Narrador OniscienteTighnari terminava dois experimentos em sua estufa e sorria animado com os resultados, o veneno de um cogumelo que importou recentemente do Japão tinha propriedades excelentes para cura de enfermidades como as de Kasala, ele ainda não tivera coragem de testar em uma pessoa, ainda mais em seu sogro, mas se estava correto aquela fórmula seria a resolução de inúmeros problemas de saúde. Ele finalizou suas muitas anotações e saiu do lugar levando consigo o caderninho e um sorriso vitorioso.
Mas claro que ao entrar em casa e sorrir para Cyno que prontamente o ignorou, a realidade volta para si como um tapa, seu marido ainda não falava consigo mesmo depois de uma semana. Ele não tinha culpa, já havia enviado uma carta para a mãe de Nilou e já deveria ter recebido uma resposta, coisa que não aconteceu. Com isso, restou para ele adicionar a ruiva em sua rotina juntamente de Collei e Nahida, coisa que também fora contra a vontade de sua mãe que até mesmo se ofereceu para levar Nilou consigo para York onde Tiana morava.
Ecatherine havia feito apenas uma passagem para conhecer seu netinho mas logo em seguida voltou confiando mais uma vez Collei a Tighnari. O advogado de Cyno, Sullivan subia as escadas bastante desconfiado e ainda olhou mais uma vez para trás apenas para ter certeza de que via a princesa caminhando lentamente até a sala de visitas — Oh, vossa graça, que bom que nos encontramos, queira vir comigo por favor — Ele falou com Tighnari e o menor assentiu o seguindo até o escritório do duque. Cyno estava sentado a sua mesa de forma despojada enquanto tomava uma dose de whisky, ele não falou nada quando o menor entrou, apenas estendeu a carta para o feneco que sentiu até os pelos de sua calda arrepiando. Era a "mãe" de Nilou o respondendo.
"Fique com essa meretriz para você, venda para um bordel. Ou a mantenha para o seu marido usar quando não puder usar você. Ela não é mais minha filha."
Eram apenas quatro linhas mas que fizera Tighnari perder as forças das pernas e precisar de amparo do advogado que o ajudou a sentar na outra cadeira que tinha no amplo escritório — Como... Como uma mãe pode falar isso com a própria filha... Sugerir uma coisa como essa... — Ele parecia transtornado olhando o selo e relendo a carta várias e várias vezes.
— Sullivan.
O homem pareceu acordar assentindo e pegando um papel onde havia feito inúmeras anotações — Sua graça Cyno, permite que Nilou fique. Mas ela, ponto um: não será parte dessa família, apenas uma protegida. Ponto dois: não terá direito a um dote, isso fica apenas para a senhorita Nahida e os futuros ômegas que suas graças tiverem. Ponto três, ela será bem tratada, mas não poderá receber a mesma educação que a senhorita Nahida e Lady Collei. Ela será uma dama de companhia até ter idade para ser desposada por algum cavalheiro ou Lady. Ponto quatro: uma história será contada para a alta sociedade para evitar um escândalo ou más línguas difamando os duques. Ponto cinco: a senhorita Nilou deverá manter uma distância adequada de sua graça, o duque, devendo fazer suas refeições no quarto, não poderá participar de eventos sociais e nem jantares ou piqueniques em família.
Tighnari sentiu-se ultrajado deixando isso bem claro em suas expressões — Precisa que o seu advogado fale comigo?
— Se eu falasse você me escutaria?
— E se eu não obedecer uma dessas regras vai me processar?
— Não — Cyno bebeu mais uma dose de uma vez e olhou para o menor que tinha os olhos marejados — Se descumprir algumas regra ela vai embora, simples assim.
— Simples assim... — O ômega murmurou ficando de pé — Posso me retirar? Vossa graça.
A forma de tratamento fora proferida em tom de escárnio, mas Cyno não se importou bebendo mais um pouco antes de começar a lidar com Sullivan problemas que realmente eram importantes para si. Tighnari deixou o escritório quase surtando e indo até a sala particular feita especialmente para as crianças. Ele viu Nilou na porta observando por uma brecha — O que está fazendo? — Ela teve um sobressalto e olhou dele para o chão.
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Wind Polars
Hayran KurguA felicidade não pode entrar de repente num coração desolado sem sufocar um pouco. As vezes a alegria dói tanto quanto a dor. A dama das camélias - Alexandre Dumas Filho. Mesmo com todos os altos e baixos os dois amantes desafortunados ainda consegu...