Por Arin
— Você é minha, toda minha. E se não for, não será de mais ninguém. Então, vamos! Me dê o que preciso e farei o que pedir depois. Vou te ensinar o que é prazer, menina. Seja minha esposa!
— Lucien? Saia daqui. Saia! Tínhamos um trato, não deveria ser assim.
— Te dei prazo suficiente! Acha que vamos passar nossa Lua de Mel sem nos amar? Por favor, você sabia como seria. Então seja boa e venha aqui.
— Não. Hoje não. Essa noite não.
— Essa noite, Arin. Essa noite e nem um dia mais.
— NÃO!
Podia sentir Lucien por todo meu corpo. Suas mãos frias, seu hálito embriagado. O peso de suas palavras vazias e promessas quebradas.
Tudo por um desejo momentâneo e por cumprir sua honra. A estúpida honra entre famílias que não me negaria cumprir se fosse no meu tempo, como ele prometeu.
Me preparei durante aquela semana para esse dia. O amor poderia acontecer em algum momento, assim como o sexo. Eu não seria a primeira ou a última em fazê-lo. Tinha um marido bonito e culto, que se ficasse feliz o suficiente deixaria William em paz. Este, que não demoraria a encontrar uma mulher a sua altura que também o deixaria satisfeito.
Se sabia tudo isso, então porque minha mente seguia me traindo, fazendo disso tudo um mar de dor?
Meu dia tinha caído como uma bomba quando me deitei, dormindo pouco tempo depois. Um casamento arranjado, meu marido me exibindo para as pessoas enquanto eu olhava meus pais sabendo que não tinham a menor intenção de me virem novamente ou pelo menos tão cedo. O olhar derrotado de Will quando percebeu que eu não fugiria das minhas obrigações.
Agora eu era uma Wyatt, só faltava a consumação do meu casamento, mas para todos os fins já era oficial — ninguém me perguntaria o contrário. Ninguém, exceto Will.
Antonio nos levou a caminho do orfanato para que eu passasse a noite. Haviam algumas salas livres no andar de cima pela reforma e um novo quarto ainda sem uso que serviria por aquela noite. Eu não queria estar em nenhum outro lugar e ir para um hotel levantaria questões que Lucien ficaria ainda pior contra nós se tivesse que dar explicações para a elite.
Pude ouvir Will se queixando e fazendo caretas quando subiu as escadas para me instalar. Seu pai o havia batido em um ponto que o fez se queixar muito, ainda que seu abdômen parecesse de aço. Por outro lado, Lucien ficou sangrando quando o vi pela última vez e uma pontada de pena apertou meu peito por ser um homem de uma idade avançada, mas se foi forte para me conter sob seus braços e contra a cama, ele ficaria bem.
Conseguimos um pouco de gelo para Will, que estava com um hematoma formado. Se negou a ir ao hospital, assim que ficamos por conta própria e eu torcia que ele não vomitasse sangue ou algo do tipo. Crianças têm uma parabólica para problemas que juro que nos encontrariam ali caso isso acontecesse.
O segundo passo foi um café puro, forte e sem açúcar para que ele saísse do estado embriagado porque isso me lembrava seu pai e me causava náuseas. Quando tudo pareceu mais tranquilo e a lua cruzou o céu determinando a madrugada, Will se sentou ao meu lado na cama de solteiro, mas se afastou um pouco quando me viu ainda assustada.
— Tem certeza que ele não te tocou?
— Sim — confirmei com a cabeça. — Acho que o peso do dia me deixou sensível.
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Vendida para casar
RomanceArin Yasaran é uma jovem turca que apesar de viver sob altas imposições familiares, possui uma dose de rebeldia sob a pele. Sua vida está de pernas para o ar quando conhece o americano William Wyatt, filho de um empresário importante que viaja à Tur...