Capítulo 23

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               Narrador Onisciente

Tighnari já devia ter levantado e sentado, suspirado e se lamentado internamente pela vigésima vez apenas naquela manhã. O ômega além de lidar com seu próprio mal humor, enjôos e vontade excessiva de comer, ele precisava lidar também com o mal humor de Nahida, a menina era uma adolescente muito doce, educada e gentil mas desde que fora morar com eles, ela havia mudado completamente — Nahida — O ômega a chamou mas ela fizera questão de não olhar para ele apenas resmungando um "hmm" — Hoje nós temos que ir até a feira. Anual. Preciso que venha comigo.

— Não quero.

— Não é questão de querer Nahida, é questão de dever.

— Então este é o seu dever não o meu.

O ômega suspirou novamente, sentindo que o melhor para si era não debater com a menina e deixar para o irmão dela resolver aquele problema — Tudo bem — Ele murmurou e olhou para Candace que estava obedientemente parada na cadeira ao seu lado, ela o estava visitando, já que não era mais sua dama de companhia e sim uma Lady — Willy, peça que arrumem minha carruagem, vou me trocar e então partimos.

Tighnari não demorou muito para se arrumar, mas as lembranças de quando conheceu Cyno estavam vividas em sua mente. E aquilo o fazia pensar, que a exato um ano, o havia conhecido, haviam passeado juntos por aqueles campos, trocado risadas e promessas. O feneco não conseguiu evitar de sorrir quando fora recebido por seu pai assim que a carruagem parou, claro que o homem estranhou a ausência de Nahida, mas não questionou os motivos para tal — Como se sente?

— Péssimo. Vamos terminar isso logo — O homem teve de prender a gargalhada então levou o menor até onde sua mãe estava. As competições e até as comidas estavam diferentes naquele dia e em fim, quando pode finalmente retornar a sua casa novos problemas já o cercavam.

— Vossa graça — Um homem de cabelos loiros e pele bronzeada o cumprimentou e logo passou a segui-lo pelos cômodos.

— Lorde Miers, a que devo a honra? Um servo direto da rainha em minha residência é algo no mínimo novo. Devo alertar que meu marido está lidando com alguns assuntos familiares em Londres — Tighnari tinha uma postura altiva quando sentou-se em sua poltrona e ordenou que chá fosse servido para ambos.

— Bom, a rainha deixou muito claro que meus problemas poderão ser resolvidos com o senhor, duque consorte.

— Fale então.

— Estou lidando com fanáticos religiosos, invadindo minhas terras e tentando reivindica-las, terras estas que foram cedidas pelo falecido duque Koreen o avô de seu marido para o meu avô, muitos anos atrás.

— É claro — Tighnari assentiu, ele já estava sabendo daquelas invasões, mas não sabia que logo ele deveria lidar com aquilo — Certamente temos um grande problema em nossas mãos, problemas com fanáticos religiosos sempre tomam proporções gigantescas e catastróficas, mas diga-me, são os cristão novamente?

— Sim. Vossa graça, eles estão certos que os híbridos são o pecado encarnado e voltam a pregar que existe anormalidade entre um alfa e um ômega do mesmo sexo terem uma relação. Minha esposa é uma kitsune, não posso permitir que algo de ruim aconteça com ela e nossos filhos.

— Certo. Willy! — O mordomo apareceu ao lado com bastante polidez — Tentaremos primeiramente um acordo, peça que chamem meu pai e sua cavalaria, traga papel e uma pena para mim, enviarei uma carta ao duque, informando que estarei usando a nossa cavalaria.

— Sim, vossa graça.

— Vossa graça — Candace pareceu preocupada, mas manteve-se firme, mesmo sob o olhar frio do mais novo — Devo advertir que não é bom para o senhor e o filhote, que vá lidar com assuntos tão complexos, espere por Cy... Por vossa graça.

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