Part 9 - " ...Ouço Lucy a chorar e a chamar-me baixinho..."

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Corri até ao meu carro, procurei as chaves do mesmo no bolso do lado direito das calças e entrei.

(...)

Cheguei a casa de Lucy num instantinho, estacionei o carro mesmo à frente de sua casa.

Saí rapidamente e ao chegar à sua porta tirei um chocolate de dentro da minha mochila.

Eu sei que nos momentos tristes sabe sempre bem um docinho, só espero que este docinho não esteja estragado porque está aqui já a algum tempo...

Toquei à campainha e após uns dois minutos Lucy abre-me a porta.

-Nash! - Grita de euforismo.

-Lucy? Estás bem? - Aquela alegria não era normal.

-Entra, não tenhas medo que eu não te mordo... Só se quiseres. - Lucy solta uma grande gargalhada e cai no chão.

Ajudei-a a levantar-se e ela continuou a rir-se, percebi logo que não estava sóbria.

Acompanhei-a para dentro de casa e imediatamente vejo umas garrafas espalhadas pelo chão e outras partidas ao pé da parede da sala de estar.

-Isso é para mim? – Pergunta e tira o chocolate que eu tenho na mão.

Não respondi, ainda estava chocado com oque estava a ver.

Ela manda o chocolate para o chão e de seguida senta-se no chão, encosta-se à parede que estava cheia de cacos de vidro, dobra as pernas e coloca a sua cara entre elas, assim sem mais nem menos começa a chorar.

Desvio os vidros do chão com o meu pé e sento-me a seu lado, coloco o meu braço à volta dela e ela agarra-se à minha cintura, depois encosta a cabeça nas minhas pernas também dobradas.

-O que aconteceu? – Perguntei quase num murmuro.

-Tu não sabes. – Diz rindo. - E achas que eu sou parva?

-Não estou a intender. – Digo confuso.

Ela tira a cabeça das minhas pernas e dá-me uma chapada.

-A culpa é tua! A culpa é tua! - Começa a bater-me nos braços.

Agarro-a com força para que ela fique imóvel.

-Tu não estás bem! – Grito.

-Ai não? O que estas aqui a fazer, afinal? - A voz de Lucy é fraca e o seu rosto está todo vermelho, vejo algumas nódoas negras nos seus braços.

-Quem te fez isso? – Pergunto apontando para uma das manchas roxas.

-Queres mesmo saber? Foste tu... – Respondeu choramingando.

-Lucy! - Abano-a para que ela não feche os olhos.

-O bebé. - Começa a chorar e agarra-me de novo.

-Que bebé?

-Eu não aguento mais...

-Mas que bebé? - Insisto.

-Tu és tão fofo... Sabias? - Lucy começa a rir novamente e a apertar as minhas bochechas.

-O melhor é chamar a Kate...

-Vamos para o meu quarto? – Pergunta.

-O quê? Tu não estás bem... Eu vou imediatamente ligar à Kate.

-Boa! Ela também pode vir se quiseres.

Ligo a Kate e ela rapidamente atende.

-Kate?

When I see you (PT; Nash Grier)Onde histórias criam vida. Descubra agora