Damien podia ver seu fim nos olhos de Sara ele sabia que o ódio dela o mataria e que era mais sensato correr. Porém, permaneceu no mesmo lugar, com o mesmo sorriso debochado no rosto.
Ele sabia qual era o jogo dela, brincar com ele antes de matá-lo... Não, ele não cairia naquela brincadeira de gato e rato.
— Sabe, Sara, gosto dessa sua atitude. – Falou. – É excitante!
Ele sorriu ao perceber os efeitos de suas palavras.
Sara sentia asco por aquele homem, era um nojo tão grande, que seu estômago revirava só de estar na presença dele.
— Guarde isso pra você. – Disse entredentes.
Mesmo sentindo muita dor, Damien se manteve de pé e não desfez a pose. Se iria morrer, morreria como o grande homem que era.
— Você é muito parecida com seu pai. – Comentou. – Esses olhos... Idênticos. – Sara observava ele falar, ela podia acabar com aquilo, mas queria saber um pouco mais sobre seu pai. Henrique havia desaparecido quando Sara era uma criança, logo ela não tinha nenhuma lembrança dele. – Ele me olhou com esses mesmos olhos. – Continuou. – Enquanto eu o enterrava vivo, nos fundos de um terreno qualquer.
Lance tremeu. Não queria ter ouvido aquilo. Henrique tinha morrido, era fato e ela já havia se conformado, mas daquela maneira? Ser enterrado vivo? Era uma maneira horrível de morrer.
— Você... Você... – Ela gaguejou.
— O que, perdeu a fala? – Debochou. – Foi lindo ver aqueles olhos azuis implorando pela vida, clamando pela esposa e pela filha, vê-lo gritar e espernear enquanto eu o enterrava... – Outro disparo foi ouvido, dessa vez acertando a perna de Damien, o fazendo cair. Ele gemeu pela ardência do tiro, mas logo voltou com o sorriso misterioso que tirou Sara do sério. – Sabe por que ainda não me matou? – Perguntou em voz baixa.
— Porque eu quero que sofra! – Sara foi firme em sua resposta.
Ele gargalhou, uma risada de puro deboche que acabou com uma tosse seca.
— Não, Sara! Você não me matou ainda porque sabe que precisa de mim vivo. – Ele sorriu. – Você é vazia, sozinha, seca... Você só vive pra me destruir, quando o fizer, não vai mais ter razão de viver. – Ela sabia que era verdade, isso assombrava suas noites e por mais que quisesse ou tentasse mudar aquilo... Não adiantava. Sara sofreu muito quando criança, passou por tudo em silêncio, pensando na vingança e na morte de Damien. Para ela nada mais importava. Ela não precisava de uma vida, de amigos... Ela só precisava encontrá-lo e matá-lo. – No final, eu te fiz um favor ao matar a vadia da Sus...
Outro tiro acertou Damien na coxa e dessa vez ele não tentou se levantar ou sorrir. Só ficou lá, caído no chão, com um olhar perdido.
— Para de colocar seu ego na frente de tudo! – Ela rosnou. – Ainda não aprendeu? – Ela se abaixou ao lado dele, o puxando pelos cabelos e fazendo seus rostos ficarem na mesma altura. – Colocou seu ego na frente quando matou minha mãe, teve a chance de me matar e não o fez por puro orgulho. – Ela falava devagar, apreciando as reações dele. – Fez a mesma coisa agora. Você sabia que era eu, só não quis admitir que tinha errado.
Damien não teve coragem de questioná-la, até porque ela estava certa, de certo modo ele sabia, só não quis enxergar e admitir que havia cometido um erro.
— É isso que quer fazer? – Perguntou depois de um tempo em silêncio. – Quer me matar? Acha que seus pais gostariam...
— Cala a sua boca! – Ela gritou. – Você não tem o direito de falar sobre os meus pais, não tem!
Ela se levantou e começou a rodear o corpo caído de Damien, pensando em um jeito de matá-lo bem lentamente.
Mesmo sem querer, Sara se encontrou se perguntando sobre os pais.
Será que era isso que eles queriam? Que sua filha se tornasse uma pessoa ruim?
Henrique, Susan e Quentin... Eles se orgulhariam se soubesse o que ela estava prestes a fazer? E Ava? Ava havia pedido tanto para ela desistir...
Ela fechou forte os olhos e sacudiu a cabeça, afim de sumir com aquelas inseguranças... Não era a hora de dúvidas.
Ela não teve a oportunidade de conhecer o pai, de crescer ao lado da mãe, de continuar com Quentin e talvez nem teria a oportunidade de reencontrar Ava. E tudo por culpa de Damien.
