C11

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S/n Cabello Lyonne Point of View

Esfrego os olhos pela quarta vez em menos de 10 minutos, essa semana não está sendo fácil mesmo. Estou acompanhando meu pai na quimioterapia, ele está nauseado e isso é normal. Ando desanimada e sem ver muito sentido, estou tentando ser otimista mas minha fase desse momento é simplesmente só levar a vida como posso.

Todo esse descobrimento sobre meu pai me afetou muito diretamente e particularmente, era algo que eu não esperava e me deixou simplesmente sem estruturas. Minha mãe está confiante, o que é bom, as crianças choraram quando souberam e não desgrudam dele. Camila agora está ainda mais apegada, por algum motivo os dois conseguiram ficar ainda mais juntos e unidos do que antes, ele quer ficar ao máximo com o bebê e minha esposa.

Eu não gosto desse clima, as vezes sinto que ele quer aproveitar ao máximo porquê pensa o pior mas, não é bem assim, existe uma cura, existe uma saída e ele está se negando a forma mais eficaz, o que eu não entendo. Eu tento, sei que ele está com medo, sei que há receios mas, é o melhor no momento.

Está sendo difícil para todos, até a gente finalmente aceitar, irá doer mais. Ainda estou em negação, mas, caindo na real. Meu pai está com câncer, não tem pra onde fugir.

— O que tanta pensa, estrela? - Ouço sua voz grossa e desvio o olhar da parede.

— Em nada, apenas viajando. Você está bem? - Ele assente sorrindo fraco.

— Sim, estou um pouco sonolento, mas isso é porque não dormi muito ontem a noite, sua mãe e eu decidimos nos divertir. - Coloco a mão no rosto prendendo o riso.

— Ainda fazem isso? - Ele começa a gargalhar. — Me poupe, por favor. - Sinto minhas bochechas queimarem.

— Não me subestime. - Nego com a cabeça sorrindo. A enfermeira chega para verificar e o medicamento chega ao fim, então ela já nos dispensa. — Esse hospital que você trabalha é bem bonito, deve ser caro demais se tratar aqui, não posso deixar com que arque com tudo. - Ele comenta me olhando.

— Está tudo bem, não precisa se preocupar com isso, além do mais, não sou qualquer pessoa aqui, tenho alguns privilégios, o que te beneficia também, você é meu pai, darei sempre o melhor para você. - O homem me olha agradecido. Caminho com ele para o estacionamento a fim de ir para minha casa, iremos nos reunir hoje. Dirijo com calma, um pouco quieta observando apenas e prestando atenção nos assuntos que ele puxa.

— Alejandro estava me contando esses dias que não sabe mais o que fazer com o telhado, parece que vai precisar trocar toda a encanação e fazer um novo reembolso para consertar aquele buraco. - Comenta, continuo prestando atenção na estrada. Por algum motivo apareceu um buraco no telhado da varanda na casa dos Cabello's.

— Provavelmente foi algum bicho. - Respondo.

— Eu disse a ele para fechar logo aquilo, quando começar a chover será um problema. Na verdade já está sendo porque os canos estão vazando e a infiltração já está atingindo as paredes, se ele não agir rápido a casa vai alagar. O que acha de ajudarmos? Estou livre. - Dá a ideia, olho para ele rapidamente. O homem me olha sugestivo.

— Tudo bem, mas eu sou péssima, vocês colocam a mão na massa e eu seguro as ferramentas. - Ele gargalha. Entro no meu bairro e estaciono o carro em frente a casa. Lucca está brincando no quintal com as crianças da vizinhança. Deixo o carro em frente a calçada do lado de fora, quando ele nos ver entrando corre em nossa direção sorridente.

— Vovô! - Grita animado abraçando o homem.

— Oi tia S/n. - Doug diz sorrindo tão fofo.

— Olá baixinho, como está? - Pergunto simpática.

Welcome (Camila/You G!p) - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora