Revenge | Avalance Version

| Capítulo 08 |

A vida de empresária era um tédio, logo Sara entendeu o porquê do pai mandá-la em seu lugar. Ficar sentada o dia inteiro, revisando relatórios e tendo que lidar com gente arrogante, era algo estressante.

Ela já teria perdido a cabeça, se não tivesse um passatempo preferido, enlouquecer Damien.

Sara passava o máximo de tempo possível, provocando Damien. Ela sabia que uma hora ele iria avançar e era isso que ela estava esperando.

A sexta feira chegou, e com ela a nova fase do plano de Sara:

— Já está tudo pronto? – Perguntou.

— Sim senhora. – A voz respondeu do outro lado da linha.

— Ótimo, vou encerrar agora.

Lance guardou o celular, e se virou para Damien que estava sentado em sua mesa:

— Me desculpe. – Ajeitou o cabelo. – Era o porteiro do meu prédio, eu vou ter que ir agora.

— Eu posso levá-la. – Damien se ofereceu.

— Não precisa, eu pego um táxi.

— Eu já avisei que chegaria tarde. – Damien pegou o paletó e a pasta. – Não será incômodo levá-la.

— Já que você insiste...

Sara podia sentir o olhar de Damien em suas costas, enquanto caminhavam para o carro.

Ela estava sendo forte, pois tinha nojo de respirar o mesmo ar que ele, sentia ânsia sempre que ele a tocava, mas aguentava.

Precisava ignorar aquilo, seu plano tinha que ser maior que toda a aversão que sentia por Damien:

— Pode me passar seu endereço? – Falou enquanto entravam no carro.

— Ou posso digitá-lo no GPS. – Sara foi grossa, mas percebeu a tempo. – Se não for incômodo.

— Sinta-se a vontade.

O caminho foi feito em silêncio. Damien estava tão concentrado na estrada, que as vezes tocava "acidentalmente" a perna de Sara, enquanto mudava a marcha do carro.

Sempre que isso acontecia, Lance sentia vontade de puxar o volante de suas mãos e jogar o carro em um barranco qualquer. Só não o fez, pois sabia que ele poderia se salvar ou que morreria rápido... E não, era essa a idéia.

Damien parou o carro, e encarou a loira com um olhar confuso:

— Você mora em uma comunidade?

Sara fez cara de desentendida, enquanto olhava em volta:

— Nossa, acho que digitei errado. – Disse levando as mão a boca. – Ainda não estou familiarizada com o lugar.

Damien teria ficado furioso, se não fosse Sara em sua frente. Ele não se exaltou por estarem na entrada de uma comunidade, muito pelo contrário, viu ali uma oportunidade perfeita.

Ele estava no carro, em uma rua escura e vazia, e Sara estava com ele...

Era uma oportunidade de ouro, já que a loira havia dado sinais de que estava a fim dele, e só não se envolveram por estarem em um ambiente de trabalho.

Damien olhou para Sara, que mordeu o lábio inferior em provocação. Ele entendeu aquilo como um sinal e se aproximou mais, colocou a mão no rosto dela e alisou de leve sua bochecha:

— Tem algo que eu gostaria de ter feito desde a primeira vez que te vi.

Sara aproximou seus rostos até que seu nariz tocasse o dele. Ela sentiu o bigode ralo dele arranhar sua pele macia, seu hálito cheirava a whisky e tabaco, uma mistura que fez o estômago de Sara revirar.