Part 23 - "Então, sais comigo?"

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 (Um mês depois)

Pov Lucy

-Will! – Grito para que ele ouvisse, eu estou para sair de casa e ele está no seu quarto e sinceramente não me apetece mesmo nada ir até lá.

-Diz! – Ele grita de volta.

-Vou comprar tabaco, ok? – Grito de novo.

-Ok!

Pego nas chaves e na minha pequena mala preta, confiro se tenho o porta-moedas e saio de casa.

Começo a caminhar, como sempre coloco os meus fones velhos nos ouvidos, já têm tanto tempo que só funciona um dos auriculares mas serve na mesma.

Começo a descer a rua, de casa do Will até à papelaria são cerca de cinco minutos a pé.

Pé após pé, lá vou eu... O sol está, comparando com os outros dias, mais brilhante e quente, agora que penso melhor, talvez devesse ter trazido outra camisola esta não me assenta muito bem, terei perdido peso? Ou será que com alguma lavagem ela alargou? Sinto-me estranha.

Passo por uma pequena criancinha e esta encontra-se a brincar com um pombinho que procura por migalhas no chão, a criança de longos cabelos loiros e encaracolados e de bochechas muito rosadas olha para mim, penso em dizer-lhe olá mas no mesmo momento a mãe da mesma puxa a para longe de mim com medo... medo? Porque haveria alguém de ter medo de deixar a sua filha ao pé de mim? Que mal poderia eu fazer?

Chego finalmente à papelaria, antes de comprar o tabaco dou uma espreitadela nas revistas.

-A menina está a procura de alguma coisa? – Olho para trás, um rapaz de lindos olhos claros, de pele branca e com o cabelo ligeiramente despenteado mostra um grande entusiamo ao ver-me.

-Nash...

Ele tenta abraçar-me mas eu afasto-me.

-O que foi?-Pergunta surpreendido.

Eu desvio o olhar e mordo o lábio, tenho uma vontade de o beijar inexplicável mas não vou recuar nas minhas palavras.

-Eu tenho que ir. – Quero-me ir embora mas ele não me deixa e coloca-se à minha frente.

-Vais fugir outra vez?

Não respondo e começo a bater com o pé no chão por causa da ansiedade que se estava a apoderar do meu corpo.

-Tu sabes o que me fizeste passar? Estás há um mês sem dar notícias, sem dizer nada, sem sequer dar sinais de vida!

-O que é que queres que eu te diga? – Pergunto decidida.

-Porquê Lucy? Porque me deixaste?

-Eu não tenho tempo para isto. – Tento me ir embora mas ele coloca-se à minha frente novamente.

-Não achas que eu mereço uma explicação?

Continuei em puro silêncio.

-Eu disse que te defendia e que te protegeria custasse o que custasse mas não confiaste em mim e fugiste, sem me dizer nada e sem dar noticias.

Revirei os olhos e comecei e olhar em volta da papelaria.

-Tu não revires os olhos, eu conheço-te! Se me queres dizer alguma coisa diz logo caraças!

-Eu já estou farta de dizer sempre a mesma coisa.

-Eu preciso de saber Lucy... Porquê?

-A minha vida estava uma autêntica porcaria, eu precisava de desaparecer por uns dias para ver se a situação acalmava, isso implicou afastar-me de ti... Eu não nasci para servir de chacota dos outros ou para ser a rapariga que todos têm pena.

When I see you (PT; Nash Grier)Onde histórias criam vida. Descubra agora