Por Arin
— Meu Sol...
A voz vibrou pelo meu quarto e parei de respirar no impulso. Tinha escutado parte da conversa e estava vibrando pela sua viagem, mas nem tudo parecia simples.
E nada com Lucien era.
— Sim? — contestei com um sorriso, porque, apesar da sensação, não estávamos mal.
— Venha aqui — segurou meu rosto para selar nossos lábios e então sentou-se na minha cama, pedindo para que eu fizesse o mesmo. — Os dias vão passando e não gosto de me separar de você, é assim que as relações funcionam...
— É bom ter sua companhia também. Especialmente quando você acorda divertido — alertei.
Eu o fiz rir. Sua mão gélida encontrou a minha.
— Estou tentando ser esse homem para você, pode acreditar. Não sabe o trabalho que está me dando lá fora, mas estou tentando trazer o melhor de mim para essa relação.
— Eu sei...
Não sabia. Tudo com ele era uma troca sem fim, inclusive sua própria bondade que não aparecia em vão.
Engoli seco, por instinto.
— Sabe que nas relações arranjadas, o amor vem depois do acordo. Não te amava quando seu pai me ofereceu você, mas sua essência e beleza fizeram isso fácil para mim, minha adorada — disse, tocando meu rosto e afastando uma mecha de cabelo. — Até que para um homem solitário por certo tempo, não foi difícil aprender a te amar. Estou envolvido nisso tudo e em você.
— Você sabe que isso vai demorar um pouco mais no meu caso, mas estou satisfeita sobre tudo — suspirei, encarando nossas mãos e tentando manejar as palavras da melhor forma possível. — Gosto de quando estamos bem, de não ouvir brigas entre vocês ou de quando discordamos. Estou tentando ser uma boa namorada e entrar no seu mundo, mas tenho alguns desejos e gosto quando vejo que os aceita.
— Se quer dizer sobre o orfanato, quero que pense nele como seu, querida, porque em breve será — Lucien apertou minha mão e seus olhos claros me investigaram. — Case comigo, não quero que soe como uma obrigação. Apenas me diga sim.
Concordei com a cabeça, assinando uma sentença dolorosa, mas sabia como seria se fizesse o contrário. O Lucien real me olhava por debaixo dos cílios, esperando uma oportunidade para colocar o mundo abaixo.
— Sim — ofereci um sorriso. — Acho que está chegando a hora.
— Oh, está sim — Beijou minha mão. — Preciso viajar amanhã, mas dentro de uma semana nos reunimos em cartório e nos casamos, está bem?
— O que? Uma semana?
Levantei tão rápido da cama que senti uma vertigem. Realmente pensei que poderia ganhar mais tempo das minhas obrigações, mas Lucien sempre estava um passo a frente de qualquer um.
— Algum problema?
— Não, claro que não!
— Noivas são nervosas por natureza... — riu e se levantou, revelando uma caixinha que retirou do bolso. — Trouxe algo para sacramentar isso entre você e eu, um noivado sem câmeras e telespectadores. Quero que tenha uma lembrança minha enquanto não estou. — É rara como você.
Conhecia bem a peça que se revelou: uma pérola negra em um anel de ouro. Diferente, eu diria, mas especial.
Eu estava noiva e por apenas uma semana.
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Vendida para casar
RomanceArin Yasaran é uma jovem turca que apesar de viver sob altas imposições familiares, possui uma dose de rebeldia sob a pele. Sua vida está de pernas para o ar quando conhece o americano William Wyatt, filho de um empresário importante que viaja à Tur...