14.

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Gabriela 📌

Chego na escola e já encontro Carol, que vem correndo pro meu lado.

Carol: Me ignorou bonito esse fim de semana, né? — cruza os braços na minha frente.

Gabi: Bom dia pra você também, Carol. — ela bufa — Aconteceu tanta coisa, que eu nem percebi que tu tinha mensagem. — ela fez cara de ofendida.

Carol: Me trocou, legal. — acabo rindo.

Gabi: Esse fim de semana eu fui pro baile, pra churrasco, aconteceu tanta coisa... — ela me olha desacreditada.

Carol: Quem diria, hein? Gabriela indo pra festa, a menina que nem botava o pé na rua. — rimos juntas — É bom amiga, sempre bom se divertir. A gente ainda tá muito nova. Mas, e aí? Beijou alguém? — assenti e ela abre a boca — Tô nem crendo. — bate palminhas — Quem foi?

Gabi: Isso a gente deixa para outro momento. — ela fez cara de triste — E tu, o que rolou nesse final de semana?

Carol: Fui pra uma balada na pista, peguei uns bofe playboy, mas não foi nada demais. — assenti.

Carol já sofreu por um namorado que ela tinha, então, hoje em dia, ela só fica com as pessoas sem se apegar. Ela nunca me disse se é virgem ou não, mas eu acho que não deve ser. O resto da manhã foi só atividade, coisa que eu odeio, mas, daqui a 4 meses, meu sofrimento vai acabar.

Quando largo, saio da escola indo para uma lanchonete, tava afim de comer coxinha. Chegando lá, peço duas coxinhas com guaravita e sento, pegando meu celular para mexer.

Alguns minutos depois minha coxinha chega e eu começo a comer, tranquilamente.

Escuto um barulho de moto atrás de mim e olho para trás, vendo Pedro e Falcão descerem da moto. Me viro para frente e continuo comendo minha bela coxinha.

Foguinho: Tá fazendo o que aqui? — pega uma cadeira, sentando do meu lado.

Gabi: Te convidei? — olho para Falcão que senta na minha frente, mas logo desvia o olhar.

Foguinho: Precisa não, eu me convido. — chama a mulher que fazia os pedidos — Bota uma coxinha e um suco de maracujá. — ela assentiu, anotando.

Falcão: Tem aquele bagulho que vem uma salsicha dentro? — escuto sua voz pela primeira vez naquele momento.

— Enroladinho de salsicha?

Falcão: Deve ser isso mermo. — ela assente, soltando um sorriso pra ele — Bota esse tal enrolado, uma coxinha e guaravita.

Gabi: Quero mais uma coxinha e um enroladinho. — ela olha pra mim e assente.

— Daqui a pouco eu trago os pedidos de vocês. — olha pra Falcão e sorrir pro mesmo, saindo.

Foguinho: Tu parece aquela boneca da turma da Mônica, a que come muito, a tal da Malu, Magaju, sei não. — encaro ele.

Gabi: Magali, burro. — ele faz cara de ofendido — Não pareço não. — ele concorda na ironia.

Antes, até ser proibida de comer eu era, por isso como muito agora que posso comer.

Pego minha guaravita e começo a beber.

Foguinho: E tu, Falcão? — Falcão olha para ele, tirando o seu olhar do seu iPhone, sua cara estava fechada, ele não mostrava nenhum tipo de expressão — Vai me contar quem foi a nega que tu pegou, não? Fiquei na maior curiosidade depois da postagem da página. — quando dou meu último gole, acabo me engasgando e começo a tossir — Qual foi doidona? Toma o bagulho direito. — bate nas minhas costas — Tá melhor? — concordo e ele fica aliviado, voltando a falar com Falcão — Fala logo quem foi, Falcão. — olho para ele, que olha para mim com um sorriso de lado. Agora seu sorriso era de deboche.

Falcão: Foi uma mina aí. — tira seu olhar de mim — Não vou te contar quem foi não. — Pedro bufou.

Foguinho: Vou nem mais perguntar. — levanta da cadeira — Vou dar o mijão no banheiro daqui. — saiu.

No mesmo momento eu olho para Falcão que já estava me olhando. Respiro fundo e começo a falar.

Gabi: A gente não devia ter feito aquilo no meio da rua. — jogo o meu cabelo para trás da cadeira.

Falcão: Tô ligado, melhor nós fazer nas escondidas mermo. — gargalho, colocando a mão na cara — Vai dizer que tu não gostou? — tiro a mão do rosto e volto a olhar para ele.

Gabi: Gostei, mas... — ele me interrompe.

Falcão: Tem essa de "mas" não, nós fica no off e tá suave, ninguém fica sabendo. — fico calada, vendo que ele falava bem sério — Agora é da tua escolha, tu decide o bagulho.

Gabi: Eu gostei de ficar contigo, o ruim é alguém descobrir.

Falcão: Já falei pra tu, nós fica no off. Vou te obrigar a nada não, tu fica se quiser. Nós vai ficar, tá ligada? — concordo — Aí tu que decide.

Tô numa vibe tão aventureira, que nem sei o que eu tô fazendo, só tô seguindo o coração. Coisa que é muito errado de fazer!

Gabi: Tá, a gente fica no off. — ele assente.

Falcão não demonstrava nenhuma emoção, a pessoa não sabia se ele gostou de eu aceitar ou se achou normal.

Falcão: Passa teu número. — pega o seu celular e me dá. O celular era um iPhone de última geração.

O de Pedro é um Samsung de última geração, diz ele que não gosta de iPhone. Coloco meu número e devolvo pra ele.

Olho pro lado, vendo a mulher chegar com os pedidos. Ela coloca tudo na mesa e eu já começo a atacar a comida, percebendo os olhos de Falcão em mim.

Pedro chega, come seu lanche conversando com Falcão e eu fico esperando o bonito terminar para ir pra casa, ele tava sem a moto, mas eu ia com ele andando.

Boto tudo que comprei na conta de Pedro, sou besta nem nada.

Foguinho: Vou pra casa, mano. Tô no maior sono. — Falcão assente.

Falcão: Já é, fé. — pego minha mochila, vendo Foguinho ir na frente — Fé pra tu, Gabizinha. — fala no tom de puro deboche.

Gabi: Fé pra tu, Falcãozinho. — ele solta um leve sorriso, olhando para os lados e se levantando.

Falcão: Tem um bagulho no céu. — olho para o céu, vendo ele me dar um selinho rápido.

Gabi: Falcão! Cê tá doido, se Pedro ver, ou alguém ver... — ele nega, me virando na direção a Pedro, que tava andando e falando com todos os moradores.

Falcão: Começa a bater perna. — da uma leve empurrada em mim, me fazendo andar.

Bufo e começo a andar em direção a Pedro.

Sobre Nós [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora