| Capítulo 11 |

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— Saiam! – Sara gritou para os dois que discutiam no meio de sua sala.

Ela estava se sentindo imensamente frustrada, as coisas tinham desandado. Sara esperava que Damien ficasse tão puto com a filha, a ponto de mandá-la para bem longe, ou que ficasse, no mínimo, decepcionado, mas não.

Ava quase flagrou os dois, e juntos, e para fechar com chave de ouro, ela era a noiva traída da "princesinha Darhk".

Estava tudo dando errado.

Os dois pararam a pequena discussão, e se viraram para ela. Cada um trazia uma expressão no olhar. Damien a encarava surpreso, não esperava que ela gritasse com ele, como ele havia feito com ela na noite passada. Já Ava trazia um olhar acusador, cheio de julgamentos e uma pitada de... Decepção?

Ava estava decepcionada com ela?

Logo ela, que surgiu na noite passada, dormiu com ela, gozou enquanto entrava e saía dela, e nem mencionou o fato de ter uma noiva? E essa noiva, precisava ser Nora? Será que algo na vida dela, não estaria relacionado aquela maldita família?

— Eu. Quero. Os. Dois. Fora. Daqui. Agora!! – Falou, pausadamente, como se estivesse falando com duas crianças.

— Sara... – Damien tentou falar, mas foi interrompido.

— Não quero ouvir. – Ela deu a volta na mesa e ligou para Zari, que estava ouvindo toda a discussão do lado de fora. – Mande os seguranças, já.

— A que ponto você chegou, Sara Lance? - Ava falou. Sua voz estava carregada de algum tipo de deboche, algo que acertou Sara em cheio. – Se rebaixar a amante de um homem...

— Cala a boca!

Sara tentava controlar as emoções, mas era praticamente impossível. Ela estava exposta e sensível, uma verdadeira bagunça sentimental. Quando achou que estava colocando tudo no lugar, a vida lhe mostrou que não era bem assim, e novamente a família Darhk estava em seu caminho.

Os seguranças entraram na sala e retiraram os dois, que ainda trocaram algumas farpas antes de serem enchotados da sala.

Foi só o tempo da porta se fechar e vaso se quebrar ao bater nela, dois segundos e ela teria acertado a cabeça de um deles.

— Droga! – Ela gritou, arremessando outro vaso contra a porta.

Ela estava fora de si, cansada, com raiva de Damien, por ele ser tão idiota. Toda aquela cena, o sacrifício que fez ao beijá-lo, tudo em vão, porque o babaca resolveu perdoar a filha. Ela estava com raiva de Ava, por não falar nada sobre a noiva, não que quisesse manter algo com ela, mas achava que merecia saber. E estava com raiva de si mesma, por beijar Damien e dormir com Ava.

"Se rebaixar a amante"

A voz decepcionada de Ava invadiu sua mente. O pior é que ela estava certa, estava se comportando como uma qualquer. Sara estava disposta a qualquer coisa para ter sua vingança, até seduzir Damien se fosse necessário. Só que ela não contava com a aparição de Ava, ela havia bagunçado ainda mais seus pensamentos, e aquela acusação...

Será que valia a pena ir tão fundo por uma vingança?

A resposta veio em seguida.

Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete. Oito. Nove.

Ela tinha nove motivos para não desistir, tinha uma mãe e um pai, ambos mortos esperando por justiça. Ela tinha uma família para destruir, e não mediria esforços, não teria escrúpulos para alcançar seus objetivos.

Sara procurou pelo celular, para ligar para Ray, e o encontrou em cima de sua mesa, tocando. A foto do pai piscava na tela:

— Oi pai. – Ela atendeu, e procurou disfarçar as emoções. Quentin a conhecia muito bem. – Está tudo bem por aí?

Está sim, meu anjo. – Sara sorriu melancólica, ao ouvir o pai chamá-la de anjo. Era algo bem irônico, uma vez que ela estava planejando matar alguém. – Eu estou preocupado, está tudo bem com você?

Mesmo estando a quilômetros de distância da filha, Quentin podia sentir que tinha algo errado. Seu coração andava apertado, as vezes lhe faltava ar. Dinah insistia para o marido procurar um médico, mas ele sabia que o problema não era com ele, era com a filha. Algo estava errado com a filha, ele não sabia exatamente o que era, mas estava disposto a descobrir:

— Claro pai, eu só estou cansada.

Filha, eu te amo muito. – Falou com o tom carinhoso, que sempre usava com ela. – Quero que saiba disso.

— Eu também te amo, pai. – A voz rouca de Sara, transparecia o esforço que estava fazendo para segurar o choro. – Amo a mamãe também, diga isso a ela.

Sara se lembrou da primeira vez que chamou Nora de mãe, ela ficou tão emocionada, que não parava de pedi-la para repetir. Sara passou uma semana dizendo mamãe. Tinha sido algo bem engraçado, na época.

Vou dizer. Tenho que desligar agora, mas volto a ligar à noite.

Sara se despediu do pai, e discou o número de Ray. Ela pegaria pesado a partir de agora, já que a última tentativa havia falhado. Mas não tinha mais importância, Sara ainda tinha muitas cartas na manga:

— Sabe aquelas fotos? – Disse, assim que o "amigo" atendeu.

O que tem elas?

— Divulgue. – Respondeu. – Eu quero vê-las em todas as capas de revistas, em todos os jornais e todos os sites de fofoca.

Como quiser.

— Quero isso pra amanhã. – Ordenou, antes de desligar a ligação.

Após encerrar a ligação, Sara revirou o celular em busca de um outro número e quando o encontrou, lhe mandou a seguinte mensagem.

Esteja no meu apartamento, às dez em ponto. Temos coisas a acertar.

Sara.

                                 

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