| Capítulo 05 |

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Sara passou grande parte da tarde organizando as coisas em seu novo apartamento. Tinha voltado ao Brasil para acompanhar de perto uma transação importante da construtora Lance, e para receber um prêmio em nome do pai, que estava com a saúde bem debilitada e não pôde viajar.

Quando soube que voltaria ao Brasil, Sara viu sua chance perfeita de recomeçar a brincadeira de vinte anos atrás, afinal, estava com ela não estava? Ela já tinha deixado ele impune por muito tempo.

Apesar de tudo, Sara era feliz. Tinha uma família unida e amorosa, era filha única e herdeira de uma das maiores construtoras do país, era formada em construção civil, era jovem, bonita e bem resolvida... Não tinha do que se queixar. Teve uma infância tranquila, uma adolescência normal e havia se tornado uma mulher de personalidade forte. O pai era seu maior admirador e fã, não escondia isso de ninguém. Quando mais jovem, ela o acompanhava para todos os lados, ia em todas as reuniões de negócios, em viagens... Dinah dizia que ela era a sombra do pai, e não sentia ciúmes da relação deles, pelo contrário, se sentiu admirada com a conexão deles desde o primeiro dia. O amor pela profissão também foi herdado do pai, Sara não podia ver planta, que ficava encantada. A mesma coisa acontecia com prédios antigos e com os modernos... Com tudo.

A fome de aprendizado, a curiosidade e a vontade de fazer tudo perfeito, foram características que herdou de Quentin.

A personalidade forte, o jeito teimoso e autoritário, e o alto nível de sinceridade, foram herdados de Dinah.

Mas não era só isso, no fundo, bem no fundo, Sara tinha algo da mãe biológica. E foi essa característica que herdou de Susan, que fez com que ela não se esquecesse daquela noite.

A sede por vingança, o desejo de justiça...

Sara não se lembrava muito da mãe, nem mesmo da noite de seu assassinato. Ela se lembrava do que ela mesma guardou, se lembrava do que escreveu em seu diário quando criança e se lembrava do que Teddy lhe dizia. Sim, o urso ficou com ela, mesmo depois de ganhar um mar de brinquedos, Sara não se livrou de Teddy, por dois motivos simples. Primeiro que o urso foi seu único companheiro durante muito tempo, segundo que ele era um tipo de lembrete, ele não deixava Lance se esquecer do seu principal objetivo.

Sara passava o dia fora, com os pais, e quando retornava para casa e via Teddy em sua cama, se lembrava do único motivo de ainda estar viva.

Enquanto esteve fora, acompanhou a vida do homem que desgraçou sua vida, por revistas, sites e jornais. Ele era um homem importante no Brasil, dono de um dos principais escritórios de advocacia do país, não era difícil stalkia-lo. Sara juntou reportagens, recortes de jornais, entrevistas imprimidas... Tudo, o que saía na imprensa internacional, ia para as mãos de Sara.

Depois de tomar um banho quente e demorado, Sara foi desfazer as malas. Ela tinha um evento importante para ir, a entrega do prêmio de grandes empresários. Ela sentia orgulho do pai, ele era seu grande exemplo de vida e se sentiria lisonjeada ao receber aquele prêmio em seu nome.

Todos os grandes empresários estariam presentes com suas famílias, não era diferente com a família Darhk.

Ele estaria lá, seria o primeiro encontro depois de vinte anos e Sara se sentia pronta para isso.

— Já passou o dia da caça. – Falou, retirando Teddy da mala. – Agora é o dia do caçador.

Sara tirou o resto do dia para se preparar, queria estar perfeita e não aceitaria menos que isso, foi algo que aprendeu com sua mãe:

"Uma Lance tem que estar sempre impecável".

Seu pai havia ligados mais de dez vezes, ele estava ansioso e nervoso com a viagem da filha. Quentin não sabia o que, mas sentia que tinha algo de sombrio em Sara, algo que o deixou preocupado com sua volta ao Brasil, pois ele sabia que a raiz estava ali.

Conseguiu acalmar o pai, depois de muito esforço, mas conseguiu. Depois foi se arrumar para o grande evento.

Escolheu um vestido vermelho longo, com uma fenda na perna. Não forçou na maquiagem, mas ousou no batom vermelho e nos olhos marcados. Deixou os cabelos soltos e pronto.

Ela sorriu com o resultado, estava linda e com um ar de garota problema.

[...]

Chegou o grande dia, o dia em que se apresentaria ao país, não mais como Lara Almeida, a menina órfã e pobre, a menina sozinha e cheia de fantasmas na mente...

Mas como Sara Lance, a mulher que estava pronta para brincar de pega.

Revenge | Avalance VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora