Part 13 - "Ela recusou passar a tarde comigo para ir ter com outro?"

322 28 0
                                    

Comecei a caminhar, não sei para onde vou... Talvez para um shopping ou para um parque mas de uma coisa eu sei, cada passo que dou faz instalar uma dor profunda em mim, sinto-me fraca, doi-me o corpo todo e estou com horríveis dores de cabeça... Por dentro estou totalmente destruída, até parece que consigo sentir o meu coração a chorar e a pedir descanso deste tão grande sofrimento.

Para onde ir? Onde poderia uma pessoa no meu estado ir?

Deveria estar a estudar neste preciso momento e em vez disso, tenho de descansar porque o meu ex-namorado provocou o meu aborto. Onde vai uma pessoa como eu? O que FAZ uma pessoa como eu?

As perguntas são enormes e quanto mais penso nisso mais confusa e triste fico.

Que sitio frequenta uma pessoa que tem necessidade de dizer o que sente? De exprimir a sua dor? De buscar auxilio nas palavras das outras pessoas?

Só havia um sítio... Sempre pensei que as pessoas que o frequentavam eram totós e desinteressantes, que eram pessoas que não têm mais nada para fazer... Mas realmente talvez seja esse o sítio que eu preciso, para de certa forma aliviar um pouco a dor que sinto.

O clube de poesia no centro da cidade.

Várias pessoas vão lá, adolescentes, adultos e idosos, todos são bem vindos naquele pequeno sítio... São livres de dizer o que sentem e de se expressarem, se calhar são um pouco anti-sociais de mais para mim mas isso até pode ser bom, assim sei que se alguém souber da minha história não tem a quem contar e não me julgará.

Estou decidida! Vou apanhar um autocarro para o centro da cidade e vou ver como corre, apenas vou entrar e assistir, talvez quando estiver pronta possa também fazer poesia e partilhar os meus sentimentos com os outros.

Caminhei um pouco mais rápido para apanhar a tempo o autocarro, cheguei à paragem e perguntei a uma senhora de meia-idade, com cabelo ruivo se o autocarro já tinha passado.

Ela surrio e disse amavelmente.

-Ainda não mas não deve tardar.

-Obrigada. - Agradeci e sentei-me no banco da paragem.

Passado uns cinco minutos lá vinha o autocarro, levantei-me com dificuldade do banco, coloquei-me na borda do passeio para que o condutor me visse, ele parou e eu entrei... Passei o meu cartão e sentei-me no primeiro lugar vazio que vi, não conseguia estar a escolher lugares, o primeiro que me aparecesse à frente era o que me servia, mesmo que estive-se ao meu lado um idoso, rabugento, mal cheiroso e desdentado.

Felizmente o autocarro ia praticamente vazio e por isso fui sozinha durante quase toda a viagem.

Já para o fim da viagem, entrou no autocarro um rapaz vestido de preto, os seus cabelos eram castanhos aloirados, os seus olhos castanhos cor de mel e a sua pele morena.

Fazia lembrar um surfista, a sua beleza era da mais pura que já tinha visto... Ele eram tão bonito quanto Nash.

Ele avançou para mim, os seus olhos eram ainda mais bonitos vistos de perto e com um pequeno raio de sol que penetrou na sua cara, fez com que estes ficassem verdes. O seu cabelo era ainda mais brilhante e assim que ele abriu a boca para falar, pude ver os seus dentes perfeitos e estupidamente brancos.

-Posso me sentar? - Ele perguntou com um amável sorriso.

-Claro... - Sorri-lhe também e tirei a minha mala do banco ao lado do meu.

Ele sentou-se e colocou os seus fones.

-Sou o Noah. - Ele disse.

-Sou a Lucy. - Sorri-lhe e ele sorriu também.

When I see you (PT; Nash Grier)Onde histórias criam vida. Descubra agora