XV

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Por Arin

— Cara, não acredito que você conseguiu!

Dillon irrompeu o quarto com a sua voz efusiva e estrondosa, o que nos fez nos separar abruptamente e eu me colocar de pé. Nossas respirações estavam desiguais e ofegantes, mas virei de costas, agarrando o pincel do chão.

— Tenha decência, Dillon! — Will chiou.

— Se querem decência, fechem a porta. — Disse, simples, com as mãos na cintura. — Vocês estão usando essa tinta ou posso levar para outro quarto?

— Desde que você saia, pode levar até minha roupa.

— Parece que você não vai precisar delas mesmo quando eu sair. — Deu um sorrisinho e eu acertei uns respingos de tinta nele. — Agressiva!

— Intrometido! — Rebati.

— Eu gosto dela. — Dillon apontou para mim enquanto limpava a manga da camisa. — Fechem a porta.

— Cala essa boca. — Will disse, com um sorriso escondido.

Dillon saiu com o balde e nós ficamos sem ter o que fazer. O silêncio comprimiu o local e não conseguia encarar William nos olhos.

O que havíamos feito?

Essa era a regra número um — a qual nunca deveríamos pular —, a que diz que não podemos ter qualquer relação desse tipo. Nada. Até nos aproximar criava faíscas e nos últimos dias não havíamos feito nada além de estar juntos do nascer ao pôr do sol, dificultando nosso discernimento de certo e errado.

Aqueles lábios doces e famintos pareciam ainda colados aos meus e sua língua parecia seguir raspando e protestando a minha. Era atordoante a forma que eu precisava de mais. E por isso havia negado com tudo que podia.

Como podemos ver, não tentei o suficiente.

Meu peito queimava por ar e caminhei para a porta, à fim de encontrar um lugar arejado e maior para pensar com clareza e voltar à mim, mas Will enlaçou seus dedos ao meu punho, me detendo.

— Arin. — Gemeu, com pena.

— Não precisamos falar disso, me deixe ir. — Tentei me mover e ele deu um passo à frente.

— Precisamos de mais, não de palavras. Não me importo com elas. Elas nunca diriam o que eu preciso de você.

— E o que você prec-

Antes que pudesse finalizar a frase, sabendo que era um erro redundante, William lançou meu corpo contra a porta, me beijando desesperadamente. Suas mãos subiram meus braços, prendendo-os contra a madeira fria atrás de mim. Meu corpo cedeu ao dele, os joelhos fracos me mantendo unida ao seu peitoral duro e forte. 

Sua respiração pesada fazia nossos corpos se moverem lentamente enquanto nossas bocas buscavam alívio uma sobre a outra. Não conseguia pensar, voltar à mim, até que ele levasse tudo. Meu corpo estava quente, bombeando emoções que nunca senti, tendo a necessidade que ele me reivindicasse por inteira. 

Sua boca escorreu para o meu pescoço e sua respiração circulava próxima à minha orelha. Gemidos mansos eram escutados quando ele beijava e sugava minha pele bem ali. Isso era o sétimo céu. Um suspiro alto escapou da minha boca e a sua voltou à esmagar a minha até que ouvimos risadas inocentes no andar debaixo. Por sorte.

Will também pareceu cair na real quando soltou meus braços e se afastou, me olhando. Seus lábios entreabertos, borrados em um tom carmim era a coisa mais excitante que eu havia visto. Meu polegar se atreveu à tocar, mas retornei à mim.

Vendida para casarOnde histórias criam vida. Descubra agora