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Talvez a saudade seja uma das mais belas formas de afinidade, sem ela não teríamos a alegria do abraço de alguém que mesmo distante nos faz bem.
(Autor desconhecido)
💔Mesmo com o clima péssimo durante gravações, com Mário e o Leo debatendo e implicando um com o outro o tempo todo, eu estava super animada. Mais ainda quando chegou o fim de semana. A rotina estava pesada, 12 às vezes 14h de gravações por dia me deixavam exausta, mas a galera estava combinando de ir a um bar naquela sexta à noite. Como eu já tinha negado da última vez, mesmo exausta, eu topei. Seria bom e eu poderia descansar o sábado todo. Quem sabe o Leo não aceitava dar uma volta em Recife no domingo? Cheguei eufórica no quarto, ansiosa para dividir com ele meus planos.
- Leo! Se arruma, vamos no barzinho com a galera. Não aceito "não" como resposta. - Nenhuma resposta. - Leo? Cadê você? - Vi a porta do banheiro encostada e pensei que ele pudesse estar lá. Bati com cuidado. Nada. Percebi que a maioria das roupas tinha sumido. Tentei ligar pelo WhatsApp. Não completava a ligação. Fiquei preocupada e liguei pra Bárbara.
"Babi, sabe do Leo? Ele não está aqui no hotel." - Eu perguntei, tentando não transparecer que estávamos no mesmo quarto.
"Ah acho que ele estava com saudades da mulher e da família. Voltou pro Rio, volta domingo ou segunda." - Senti um aperto no peito, meus olhos queimaram, loucos para chorar, senti como se ele tivesse me deixado de lado. Por que ele não me falou?
"Ah tá." - Tenho dúvidas se consegui disfarçar minha decepção.
"Dona Clarice, nada de baixo astral porque seu crush não tá aqui. Se arruma e vamos pro bar." - Eu corei. Será que meus sentimentos estavam tão perceptíveis?
"Para de bobagem. A gente é só amigo." - Eu ri sem graça.
"Aham, vou fingir que não lembro da cena de vocês dois na cama quebrada." - Ela me jogou na cara.
"Ahhh pára Babi. Tô falando sério, ele é casado."
"Eu já teria pegado. Mas ja que esse é o problema, olha pro Mário. Ele tá caído por você, perguntando de 5 em 5 minutos se vai hoje." - Ela soltou uma gargalhada alta.
"Ah Babi, então vou ficar aqui no quarto quieta." - Eu choraminguei. "Bem que o Leo tinha me falado."
"O que?"
"Que o Marinho estava interessado, que estava com ciúmes de mim depois daquele acidente no quarto. Eu não acreditei, como ele sabe?"
"Ele sabe porque se identifica. Deve tá morrendo de ciúmes também, mas esse é furada. Vai ser uma transa gostosinha e ele volta correndo pra mulher. Vê que ela piscou os dedos e ele atravessou o país." - A verdade nua e crua, exposta dessa forma, me fez murchar.
"Vou desligar, Babi. Vou pensar se vou, tá bom?" - Eu avisei, minha voz por um fio.
"Nada disso. Marca 40 minutos que tô passando aí."
"Ah não" - Eu neguei desanimada.
"Sim. Não vai ficar trancada nesse quarto. Qual é o número do seu?" - Lembrei que era segredo. Fiquei em silêncio. "Vou perguntar na recepção, você não escapa."
"Não, não. Eu desço." - Finalmente me convenci.
Comecei a me arrumar. As lágrimas insistiam em cair pelo meu rosto. Eu não podia estar assim. Não podia. As palavras da Babi ecoavam na minha cabeça.
"Vai ser só uma transa gostosinha e ele volta correndo pra mulher."
Olhei para a cama, vi o pijama dele jogado ali. Hesitei, mas peguei a camisa fina de algodão. Levei até o rosto, me embriagando naquele perfume. Joguei a camisa longe, com raiva. Eu estava louca. Balancei a cabeça, tentando me livrar daquela saudade louca. Eu tinha visto ele há menos de três horas. Eu era uma idiota.
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O AMOR DESPERTA
RomanceO amor desperta ♥️ Catarse. Lembranças. Medo. Alegria. Pânico. Felicidade. Insegurança. Companheirismo. Ciúmes. Vontades. Desejos. O amor desperta sensações que há muito tempo estavam adormecidas. Clarice Muller, ou Cici Muller como é conhecida, é...