Inveja // SNAMES

fala sério!

Capítulo dezoito.

Pov. Severus.

Seu queixo estava apoiado em minha cabeça, enquanto seus braços ainda me cercavam.

Eu não queria sair daqui. Parecia tão seguro.

Acho que é por isso que, mesmo tendo vários minutos que parei de chorar, ainda estava aqui. Desse jeito. Com ele.

Suas mãos desciam e subiam pelas minhas costas, trazendo um sentimento de conforto.

Eu poderia morar em seus braços.

Acho que ele quer que eu more aqui.

Se não quisesse já teria me soltado.

Esse sentimento de pertencimento é tão bom. Esse sentimento de que tem alguém ali com você. Pra você.

Se ficássemos assim o resto de nossas vidas, eu não reclamaria.

Ele cheira os meus cabelos, respirando fundo e eu suspiro em seu peito.

O tanto que eu tô agradecendo a Merlin por não ter feito nenhuma poção antes dele chegar, é muito.

Será que eu poderia dormir aqui?

Será que ele se incomodaria?

Fecho meus olhos.

— Severus? — A voz dele não passa de um sussurro, mas é o suficiente para me fazer afastar dele.

Percebo a vergonha que é ainda estarmos naquela posição.

Afasto seus braços de mim e imediatamente vem um sentimento de vazio e uma vontade enorme de o puxar de volta.

— Ei, ei, ei. Relaxa, Sev. — Fico confuso quando o sentimento ruim não me domina como normalmente quando alguém, sem ser Lilian, me chama assim.

— E-eu — Paro de falar quando percebo que minha voz tá rouca por conta do choro e limpo a garganta. — Já está tarde. Melhor irmos para os nossos dormitórios.

Me levanto, me preparando para ir juntar os meus materiais, quando ele também se levanta e pega a minha mão.

— Ei. — Ele coloca a outra mão em meu rosto e sinto o mesmo esquentar. — Você está melhor?

Abro a boca para responder o automático 'sim', quando percebo que ele não perguntou se estou bem.

Ele sabe que não estou.

Repenso sua pergunta, e respondo com sinceridade:

— Sim. Eu estou.

O canto do seu lábio se levanta um pouco, e logo ele está sorrindo para mim.

Já disse que o sorriso de James é lindo?

— Ah, que pena. Queria ficar abraçado com você por mais algumas horas. — Seu sorriso se transforma em uma expressão de falsa tristeza.

Eu sorrio pois também queria ficar abraçado com ele por mais algumas horas.

Sua mão ainda está em minha bochecha e ele volta a sorrir para mim.

— Você é tão bonito. — Ele diz baixo, mas o suficiente para que eu ouça.

Meu rosto esquenta e sou obrigado a desviar o olhar.

Ele levanta o meu rosto para que eu olhe para ele novamente, fica me olhando por alguns momentos, o que me causa vergonha pois não sou bonito como ele diz, até que me dá um beijo na testa.

— Boa noite, Severus.

— Boa noite. — Como falei sem gaguejar eu não sei, pois meu cérebro deu pane assim que seus lábios encostaram em minha testa.

Ele sorri uma última vez e começa a se afastar.

Na porta, se vira para mim e diz:

— Se você precisar, venha até mim. Eu não vou a lugar algum.

Ele vai embora, e quando não escuto mais nenhum rangido da porta, solto a respiração que nem percebi prender.

No caminho para a comunal, me repreendo mentalmente.

É sério? Querer ficar para sempre nos braços dele? De James Potter?

Fala sério, Severus!

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