| Capítulo 13 |

57 5 1
                                    

Sara acordou com o cheiro de café, que vinha da cozinha.

Ela sorriu ao ver o estado que seu quarto se encontrava, era a primeira vez que ficava satisfeita com uma bagunça.

Lance vestiu a camisa de Ava que estava no chão, e seguiu o cheiro maravilhoso que vinha de sua cozinha.

A cena que viu, seria meiga, se não fosse cômica. Ava lutava com a cafeteira, enquanto tentava cortar o bolo que estava na mesa. Ela riu, atraindo a atenção da mais alta, o que fez com que deixasse cair tudo o que estava segurando:

— Alguém vai ter que limpar isso. – Ela falou, se aproximando dela, e depositando um beijo em sua testa.

— É mesmo? – Sara ergueu uma sobrancelha.

Ava balançou a cabeça sorrindo.
Ficava radiante pela manhã, o sorriso brincalhão, o cabelo bagunçado e os músculos a mostra. Até que não seria ruim acordar assim todos os dias, foi o que Sara pensou:

— Você fica gostosa com a minha camisa. – Comentou, analizando-a de cima a baixo. – Mas ainda prefiro sem.

Sara riu, dando um tapa em seu braço:

— A noite foi puxada ontem. – Falou, recebendo um sorrisinho de Sharpe. – Precisa me alimentar, se quiser que eu continue viva.

A risada dela ecoou pelo apartamento, deixando o lugar mais alegre.

Ava olhou para a lambança que havia feito no chão, e passou as mãos pelo cabelo, sem tirar o sorriso do rosto:

— Acho melhor ir comprar algo para você comer. – Disse, vestindo a calça jeans. – E depois, vai ser a minha vez de comer.

Sara fez uma careta, arrancando ainda mais risos de Ava. Nem pareciam o casal prestes a se matar na noite anterior. Muito pelo contrário, elas estavam felizes, claro que não iriam pensar no mundo além do apê de Lance, preferiam curtir aquele momento gostoso.

Quando estava com Ava, Sara se transformava em outra. Ela se tornava mais solta, mais risonha, mais relaxada, menos séria. A Sara rancorosa, ficava guardada, bem lá no fundo, e dava espaço para a Sara divertida. Não era algo forçado, elas se sentiam bem na companhia uma da outra e era isso que tornava aquilo tão mágico:

— Nossa, eles entregam jornal na porta? – Ava perguntou, atraindo a atenção dela.

Fazia um tempo que morava ali, e nunca tinha recebido jornal na porta. A não ser que...

— Er... Sim. – Gaguejou.

Sharpe pegou o jornal, e se encostou no batente da porta para ler a manchete. Antes não tivesse feito:

"Esposa adúltera, filha viciada em cocaína... O que mais a "prestigiada" família Darhk tem a esconder?"

Abaixo da manchete escandalosa, estavam as fotos de Ruvé aos amassos com o motorista, e as de Nora entupindo o nariz em um baile funk qualquer.

"Perfeito" – Sara pensou.

Sentia vontade de rir, e só não fez em respeito a Ava, que estava congelada no lugar.

O rosto já branco, estava transparente, e os olhos verdes, se encontravam arregalados. Ela não podia acreditar no que estava vendo:

— Está tudo bem? – Sara perguntou, da maneira mais verdadeira possível.

— Não. – Ela acordou do transe. – Diz que você não tem nada a ver com isso.

Sharpe estendeu o jornal para ela, que leu a manchete e fingiu indignação:

— Meu Deus! – Exclamou. – É claro que não tenho nada a ver com essa história.

— Sara...

— Por que acha que tem dedo meu nisso? – Perguntou, num cinismo invejável.

— Não sei. – Ela correu até o quarto, e começou a catar suas roupas. – Talvez queira que Damien se separe, assim o caminho fica...

Sara encheu a mão. O tapa estalou forte no rosto de Ava, que ficou completamente atônita:

— NNunca mais ouse a repetir algo assim, ouviu?! – Ava ainda a encarava com a mão na face esquerda. – Eu não sou uma vagabunda qualquer!

— Me desculpa. – Ela pediu, voltando a vestir as roupas. – Falei sem pensar, tá bem? É que ontem, vocês estavam tão próximos, que eu pensei...

— Pensou errado. – Ela a interrompeu. – Sem falar, que esse escândalo vai me afetar também. Maldita hora, que fui associar as construtoras Lance, a essa família.

— Olha, eu preciso ir agora. Nora deve estar precisando de mim. – Falou, fazendo Sara sentir uma pontada no peito. – Me desculpa, prometo que vou te ligar.

— Não vai levar a camisa?

Ava olhou para ela, e sorriu carinhosamente:

— Fica melhor em você, eu compro uma no caminho. – Ava deu um beijo em sua testa, e um selinho em seus lábios. – Fica bem.

E então ela saiu pela porta, levando consigo a Sara divertida, e toda a alegria que enchia o apartamento.
Trazendo a Sara vingativa de volta.

Então patroinha, já deu uma olhada na previsão do tempo? – Ray ironizou, arrancando uma risada de Sara.

— Maravilhoso. – Falou, dando pulinhos pelo apartamento. – Eu queria ser uma borboleta, para poder ver a cara daquele desgraçado.

Ray riu do outro lado da linha:

O que esse pobre homem fez pra você, a ponto de merecer algo assim? – Perguntou.

— Não estraga meu humor. – Lance foi seca. – Já disse que você não é pago para perguntar. Sem falar, que você me deve lealdade.

Nunca vou esquecer o que fez por mim. – A gratidão estava explícita na voz de Ray. – De qualquer maneira, não gostaria de estar na sua lista negra.

— Continue fazendo o que eu mando, que você só tem a ganhar.

Sara desligou o celular e pulou na cama, pegando o Teddy em seus braços:

— É, amiguinho. – Ela sorriu. – Parece que o jogo está virando a nosso favor.

Revenge | Avalance VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora