Capítulo dezessete.
Pov. James.
Decido tentar falar com Severus mais tarde, quando ele estivesse fazendo aquelas poções.
Ele me disse, na madrugada que passamos juntos, que fazia todos os dias.
Então não duvido que ele estará em uma das salas de aula abandonadas nas masmorras.
Quando Sirius já está dormindo, Remus desapareceu, eu pego o mapa, a minha capa e saio sem fazer barulho.
Fora da comunal da Grifinória, abro o mapa e o procuro.
Impossível deixar de notar o nome de Remus e do Black mais novo juntos na biblioteca.
Espero que Regulos seja diferente de Sirius em relacionamentos também.
Se ele magoar Remus se verá com o meu punho.
Olho as masmorras e, como esperado, o nome de Severus está em uma sala de aula abandonada.
Não demoro a colocar a minha capa e seguir direto até ele.
Quando chego na porta da sala, graças a Godric sem nenhum contratempo, guardo minhas coisas e respiro fundo antes de abrir a porta.
Ela faz um rangido enorme pelo tempo sem usar. Entro logo, apenas para acabar com esse som.
Quando olho para cima, vejo Severus em uma das cadeiras que tinham ali. Ele limpava o rosto e não olhava para mim.
Ele estava chorando?
— Ah...oi, Severus.
— O que você quer? — Sua voz estava mais rouca que o normal e quando percebe, limpa a garganta. — O que faz aqui, Potter?
— Eu, eu...— Eu não fazia ideia do que fazia aqui.
— Vá embora. — Ele se levanta e vai para atrás da mesa que tem na frente da sala, onde tinha um caldeirão e ingredientes para poções.
Eu suspiro. Realmente não achei que ele fosse ficar tão mal quando Sirius terminasse com ele.
— Olha, Severus...
— Vá embora!
— Não! — Respiro fundo. Ainda não era hora de ficar estressado. — Olha, eu sei que você gostava do Sirius e tal. Sei que vocês terem terminado te magoa...— Ele para de mexer nas coisas. Continuo:
— E se você quiser um ombro pra chorar, eu estou aqui ok? Mas não...não me rejeite assim. Achei que estivéssemos criando uma amizade, mas...
— Eu...minha mãe morreu.
Paro de falar e aposto que minha cara era muito estranha porque Severus faz uma careta quando finalmente me encara nos olhos.
Eu estava em frente a mesa e ele do outro lado. Daqui conseguia ver que abaixo dos seus olhos estava escuro, o meu buraco negro estava pequeno e, em volta, vermelho.
— Eu...
Eu não sabia o que dizer.
Ele sai de trás da mesa e se senta na cadeira que estava antes. Não tinha tantas aqui.
Puxo outra cadeira, e me sento ao seu lado quando ele coloca os cotovelos na mesa, olhando para o nada.
— Eu sinto muito. — Digo com sinceridade.
Ele suspira.
— É por isso que faltei. Tive que acertar as coisas do enterro e tudo mais. Não tem nada haver com Sirius.
— Se tem haver com ele ou não, não importa. Eu disse que se estivesse chateado com o término, eu estaria aqui. Mas isso também serve para uma perda.
— Não preciso do seu apoio emocional, Potter.
Ele me olha pelo canto do olho, deixando claro que não gostava dessa ideia. Eu suspiro.
Chego mais perto dele, minha perna encostando na sua, e digo:
— Às vezes, não tem problema precisar do apoio de um amigo.
— Você não é meu amigo.
— Mas você é, para mim.
Ele encara a mesa.
— Eu estou bem. — Diz baixinho, como se tentasse convencer ele mesmo disso.
Aproximo minha mão da sua, mas ele a afasta. Não desisto. Não sou de desistir.
Quando finalmente se deixa vencer, entrelaço nossas mãos.
Me aproximo dele, apoiando meu queixo em seu ombro. Ele fica tenso, mas não se afasta.
Digo baixinho em seu ouvido:
— Eu estou aqui.
E é tudo o que precisa para que a primeira lágrima caia.
Solto sua mão e o abraço. Ele deixa.
Encosto sua cabeça em meu peito e o sinto fechar os braços a minha volta.
Sinto minha camisa molhar enquanto digo palavras de conforto em seu ouvido.
Eu estou aqui.
◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇
* eu gosto tanto desse capítulo 😩😩😭
VOCÊ ESTÁ LENDO
Inveja // SNAMES
FanficQuando seu melhor amigo começa a namorar, o sentimento que deveria te invadir é felicidade, ou algo parecido, por ele estar tão feliz. Talvez não tanta quando o namorado dele é seu inimigo há anos. Mas, com certeza, o último sentimento que você de...