Capítulo 2

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               Narrador Onisciente
                 4 anos mais tarde

Tighnari acordou naquela manhã com um pequeno raio de sol que bateu em seus olhos, ele suspirou abraçando seu travesseiro e virando o rosto apenas para  olhar o relógio de parede. Seis e meia da manhã e um último e cansado bocejo depois, o ômega já levantava e lamentava a triste realidade de que não moraria mais naquela casinha que dividia com seus amigos. Ele ainda passara quase meia hora para se levantar, o cheiro de bolinhos e pães recém assados invadiam seu nariz assim como o chá que deveria estar delicioso, era seu último café da manhã com eles antes de retornar para Cambridge afim de ter uma calmo verão com sua família e então partiria de volta para Londres junto deles, afinal, tinha um acordo e não poderia quebra-lo apesar da tentadora oferta de emprego feita por um gentil boticário a ele.

— Narii!

— Estou indo! — Tighnari se apressou em terminar sua higiene matinal e vestiu uma roupa simples, era tão magro e possuía um corpo tão definido que simplesmente se recusava a vestir qualquer espartilho como a maioria dos ômegas e mulheres utilizavam — Bom dia! — Ele cumprimentou a todos com um doce sorriso no rosto.

A mesa estavam Aether e sua irmã Lumine, Gorou seu melhor amigo e que por sorte sua família também fazia morada em Cambridge e por último o mal humorado Scaramouche, simplesmente o ômega mais rebelde que tivera o prazer ou o desprazer de conhecer, afinal, na primeira vez que se viram foi o encontro mais infeliz que já pode ter com outro ômega. O rapaz de cabelos azulados era nada mais nada menos que o filho da rainha, mas na época o orelhudo não sabia daquilo, então quando o mais velho ia caminhando como se fosse o preferido de Deus, Tighnari apenas tentava encontrar sua sala, ele inocente e sem saber como o outro ômega era acabou pedindo essa informação sendo tratado como lixo e com muita falta de educação.

Tighnari que não era do tipo que levaria um desaforo consigo acabou chamando-o de mimado e mal educado, recebendo um tapa logo em seguida, e se não fosse por Alhaitham seu colega de sala em uma disciplina os dois teriam embarcado em uma briga vergonhosa recheada de tapas e puxões de cabelo — Dormiu bem? — Lumine perguntou com simpatia estranhando as roupas que Tighnari usava.

— Sim, apesar de estar nervoso até que consegui dormir — O feneco era o mais novo entre todos ali presentes — Para ser sincero sentirei muita falta de vocês.

— Nós também — Aether falou com um tristeza imensa na voz — Nem da para acreditar que em fim nos formamos.

— Sim — Gorou sentou servindo a última guloseima na mesa — Mas vamos manter o contato, como Aether e Lumine são os que irão para mais longe só poderemos nos comunicar por cartas.

— É uma pena que não poderemos nos ver com frequência — Tighnari comentou servindo-se de um pouco de chá antes começar a comer os bolinhos.

— Aether já vai casar em breve então ainda teremos a sorte de nos vermos no casamento dele. Mas ao menos eu estarei na pro

— Mochee... Você vai não vai!? — Logo os demais ômegas encaravam o de cabelos azulado que apenas revirou os olhos.

— E eu tenho outra escolha?

Todos desfrutaram de uma manhã agradável, recheada de risadas e conversas animadas, até que as carruagens começassem a chegar, a viagem deveria ser de trem, mas graças a Scaramouche, Tighnari e Gorou tiveram optar por uma viagem mais longa e desagradávelmente cansativa, os dois chegaram a Cambridge pela manhã enquanto o príncipe só chegaria em Londres pela noite.

O ômega tinha um sorriso largo, quando o cocheiro deixou suas coisas no salão da mansão onde vivia sua família, estava para completar um ano que não os via e agora no início do verão poderia se considerar com sorte por não precisar presenciar a alta estação de casamentos pelos próximos meses até a primavera no ano seguinte. Alguns empregados correram para recebê-lo o que o omega certamente estranhou — Onde esta minha família?

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