23. PRIMEIRAS VEZES

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A primeira vez que eu te olhei, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou.
(Jorge Aragão)
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Eu não conseguia mais me manter no rio, fingindo que aquela cena não me causava um tesão absurdo e vontade maluca de tê-la pra mim. Eu não conseguiria mais disfarçar. Eu não podia e nem conseguia lidar com tudo o que eu sentia pela Cici. Eu precisava fugir dali.

Já tínhamos a cena. Repetimos um monte de vezes. Não perderíamos muita coisa. Fui direto para o meu camarim e tomei um banho gelado, lembrando feliz da carinha dela de raiva sentindo ciúmes de mim. Fiquei rindo sozinho.

Enrolei a toalha na cintura enquanto secava meu cabelo com uma toalha de rosto qualquer e conferia se a Amanda havia dado algum sinal de vida. Nada! Quando me virei a Cici estava diante de mim. Fiquei surpreso e não consegui formular nenhuma frase e ela percebeu meu espanto. Ela ainda vestia o roupão que usávamos depois da gravação.

- Desculpa... eu bati na porta, você não respondeu. Não sabia que estava assim. Eu volto outra hora... - Ela se justificou e eu me adiantei segurando sua mão, tentando fazer com que ela ficasse.

- Leo... - Ela olhou pra minha mão e depois fixou os olhos nos meus. Era como se me implorasse que eu a deixasse ir.

- Me diz o motivo pelo qual veio até aqui. - Apertei sua mão mais firme.

- É melhor eu ir embora... - Ela recuou, soltando a mão da minha.

- Por que?

- O que você disse, no rio. Depois a gente se beijou...

- É a verdade, mas gostei de saber que sente ciúmes. De saber que não está alheia a minha presença.

- Eu não estava com ciúmes. Você é casado! - Eu ri com o jeitinho orgulhoso dela e desviei os olhos.

- Cafajeste! Você simplesmente nem se importa. - Ela se irritou comigo e eu fiquei alguns segundos sem reação. Eu tinha meus motivos pra não querer contar o que havia acontecido comigo e com a Amanda, mas também não queria que ela achasse que eu era um cafajeste.

- Eu não sou mais casado. - Eu finalmente falei.

- Mentiroso!

- Não quero falar sobre isso, te envolver nisso, mas eu saí... vou sair de casa quando eu voltar. - Eu tentei explicar.

- Todo homem traidor tem esse mesmo discurso.
- Uma tristeza tomou conta de mim no mesmo instante. Eu tive tanto medo de contar.

- Por que se importa com meu discurso? Se não sente nada, que diferença eu estar casado ou não faz pra você? - Eu provoquei e ela ficou sem reação, mas os olhos fixos em mim. - Por que veio até aqui? - Eu insisti.

- Eu não sei. Eu vou embora. - Peguei sua mão de novo.

- Não vai, fica aqui comigo. - Eu implorei.

- Eu não devo. Eu estou tão confusa. Você tem razão, eu não devia ter reagido daquela forma no rio. Eu não posso te cobrar nada, muito menos sentir ciúmes. - Ela assumiu timidamente. Eu dei um sorriso espontâneo. Ela se aproximou, tocou meus lábios com os dedos, devagar. Senti um frio gostoso na barriga e puxei seu corpo pra mais perto.

- Como eu falei, não precisa... - Nossas bocas estavam a um palmo de distância. Olhos vidrados um no outro. - Sentir ciúmes de ninguém, porque há três anos só tem uma mulher que ocupa meus pensamentos. Desde aquela nossa primeira conversa no teatro. Desde o primeiro sorriso. Da primeira bala ácida que enfiou na minha boca e eu odiei. - Ela sorriu pela primeira vez e eu me aproximei um pouco mais, nossos lábios chegaram a roçar um no outro. Ela fechou os olhos entregue.

- Leo, eu não posso fazer isso. - Nossas bocas continuaram roçando no rosto um do outro.

- Desde a primeira vez que eu te vi, eu nunca mais pude pensar em outra mulher e não fui capaz de controlar o fato de que eu fiquei loucamente apaixonado por você. - Eu sussurrei no ouvido dela.

- Leo... - Ela pediu baixinho.

- Diz que não sente nada... eu viro as costas e eu nunca mais vou te perturbar. Só fala olhando nos meus olhos que não sente nada.

Dessa vez foi ela que permitiu que nossas bocas se encostassem, me deu um beijo doce e depois um beijo cheio de paixão.

- Desde o primeiro momento... - Ela sussurrou no meu ouvido.

Foi a deixa para nos entregarmos. Eu buscava sua boca com vontade, enquanto segurava sua nuca em uma tentativa de trazê-la mais pra perto. Ela segurava minhas costas com firmeza. Eu sentia sua unha arranhando ali e em pouco tempo minha toalha estava no chão. Fomos dando pequenos passinhos pra trás até encontrar o minúsculo sofá do camarim. Desatei o laço do seu roupão, revelando seu corpo, antes de deitá-la delicadamente. Ela estava exatamente como no rio e este fato, por si só, já me deixava louco. A blusa branca transparente e um pouco molhada e aquele adesivo cobrindo sua intimidade. Me livrei dele em um segundo, para alcançar o que eu desejava com os dedos. Ela arfou baixinho, chamando meu nome.

- Eu não sei o que a gente tá fazendo... - Eu sussurrei, enquanto beijava sua orelha.

- Nem eu. Alguém pode entrar aqui.

- Podemos fazer outra hora. - Eu sugeri, implorando mentalmente para que ela não aceitasse minha sugestão.

- Uhum. - Não entendi se era um sinal para parar ou continuar. Ela virou o rosto de lado para que eu alcançasse seu pescoço com a boca e entendi que era um sinal verde. - Deve ser só atração. - Eu ri, encantando com tudo o que estava acontecendo ali.

- Tem tesão pra caralho, mas definitivamente não é só isso. - Eu sorri com a possibilidade. Ser só tesão era uma utopia pra mim.

Depositei alguns beijinhos leves no seu pescoço e levantei a bendita blusa, revelando um de seus seios. Ela me olhou, depois entrelaçou as pernas em mim. Tentando me levar pra mais perto. Beijei seu seio exposto, me demorando ali com a boca, enquanto penetrava devagar. Mantive meus movimentos lentos e ela gemia baixinho. Eu queria muito que ela sentisse prazer.

- Então eles tem esse gosto? - Eu brinquei com ela, que mordeu os lábios enquanto me sentia e olhava nos meus olhos. - Desde que eu vi, na noite do teatro, eu fiquei imaginando.

- Safado!

- Eu sou, mas prometo que só pra você! - Eu acariciei seu rosto e seu cabelo e a tomei pra mais um beijo quente.

Ela foi rebolando mais rápido contra meu corpo. Eu aumentei meus movimentos conforme ela guiava o nosso ritmo. Nossos corpos grudados e suados se entregaram aquelas sensações logo depois.

O AMOR DESPERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora