Capítulo 11

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                Narrador Onisciente

A noite de sábado estava tão tranquila e o clima tão agradável que Tighnari sentia que não precisaria reclamar de nada. O dia também fora tão tranquilo quanto ou no máximo suportável, já que a presença de Cyno complicava demais as coisas para si, pela manhã ele tomou o café na cama, não estava disposto e sua cabeça ameaçava doer, mas a tarde conseguiu se unir a todos no belíssimo jardim e ter uma refeição recheada de conversas fofocas e algumas piadas sem graça que o alfa recentemente aprendera, o feneco e Collei ficaram sérios quando ouviram a primeira, já sua mãe, a duquesa e Nahida acabaram rindo, o que deu cabo para que o rapaz começasse a contar muitas outras.

No decorrer da tarde Cyno deu atenção as duas meninas, Ecatherine e Buer saíram para visitar o vilarejo que tinha nas proximidades enquanto o ômega havia sentado no jardim com um livro em mãos próximo a onde o alfa ensinava Collei e Nahida a usar um arco e flecha, Tighnari quis se intrometer já que havia notado alguns erros, mas o moreno estava tão imerso e explicava tudo com tanta tranquilidade e gentileza que ele simplesmente não conseguia sair do lugar em que estava. O livro que havia levado durante as várias horas que se seguiram até o chá da tarde, ficou parado na mesma posição que havia deixado em seu colo, livido e intocado.

— Tudo bem Collei — Cyno falou sentado na grama em posição de lótus, ele havia retirado o colete que vestia e arregaçado as mangas, o dias estava quente então pouco se importava com suas roupas —  Relaxe os ombros e erga um pouco mais o cotovelo.

— É muito difícil — A menina resmungou cansada quando errou a pontaria pela vigésima vez naquele dia.

Um dos criados correu até onde as miras estavam recolhendo as inúmeras flechas caídas pelo chão, apenas para deixá-las novamente ao lado das duas meninas — Nahida sua vez — A elfa assentiu prendendo a respiração. Ela ficou na posição exata que seu irmão havia ensinado e mesmo mirando muito bem sua flecha não ganhou força o suficiente para chegar até a mira — Não fiquem tristes. Apenas tentem novamente — O rapaz as encorajou, ele não sorria o que causava leves calafrios em Collei, mas suas intenções ao ensina-las era boa.

— Irmão — Nahida chamou sua atenção unindo os dedos na frente de seu corpo e fazendo um beicinho — Quando aprendermos pode nos levar para caçar?

— Claro. Embora eu sempre cace usando armas.

— Pode nos ensinar a usar — As duas haviam ficado de joelhos na frente do alfa com as mãos unidas e os olhos brilhantes, restando para ele apenas suspirar e desejar não ter falado nada daquilo.

— Bom... Er... Vocês ainda são jovens demais para usar armas de fogo, portanto, não. Fiquem apenas com os arcos mesmo.

Depois de quase uma hora, as duas estavam deitadas ao seu lado com uma expressão exausta — Não aguento mais — Collei resmungou mais uma vez deixando o arco de lado.

— Bom. Ao menos vocês ainda conseguiram acertar o alvo algumas vezes.

— Vossa graça — Um dos criados o chamou bastante desconfiado — Devo trazer os pôneis ou deixá-los no estábulo?

As duas meninas rapidamente ficaram de pé esquecendo-se totalmente do cansaço e novamente com os olhos brilhantes — Acho que tem a sua resposta — Cyno suspirou olhando para trás, Tighnari não parava de olha-los e também nunca se aproximava — Por favor, sirvam Milorde Tighnari com chás e alguns doces.

— Nós já oferecemos vossa graça, ele recusou.

— Meu irmão é um pouco tímido — Collei informou — Ele sente que só pode aceitar o chá se algum anfitrião estiver com ele. Cyno, o senhor poderia fazer companhia a ele.

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