Não parecia justo deixá-lo vivo, por mais que a vida dele já estivesse destruída... Não, ela ia matá-lo!
— Saiba que isso vai te garantir uma vaga no inferno. – Ele falou ao perceber que a decisão já estava tomada.
Sara sorriu de lado. Um sorriso perverso, despojado, tão perigoso que chegava a ser encantador. Ela se abaixou novamente, segurando o rosto de Damien entre suas mãos.
— Eu já conheci o inferno. – Sussurrou da maneira sedutora. – Não tenho medo do diabo. Nos encontramos lá!
Ela voltou a se levantar, dessa vez ela estava decidida, certa do que faria. Ela estava prestes a puxar o gatilho quando ele falou, a pegando de surpresa.
— Ela pediu por você antes de morrer. – Falou, fazendo Lance congelar no lugar. – Ela implorou pela vida, pediu pra que eu não a matasse, Susan não queria morrer. – Ele riu da expressão perdida da menina. – Eu parei de espancá-la, falei que a deixaria viver, a enchi de esperanças... Só pelo prazer de vê-la se desiludindo. – As lágrimas que ela tanto lutava para prender, insistiam em cair pelo seu rosto. Suas mãos tremiam pelo ódio, a raiva era tanta que Sara se via paralisada, sem reação diante de tanta crueldade. Ela desejou ser forte o suficiente para calar a boca de Damien, para puxar o gatilho e acabar com tudo... Mas não era. Por mais que tentasse provar o contrário, Sara não passava de uma menina assustada brincando de mulher fatal. Ela voltou a ser Lara Almeida, a menina medrosa e insegura, abandonou de vez a fortaleza que era Sara Lance. – Lara, Lara, Lara... – Ele debochou. – Não importa o quanto cresça, o quanto mude, você sempre será um verme acuado no qual eu piso. – Algo dentro dela gritava, implorava para ser liberado, mas ela simplesmente não conseguia mover um músculo do corpo. Era como se não tivesse mais controle sobre o próprio corpo, como se estivesse ali só assistindo, sem poder se meter na cena. Ela não fez nada quando viu Damien se levantar depois de muito esforço e alguns gritos de dor. Não se moveu quando ele se aproximou e tocou seu rosto com a mão ensanguentada. Ou quando afastou seu cabelo e depositou um beijo em seu pescoço. – Ela ainda estava viva quando eu atirei. – Ele sussurrou pesadamente ao ouvido dela. – Ela ergueu aqueles olhinhos confusos pra mim... Tola, achou mesmo que ficaria viva. Senti prazer em enterrar seu pai vivo, me deleitei atirando em Susan... Mas nada foi comparado a assistir Quentin morrendo na minha frente.
Um grito selvagem escapou pelos lábios de Sara. Ela empurrou Damien para longe, fazendo-o cair no chão e não pensou duas vezes antes de puxar o gatilho dessa vez.
— Um. – Contou ao ver a bala atravessar o crânio de Damien. – Dois. Três. Quatro. Cinco. – Sara sabia que ele já estava morto, mas não conseguiu parar... Na verdade, ela não queria parar. A cada disparo que dava, um prazer inundava seu corpo e fazia ela se sentir viva, quase que inabalável. Ela não reconheceu sua voz rouca contando os disparos. Não se reconheceu. – Seis. Sete. Oito. Nove... – Ela parou e soltou a arma, como se o revólver estivesse queimando sua mão. A cabeça de Damien havia se tornado um amontoado de sangue e carne... Ele estava irreconhecível, assustadoramente irreconhecível. Lance desejou sentir medo, um enjôo, qualquer coisa que provasse que ela ainda era humana, que tinha algo de bom nela... Mas a única coisa que sentiu, foi prazer. Um prazer puro que vinha da alma, uma paz invadiu sua mente e ela não se repreendeu por isso. Sim, Sara tinha feito justiça. Afinal, Damien merecia aquilo, não é mesmo? Ela se agachou ao lado de seu corpo desfigurado e sorriu, como se ele ainda pudesse vê-la. – Queima no inferno, seu cretino. – Falou em voz baixa. – Quem é Damien Darhk, comparado a Lara Almeida?
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Revenge | Avalance Version
Fiksi Penggemar- Por que a deixou viva? - Um dos capangas perguntou. - Ela é só uma criança idiota - O patrão respondeu com desdém - Não vai fazer mal a ninguém. - Errou! - Ela sussurrou sorrindo. 🚨FANFIC ADAPTADA🚨 Obra original: Alren - @Ally_Ligth Adaptação: A...