Wind Polars

Capítulo 22

                Narrador Onisciente

A manhã parecia tranquila apesar da imensa quantidade de coisas que os criados se viam obrigados a limpar, Tighnari estava deitado sob a grande quantidade de travesseiros recebendo o vento fresco da manhã apesar das objeções das duas damas. Cyno entrou no local as dispensando indo diretamente deitar por cima do menor beijando seu pescoço antes de passar a admirar a linda visão do jardim.

— E então? Conseguiu o que queria com monsieur Le Rout? — Tighnari acariciou os cabelos brancos do maior sentindo a maciez dos fios entre seus dedos.

— Consegui, ele vai viver em uma propriedade próxima da nossa em Cambridge.

— Isso é bom — O menor sorriu admirando seu esposo que parecia tão cansado quanto ele.

— Está confortável com nossa viagem amanhã? Nahida já ira conosco e adianto que seu humor está péssimo.

— Eu não a julgo, também não teria o melhor do humores se fosse afastado de minha mãe assim, ainda não vejo o por que dá necessidade de criarmos a sua irmã. Claro que isso não me incomoda, mas não existe lógica alguma.

— É o que a sociedade espera, infelizmente, ela terá de se adaptar com essa nova realidade, querendo ou não.

— Devemos começar os preparativos então?

— Não precisa se apressar — O alfa apoiou-se nas próprias mãos ficando por cima de seu esposo roubando um beijo — Ainda podemos descansar e tentar fazer nosso primeiro herdeiro.

— É claro que só está pensando nisso — Tighnari sorriu pequeno permitindo que Cyno ficasse entre as suas pernas.

— Teremos uma longa manhã.

***

A viagem dos dois de volta para Cambridge fora mais tranquila do que o esperado, apesar de Nahida ter ficado emburrada e a despedida com os pais do ômega terem sido um pouco dramática demais, ainda rendendo um longo sermão do porque um ômega Shuna não deve ficar com as orelhas soltas eles conseguiram chegar bem, os criados ficaram enfileirados, um em cada degrau da escada que dava acesso a entrada do palácio. A menina fora a primeira a entrar sendo prontamente seguida por sua babá, enquanto Tighnari era cumprimentado por cada criado a medida que subia um novo degrau.

— Vossa graça — A governanta e ambos os mordomos já conhecidos pelos dois os cumprimentaram e entraram no local, se deparando com mais criados e o novo cozinheiro dos dois — As coisas estão meio conturbadas no momento e sinto informar que já temos uma visita em seu escritório.

Cyno até tentou ignorar a mulher, olhando para seu ômega que o encarava com certo pesar, tudo que os dois queriam era aproveitar com mais tranquilidade sua nova vida de casados, mas todos pareciam mais  interessados em atrapalha-los — Enquanto isso vossa graça venha comigo e lhe mostrarei a casa e lhe passarei as regras do consorte.

O alfa beijou o topo da cabeça de seu ômega e olhou para a mulher — As de meu pai, não são as minhas, Tighnari não vai viver de forma retraída como minha mãe viveu. Ah claro, o que eu pedi. Já está feito?

— Sim vossa graça.

— Ótimo. Você já sabe — A mulher assentiu observando o rapaz que vira crescer subir as escadas. Ela sentia um certo orgulho por ter a chance de vê-lo se tornar um homem.

— Vamos? — Ela sorriu com ternura e Tighnari retirou a capa começando a segui-la pelo palácio que não via a quase a um ano. E sensação era quase a mesma que vinha tendo na última semana em que viveram no palácio em Londres. De não pertencimento.