XXI

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Por Arin

Foi na cama de Will que me tornei uma mulher.

Não tinha me dado conta de que não havia contado à ele que era virgem. Também não era um rótulo que levava escrito na minha testa. Desde que fui para Londres deixei que minhas emoções me controlassem e que o destino se encarregaria de fazer isso acontecer?

É assim que acontece nos filmes. Menos com uma garota que fantasiava que nenhum deles seria ou faria como Mehmet — a quem meu corpo pareceu focado em conquistar quando voltei. E, ali, no meu quarto, meses depois que ele me traiu e me enganou, sentindo cada centímetro meu deliciosamente dolorido porque outro homem me tocou, entendi algumas coisas.

Primeiro: fui uma tonta por anos, me apaixonando por uma versão de um homem que eu mesma inventei.

E segundo: o destino se encarregou de que eu esperasse por Will.

Jamais imaginei que ele levaria minha honra a sério e que tentasse fazer algo romântico para mim. Minha intenção era de avisar porque não sabia se conseguiria lidar com a dor, mas isso fez com que ele cedesse e fizéssemos amor por horas. No nosso tempo, do nosso jeito.

Sentia a transformação acontecer e que não conseguiria ter outra atividade daquela por um dia ou dois. Era bom, mas incômodo e precisava dormir em seus braços mais do que qualquer outra coisa — que foi o que fizemos pelos próximos dois dias.

Will se recusou a dar passeios e fizemos a reforma sem sair de casa, cuidando estritamente sobre a entrada e saída do pessoal em casa. A cozinha estava visivelmente mudada, mas era possível que Lucien demorasse certo tempo para se dar conta, porque nunca aparecia por ali.

Lucien.

Ele estava estranhamente silencioso durante aquela semana. Não fez chamadas ou mandou mensagens. Agradeci pelo tempo livre e por como pude ter meu amado sem barreiras, mas isso poderia significar coisas ruins. Apostava meus cabelos que ele sabia do que Will fez e cobraria de uma maneira ou de outra em breve.

Antonio esperou que descessemos e tomassemos nosso café como se fosse a última refeição de um condenado antes de nos revelar que Lucien chegaria aquele fim de tarde. Tudo o que soubemos era que chegaria pelo terminal de desembarque nacional e que, ainda assim, ordenou que não o acompanhassemos. Will pareceu desapontado e confuso, porque o pai teria holofotes grátis se toda a família fosse recebê-lo, mas ele se esqueceu por um instante de que estávamos nas mãos do próprio e que se não nos queria em público, saberíamos a razão quando ele chegasse.

Estava decidida a fazer o que quer que ele pedisse, desde que a culpa não recaísse em Will e que ele aguentasse sozinho todas as consequências. Seria sua esposa em breve e sentia que no fundo, ele faria algo por mim.

Mesmo que o custo fosse alto.

Lucien chegou sorridente para mim. Seu cabelo grisalho parecia um pouco mais branco desde a última vez, bem como seu sorriso aberto. Seus olhos se semi cerraram quando encontrou Will na sala aguardando por ele, mas, ao contrário do esperado, não disse nada.

Ele sabia. E sabia que sabíamos disso. Era tudo por aquele momento.

— Como foi de viagem, querido? — eu disse, se assustando comigo mesma sobre meu tom ameno e passivo.

— Melhor do que poderia, meu Sol — respondeu, tocando minhas costas e agarrando minha mão em seguida. — Ficou bem e protegida por aqui?

— Muito bem. Antonio, Daisy e seu filho me ajudaram em tudo, obrigada.

Ele olhou apenas William e percebi que não estava louca. Lucien estava irritado com o filho, ao que eu precisava ser perfeita antes que a guerra se instalasse.

Vendida para casarOnde histórias criam vida. Descubra agora