Revenge | Avalance Version

| Capítulo 15 |

Quando entrou no quarto de Sara, Damien não esperava encontrar aquele urso. Ele só estava muito curioso com relação a ela, e queria ver um pouco mais da intimidade de uma mulher tão incrível, que estava mexendo com a sua cabeça. Mas encontrar aquele velho brinquedo, despertou algo dentro de Damien e o fez se lembrar da noite que tanto lutou para esquecer. Aquela menina estava agarrada a um urso parecido com aquele, enquanto o encarava com um olhar desafiador... Olhos aqueles, muito parecido com os de Sara, mas... Será? Era possível que aquela infeliz menina, se tornou alguém tão poderosa como Sara Lance?

— Foi um presente do meu pai. – Ela respondeu, arrancando o urso das mãos dele. – Eu vi em uma lojinha em Nova York, e ele me presenteou. Por que a pergunta?

Damien pareceu analisar Sara, em busca de algum sinal, algo que denunciasse sua mentira, mas desistiu. Não fazia sentido.

Ela era filha de uma família poderosa, era uma mulher educada e fina, vivia nos EUA. Não, Sara Lance não tinha nada de Lara Almeida.

— Er... Não é nada.

— O que está fazendo no meu quarto? – Ela cruzou os braços.

— Acho que você me pegou. – Ele riu. – Eu queria ver um pouco mais de você.

Sara suspirou aliviada, ele não desconfiou de nada.

— Por que não me perguntou?

— Também não sei.

Ele tentou investir, mas Sara se afastou.

— Nunca mais entre no meu quarto, sem que eu te convide. Entendeu?

Damien não entendeu a reação da loira. Tudo bem, que ele invadiu o espaço dela, mas não era para tanto.

— Tudo bem, espero que me convide em breve.

《...》

Três semanas se passaram, sem que quase nada acontecesse. Sara acompanhou de longe, o desenrolar da história que ela fez vazar. Damien dava declarações e mais declarações para a imprensa e isso divertia Lance.

As conversas com o pai se tornaram menos frequentes, e isso a preocupava.

Seu plano de vingança estava parado, a última cartada dada foi a divulgação da intimidade da família, mas naquele fim de tarde, ela recebeu uma informação, que poderia mudar tudo.

— O que descobriu?

— O cara é o maior mau caráter. – Ray falou. – Foi investigado por lavagem de dinheiro, e dois assassinatos. Os inquéritos "sumiram" como mágica.

— Do jeito que Damien é egocêntrico, é bem capaz que não tenha destruído os inquéritos.

— Isso quer dizer?

— Que o idiota guarda isso em algum lugar, e eu vou descobrir aonde.

— Não acabou por aí. – Ele continuou. – Ele é viciado em jogos.

— Interessante. Obrigada Ray, eu assumo agora.

《...》

Sara sorriu para o seu reflexo no espelho, ela estava simplesmente deslumbrante, do jeito que queria estar. Tinha um jantar com Damien, e ela fez questão de escolher um lugarzinho especial. No centro da cidade, havia acabado de inaugurar um restaurante cassino, algo perfeito para o que tinha em mente. Mas antes, precisava checar se tudo estava como planejou.

— Conseguiu o que pedi?

— Sim senhora. Ela vai estar na porta do restaurante.

— Ótimo.

Damien ficou de boca aberta ao encontrar Sara, ela estava magnífica. O vestido preto acentuou suas curvas, os cabelos estavam presos ao lado da cabeça, e sua marca registrada, o batom vermelho.

— Você está linda. – Ele abriu a porta do carro.

No momento em que estava entrando no carro, o olhar de Sara se cruzou com outro olhar. Ava estava parada na portaria do prédio dela, ela acenou com a cabeça, virou as costas e foi embora.

Era um problema que Sara resolveria depois.

Como o combinado, assim que desceram do carro, Lance avistou a velha cigana. Enquanto Damien estacionava, ela foi falar com a mulher.

— Você deve ser a Sara. – Ela falou, com um tom de voz que incomodou a loira. – Uma mulher tão bonita por fora, e tão podre por dentro.

Sara teve vontade de socar a velha senhora, mas Damien voltaria a qualquer momento, tudo tinha que sair como ela tinha planejado.

— Guarda suas opiniões, não preciso dela. – Se apressou em dizer. – Raymond já deve ter falado o que tem que fazer.

— Sim, menina.

— Ótimo. – Sara retirou o dinheiro de sua bolsa, e entregou a mulher. - Faça o seu trabalho.

— Destruir esse homem, não os trará de volta. – A cigana falou.

Lance nunca acreditou em nada desse tipo, mas aquela cigana a deixou um tanto abatida.

Ela sabia que acabar com Damien não traria seus pais de volta, mas deixá-lo vivo também não.

— Já disse que não preciso da sua opinião, só diz o que tem que dizer e pronto.

Damien se aproximou, e passou os braços em torno da cintura de Sara.

— Vamos entrar?

— Não, antes quero que se consulte com ela. – Apontou para a cigana. – Você precisa ver o quanto ela é maravilhosa.

— Não acredito nessas coisas. – Falou.

— Pois devia. – Ela comentou. – Vai, por favor.

Damien não conseguiu resistir ao olhar pidão da loira, e acabou estendendo a mão para a cigana.

— O senhor tem um passado negro. – Ela falou, fazendo o homem gelar. – Tome cuidado com coisas belas, elas são perigosas.

Sara revirou os olhos para toda aquela ladainha.

— Eu não sei do que a senhora está falando. – Ele comentou, sem graça.

— Nem tudo que reluz é ouro. – Ela continuou, olhando para Sara. – E cuidado ao assinar papéis nas mãos de desconhecidos...

— Mãe Diná, será que pode falar sobre hoje? – Lance a interrompeu, já sem paciência.

A velha revirou os olhos, mas seguiu o acordo.

— Hoje é seu dia de sorte. – Falou com má vontade. – Um jogo pode aumentar ainda mais suas riquezas.

Damien sorriu para Sara, pagou a velha cigana e entrou animado no restaurante.

"Tolo" – Sara pensou.

Mal sabia ele, que aquele era o começo do seu fim.