Por William
Quando tudo se acalmou e o efeito do álcool realmente sumiu, entendi que estava sendo vigiado. E com vigiado, queria dizer que não era como nos filmes.
Aquele homem, Arthur, provavelmente fazia parte dos negócios do meu pai. O jeito de falar e o sotaque pareciam ao da ameaça que recebi por telefone. Ainda que a voz tivesse um efeito por cima, não era loucura minha pensar que se pareciam.
Perdi uma parte da tarde atravessando a cidade rumo ao bar, atrás de respostas que sabia serem difíceis de conseguir. Para minha má sorte, o dono do bar alegou nunca ter visto nenhum de nós antes da fatídica noite e que a câmera externa estava quebrada — o que duvidei, mas para conseguir mais do que isso precisaria de um mandato ou uma ameaça que apenas Dill teria movido céus e terra para fazer acontecer.
Dill.
Esse foi o nome que piscou na tela do meu celular no mesmo instante que pensei nele.
— Cara, você não vai acreditar nas coisas que descobri e confirmei.
— É sobre o espião? Onde você está? — perguntei, me lançando para dentro do carro.
— Em casa, nada se fofocas por celular. Sabe como funciona.
Nem um piloto de fórmula um poderia ser tão rápido como eu. A curiosidade e ansiedade me moviam e, se dirigi bem estando bêbado como nunca, me sentia um piloto de fuga oficial.
— Dei meu jeito no banco e consegui certas coisas — Ele estendeu a mão, me entregando extratos impressos. — Não é muito, porque essas situações envolvem dinheiro vivo, mas isso me diz que seu querido papai era um agiota... Que provavelmente agora deve à outros agiotas.
— O que?
Os números da sua conta eram assustadores, uma constante movimentação que abaixava mais e mais seus fundos e rendimentos. Papai estava perdido.
Assim como o nosso legado poderia vir abaixo muito em breve.
— Tem alguma explicação? — perguntei.
— Ainda não, mas apostas seria a melhor hipótese. O baile até ajudou, mas o pai da Penelope comeu uma boa parte daquele dinheiro.
— E provavelmente me apresentou a Penelope para aliviar a divida — rolei os olhos. — Ótimo.
— Vamos dizer apenas que seu pai tem um ligeiro fetiche por casamentos de conveniência — sugeriu, dando um sorriso esperto.
— Ha-ha, que engraçado — Bati com o maço de folhas em seu biceps. — Falando nisso, como conseguiu essas pistas?
— Digamos que a gerente foi substituída por uma querida velha amiga...
— Como sempre, métodos não legais — ri, voltando à analisar os papéis.
— Mas efetivos sempre! Nem tanto na questão desse Arthur, mas vou usar outros métodos.
— Só tem uma transação para um Arthur Fields esse ano. O valor é alto...
— Eu sei. Aparentemente dono de uma transportadora na Filadélfia.
— Seria muito louco se quisesse uma foto desse cara?
— Vou tentar. Isso se ele não nos perseguir outra vez.
— Argh! O que ele quer?
Passamos a tarde discutindo teorias de quem era e porque estava atrás de mim. Das mais simples até as mais absurdas, mas não passavam de suposições.
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Vendida para casar
RomanceArin Yasaran é uma jovem turca que apesar de viver sob altas imposições familiares, possui uma dose de rebeldia sob a pele. Sua vida está de pernas para o ar quando conhece o americano William Wyatt, filho de um empresário importante que viaja à Tur...