Capítulo 19

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                 Narrador Onisciente

Tighnari quase não havia conseguido dormir, durante toda a noite sentia borboletas em seu estômago e não conseguia para de se remexer. Pela manhã uma de suas criadas havia entrado e sorriu aliviada ao perceber que ele já estava acordado. Em apenas três horas ele estaria caminhando pelo altar, seria entregue para Cyno e então estaria casado. Ele sentiu um nervosismo absurdo quando tal possibilidade havia passado por sua mente, engoliu seu café da manhã com dificuldade e apenas esperou que seu banho ficasse pronto.

— Está pronto jovem mestre — A mocinha olhava para o chão e apenas esperou quando o ômega entrou o banheiro, retirou suas roupas e afundou na banheira. A criada ainda o ajudou a lavar os cabelos e esfregar bem as costas e os seus pés, ele mesmo cuidou de sua calda esperando que a menina colocasse na água as loções e os óleos que estava habituado a usar.

— Nari! — Collei entrou no banheiro já muito bem vestida e encarou seu irmão — Mamãe disse para você descer, temos um visitante inesperado.

— Quem? — Tighnari secou sua calda e seus cabelos como pode e seguiu até a biblioteca, onde ninguém mais ninguém menos que Diluc o aguardava, ele não havia pensado em se arrumar, afinal aquilo levaria umas boas horas até ficar pronto de fato, então colocou uma de suas camisolas mais grossas, um robe de cetim e lá estava ele de frente para o alfa que sentiu sua boca secando apenas de ter aquela visão — Mestre Diluc, me perdoe a informalidade, não esperava sua visita.

— Eu quem peço perdão, já vinha matutando como falar com você a dias e não me vinha coragem alguma.

— Bom. Em que posso ser útil?

— Essa união, é do seu agrado? Você está bem com isso?

— Nossa... — Tighnari respirou fundo quando assentiu — Sim, mestre Diluc, eu estou muito satisfeito com meu casamento.

— Agora me diga, você teria aceitado? Se eu tivesse feito o pedido naquele dia?

— Teria — Tighnari foi sincero.

— Ainda há tempo. Se quiser desistir desse noivado — Diluc aproximou-se perigosamente tocando seu braço.

— Mestre Diluc — Tighnari encarou suas mãos — Eu teria aceitado seu pedido, do mesmo jeito que teria aceitado o de lorde Ayato se me fosse conveniente, a verdade é que, eu tenho sentimentos muito fortes por Cyno, e que ainda estou aprendendo sobre. Eu poderia aprender a amar você se nos casassemos, mas acho que você nunca me amaria da forma como mereço.

— Tem razão — O ruivo murmurou consternado. O fato era que a dona daqueles lindos cabelos loiros sempre o atormentava quando pensava em cortejar algum ômega.

Os dois ainda trocaram poucas palavras antes do alfa bastante descontente voltar para sua carruagem — O que ele queria? — Ecatherine perguntou quando encontrou com seu filho no quarto, ele já estava pronto para retornar para o seu banho.

— Me coagir a desistir de meu casamento.

— E o que você disse!? — Ecatherine perguntou. Tighnari a encarou entrando na banheira como se a resposta fosse óbvia.

— Minha resposta não foi óbvia?

— Céus. Devo ter praticado um crime terrível na vida passada para ter sido punida com um filho como você.

— Ora mamãe, pense que a senhora foi abençoada, logo poderá se gabar e dizer que é mãe de um duque — A mulher pareceu convencida quando deixou o quarto e Tighnari pode suspirar aliviado. O decorrer das horas, fora apenas com Ecatherine fazendo seu penteado e falando sem parar sobre o quanto estava orgulhosa e animada. E quando se viu sozinho já arrumado e cercado de algumas guloseimas e um bule de chá uma empregada surgiu lhe entregando uma carta com o selo usado pelo duque, ele suspirou pensando que logo até o seu selo mudaria quando evitasse cartas.

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