Part 22 - " esta casa sempre esteve aberta par ti boneca"

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Pov Lucy

Uma senhora grávida entra no autocarro, nem me importei se ela ficava em pé ou sentada, eu é que não lhe ia dar o meu lugar, para quê? Eu sou boa pessoa, faço boas ações e mesmo assim a minha vida é uma porcaria... Ter visto essa mulher de curtos cabelos castanhos a entrar só me fez recordar do bebé que perdi, mais uma coisa para aumentar a minha dor.

"What would I do without your smart mouth
Drawing me in, and you kicking me out
Got my head spinning, no kidding, I can't pin you down
What's going on in that beautiful mind
I'm on your magical mystery ride
And I'm so dizzy, don't know what hit me, but I'll be alright"

(...)

"Cause all of me
Loves all of you
Love your curves and all your edges
All your perfect imperfections..."

-O amor é um sentimento muito complicado. – Suspirei.

Saí do autocarro e tirei os fones dos ouvidos, andei um pouco até que cheguei ao sítio onde todos estes problemas começaram... A casa do Will.

Lentamente caminhei até à porta, arrastando a minha mala de viagem pelo chão.

Bato três vezes na porta e ouço do outro lado:

-Já vou...

Uns segundos depois, a porta abre-se e do outro lado está Will parado, um sorriso perverso vindo da sua parte deixa-me um pouco incomodada com a situação, os seus olhos estão arregalados ao ver-me e está presente também um pequeno brilho de entusiasmo.

-Gosto da tua tattoo. – Após um longo silencio desconfortável, ele diz sorrindo ao ver a tatuagem que tenho no braço.

-Posso ficar em tua casa uns dias? – Fui direta ao assunto, para não entrar em grandes pormenores sobre a minha vida.

Ele sai do caminho e abre a porta por completo, mostrando que a resposta à minha pergunta é sim.

-Sabia que voltarias para mim. – Diz-me com um tom sensual.

-Eu só preciso de um sítio para ficar. – Não quero ter nada com ele, apenas pensei em ficar na sua casa porque ele foi o único que ofereceu ajuda e que não me humilhou.

-Podes ficar no quarto de hóspedes, se bem que... - Ele toca-me no braço fazendo-me arrepiar por completo, encosta a sua boca no meu ouvido e sussurra. – Se bem que a minha cama é bem mais confortável.

Afasto-me dele mostrando que isso não era discutível.

-Vou ter que sair, ficas bem? – Ele agarra nas chaves da sua mota.

-Sim, obrigada por me deixares ficar. – Disse-lhe sem sorrir.

-Claro, esta casa sempre esteve aberta par ti boneca. – Ele sai de casa e fecha a porta devagar.

Vou direta ao armário onde ele guarda as bebidas para as festas e tiro uma, depois vou até à cozinha e tiro um copo, encho-o e vou para a sala, sento-me no sofá castanho que se encontra à frente de um grande plasma.

Elevo o copo à boca e o sabor é bastante amargo mas agradável, não quero embebedar-me... Apenas quero descontrair um pouco e relaxar com esta bebida.

(...)

Olho para o relógio que se encontra na parede da cozinha e já passou meia hora, estou à meia hora em completo silêncio apenas a olhar para um plasma deligado... Estou a dar em maluca daqui a nada, mas é bom estar sozinha sem ninguém a chatear-me e sem ninguém a dizer-me o que fazer.

When I see you (PT; Nash Grier)Onde histórias criam vida. Descubra agora