia eu ainda vou entender essa piada, e aposto que não vou gostar nadinha. — Ele me olha com os olhos cerrados e com o dedo apontado para mim. — Mas é sério, tenho algo importante para falar. — Ele estava usando a voz séria, então eu devia prestar atenção.
Fecho o meu livro da Jane Austen e ergo meu olhar para ele.
— Fale então.
— Eu acho que o Lupin tá gostando de mim.
Ele diz em um tom bem perto do sussurro.
Tudo o que eu faço é rir.
— Ah, fala sério. Todos sabem que ele gosta do Sirius.
— Era o que eu achava, Batman.
Ignoro como ele me chama.
— E o que te fez pensar isso?
— Ele ficou me olhando o dia inteiro, e quando eu correspondia, ele ficava todo vermelho.
— Isso não significa nada. Eu gosto da Lily e nem por isso viro um tomate quando ela me olha.
— Isso é porque você não gosta mais dela! Isso é porque você nunca gostou dela, Severus.
— Lá vem você com essa baboseira. É claro que eu gosto de Lily. Eu a amo.
— Você pode até ter gostado, mas durou muito pouco. E você só continuou achando isso porque ela era a única pessoa da sua vida que realmente gostava de você. Você confundiu os sentimentos, Severus. Aceite isso logo. O que você sente ou sentia pela sangue-ruim não é, e nunca foi amor! Não esse tipo de amor.
Demoro alguns segundos para digerir suas palavras. Não deveria ser tão difícil engolir elas já que não era a primeira vez que as ouvia.
Quando consigo, me levanto e junto minhas coisas.
Ouço Regulos suspirar quando percebe que eu vou fugir novamente, como sempre faço quando ele toca no assunto.
Por mais que uma parte de mim saiba que ele está certo, a outra, que não aceita isso, é maior e vence.
E duvido que um dia a menor parte de mim vença.
Eu amo Lilian e não me importo com que tipo de amor é esse.
◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇
*Pra quem tá falando que vai ser trisal: não.
*² espero que tenham gostado do capítulo, eu estava tão ansiosa para postá-lo!
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Inveja // SNAMES
FanfictionQuando seu melhor amigo começa a namorar, o sentimento que deveria te invadir é felicidade, ou algo parecido, por ele estar tão feliz. Talvez não tanta quando o namorado dele é seu inimigo há anos. Mas, com certeza, o último sentimento que você de...