Revenge | Avalance Version

| Capítulo 07 |

— Eu vi a entrega pela internet. – Quentin estava do outro lado da linha. – Você estava linda, filha.

Sara estava jogada na cama, vestida com seu pijama de bruxinhas, enquanto contava detalhes da cerimônia para seu pai.

Não fazia nem vinte e quatro horas que estavam longe um do outro, mas a saudade já maltratava os dois:

— E a mamãe? – Perguntou animada. – Ela também viu? Gostou do discurso que eu fiz?

— Sua mãe deve estar se gabando com as amigas agora. – Quentin riu. – Ela só sabe falar de você, e do quanto você estava linda e blá blá blá...

— Está com ciúmes, senhor Quentin? – Brincou.

— Lógico que não, vocês são as mulheres da minha vida.

Sara sentiu o coração apertar, e se odiou por isso. Era algo inevitável, Quentin era a parte boa dela, ele era o que ainda mantinha algo bom em Sara.

Ela imaginou a reação que o pai teria, se soubesse a verdadeira razão de ela estar no Brasil... Decepção.

Quentin enxergava a filha como um anjo, a menina que chegou e mudou a vida de sua família, que deu a Dinah a possibilidade de ser mãe, ele via em Sara uma bondade que nem ela era capaz de ver, e isso a deixava aflita:

— Eu tenho que desligar, pai. – Se apressou em dizer. – Amanhã tenho uma reunião logo cedo.

— Está tudo bem, meu anjo. Durma bem e não se esqueça de ligar.

— Não vou me esquecer.

— Eu te amo, filha.

— Eu te amo, pai. – Disse, desligando o celular. – Me perdoa.

[...]

Damien não pôde acreditar quando sua secretária anunciou com quem era a reunião da manhã, se ele soubesse que a encontraria naquele dia, teria se arrumado um pouco mais:

— Mande-a entrar. – Ordenou a secretária.

Quando voltou, a jovem secretária estava acompanhada de Sara Lance, a mulher que o fez perder o sono.

Damien não conseguia entender o que estava acontecendo com ele, afinal, Sara era só uma mulher, bonita e inteligente, mas uma mulher.

— Senhorita. – Indicou a cadeira para ela. – A que devo a honra de sua visita, senhorita Lance?

— Não precisa tanta formalidade. – Ela se sentou e cruzou as pernas, ciente do olhar de Damien. – Pode me chamar de Sara.

— Claro. Então, Sara, a que a que devo a honra de sua visita?

Sara sentiu vontade de rir, mais rir muito, com o charme barato que Damien jogava para cima dela.

Tolo!

— Bom, o senhor deve saber...

— Sem formalidades, lembra?

Lance jogou as mãos ao alto e sorriu timidamente:

— Me pegou. – Foi o que disse. Ela notou o efeito que aquela pequena frase teve sobre Damien, ele não conseguia esconder o desejo que sentia e isso só a divertia mais. – Bom, como você já deve saber, eu vim ao Brasil para cuidar dos negócios da família. – Voltou a falar. – E um dos interesses de meu pai, é que o seu escritório fique encarregado do nosso departamento jurídico.

— Uau. – Damien se surpreendeu. Como uma mulher tão bela e tão jovem, poderia ser tão profissional? – Estou lisonjeado, não sabia que sua família acompanhava meu trabalho.

— Claro que acompanhamos. – Lance sorriu de lado. – Bem mais do que imagina. A frase, cheia de duplo sentido de Sara, deixou Damien um tanto curioso. Ela estava dando condições para ele? – Então, o que me diz?

Sara tinha consultado o pai pela manhã e mesmo sem entender direito, Quentin deu permissão para a filha fazer a proposta a Damien.

A idéia de Sara era simples: Ela daria a Damien, tudo o que ele pudesse imaginar. O faria se sentir o dono do mundo, só para depois ter o prazer de lhe tirar tudo.

O faria subir, pois quanto mais alto estiver, maior é o tombo...

— É claro que aceitamos. – Ele se levantou e estendeu a mão para ela. – Eu vou tratar dos seus negócios pessoalmente.

— Isso é ótimo. – Sara aceitou o aperto de mão. – Vi que vamos passar muito tempo juntos.

— Isso é bom. – Damien a acompanhou até a porta.

— Isso é ótimo! – Ela sorriu e saiu rebolando em direção ao elevador.