| Capítulo 09 |

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Ray deixou Sara em frente ao seu prédio, ela pagou a ele pelo serviço prestado e entrou.

Ela e Ray tinham se conhecido na Bélgica, ele estava numa encrenca e ela ajudou, desde esse episódio, eles mantiveram contato e quando voltou ao Brasil, Lance resolveu procurá-lo. Ele fazer parte do grupo de drogados de Nora, foi obra do destino.

Sara estava tão feliz, que decidiu não ligar para o pai naquela noite, pois sabia que iria se sentir culpada. Quentin tinha esse dom sobre a filha:

— Sara?

Ela não precisava se virar para saber quem era, conhecia aquela voz muito bem:

— Ava?

Ava foi uma antiga namorada de Sara, elas ficaram juntas por quase dois anos e então se separaram. Não houve um motivo para separação, uma briga, um desentendimento ou algo do tipo, simplesmente pararam de se ver. Simples assim:

— Meu Deus, você está gostosa. – Ela riu com o comentário. – Não sabia que estava no Brasil.

— Saberia se fosse da sua conta. – Respondeu.

Sharpe levou as mãos ao peito, e fez cara de ofendida:

— Tinha me esquecido do seu lado meigo.

A Ava atual, não estava muito diferente da Ava que Sara se lembrava.

O corpo alto e musculoso, a pele bronzeada, o cabelo continuava o mesmo estilo, talvez um pouco maior, os olhos verdes e o sorriso debochado de sempre. Na verdade, ela estava exatamente igual.

Ava estava voltando de mochilão pela Europa, e a última coisa que esperava encontrar, era Sara.

Se lembrava bem dela, mas não se recordava de tanta beleza. De fato, Sara estava muito mudada.

A diferença mais notável estava nos olhos, o brilho melancólico de sempre, não estava mais lá. Ela parecia mais leve, mais alegre:

— Eu queria saber o que dizer agora. – Ela admitiu rindo.

O riso de Ava mexeu com algo dentro de Lance e ela não gostou nenhum pouco.

Se lembrou do motivo de ter se afastado dela, estava começando a se apaixonar e na sua vida, não tinha espaço para paixão.

Amor era coisa de criança, Sara era uma mulher, com um objetivo a cumprir.

Se envolver emocionalmente com alguém estava fora de questão:

— Foi bom te ver. – Lance se apressou em dizer. – Mas agora eu tenho que ir.

Sara chegou a virar as costas, mas foi impedida de continuar. Ava segurava seu braço, no rosto o mesmo olhar pidão que sempre usava quando queria algo dela.

"Não, eu tenho que focar no que importa" – Pensou.

— Você sumiu, a gente estava numa fase tão boa.

— Eu não quero falar sobre isso.

— E eu não quero que você fale.

— Av...

Ava pressionou a boca contra a dela, a impedindo de falar. Era incrível como suas bocas se encaixavam perfeitamente, ao contrário de Damien, Ava sabia como conduzir um beijo, sabia como enlouquecer Sara.

Uma mão de suas mãos subiu até o cabelo dela, enquanto a outra passeava por suas costas. Ava sentiu falta dela, de seus lábios macios, de sua língua quente e com gosto de menta... Sentiu falta dela.

Sara não sabia explicar o efeito que Sharpe ainda tinha sobre ela. O toque, a boca, o cheiro, a voz dela... Tudo mexia com ela.

— Ava... – Sara gemeu no meio do beijo, fazendo a outra sorrir.

Ela parou o beijo, mas manteve a testa colada na dela. Era olho no olho, os azuis tristes e os verdes divertidos.

— Pode me convidar para subir, ou eu posso arrancar sua roupa aqui mesmo. – Ava sorriu de uma maneira sedutora.

— O que te faz pensar, que eu quero transar com você? – Ela ergueu uma sobrancelha.

Sharpe mordiscou a orelha dela, e lhe distribuiu beijos pelo pescoço. Lance estremeceu em seus braços, como antigamente:

— Contra fatos...

— Não há argumentos. – Ela respondeu, puxando Ava para dentro do prédio.

Uma noite de prazer não faria mal a ninguém, afinal, ela precisava apagar o rastro que os toques de Damien deixaram, e ninguém melhor que Ava, que a conhecia tão bem, para fazê-lo.

"Só uma noite" – prometeu a si mesma – "Amanhã eu volto a ação."

Revenge | Avalance VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora