60. D DAY

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— Jeon Jungkook, você tem certeza disso? — Kim Seokjin falou sério pro irmão, que com dificuldade colocou o rifle nas costas.

Jungkook nunca teve mais certeza na vida dele, Lee Ari era o amor de sua vida. E a ideia de ela estar presa num galpão cercado de seguranças fazia seu estômago se contrair de dor. Tinha medo se ela ainda estava viva. Sentia raiva, sentia fúria de si por tê-la deixado naquela situação.

— É tudo culpa minha... — Lamentou-se, finalmente conseguindo pôr a alça da arma nos ombros e agora contando as balas no cartucho de plástico.

Seokjin segurou com força no ombro do irmão, de seu irmão de sangue e fitou intensamente em seus olhos negros:

— Irmão, estou para o que der e vier. Sei que não fui o mais atencioso com você... Sei que te achei um menino problemático..., mas estou aqui agora. Para remendar tudo que estraguei, de uma vez por todas.

Jungkook levantou os olhos marejados de lágrimas:

— Você nunca me chamou de irmão, Seokjin... Obrigado. — Disse ele, deixando de lado o cartucho e abraçando o irmão.

O médico não falou nada, estava apenas curtindo o abraço, também emocionado. Foi Jungkook que falou primeiro:

— Irmão, eu agradeço muito a prontidão, mas não quero te perder, quero que fique cuidando de qualquer mensagem de aviso dos homens que contratei e que... — Jungkook calou-se, seu rosto completamente amargo. Mas depois retomou. — ...que... que se a Lee Ari precisar, temos um dos melhores médicos de Seul cuidando dela.

Seokjin apenas assentiu com a cabeça, sério.

Estavam indo em uma van, dessa vez sem disfarces, em direção ao perigo, Jungkook e Seokjin atrás, Taehyung na direção.

Jeon Jungkook torcia que tudo estivesse de acordo com o planejado, que não precisasse disparar um tiro sequer, mas Kim Namjoon era um homem ardiloso e dessa vez o mercenário não queria ser pego de surpresa; o destino deu a ele uma segunda chance e ele não ia desperdiçá-la. Por precaução, trouxe uma bolsa de ginástica cheia de armas e munição, mas como não estava tão ágil como antes, escolheu seu rifle de franco-atirador Motiv K14 para eliminar qualquer ameaça, a distância... somente não podia errar, nenhuma vez.

Kim Seokjin não exatamente gostava que seu irmão preferisse pôr a si mesmo em risco antes dele, sendo que ele não devia estar ali para começo de conversa..., mas algo mudou dentro dele que meio que compreendeu o desespero de Jungkook. Seokjin ia ser um bom irmão e finalmente não iria questionar o mais novo, por mais que o preocupasse.

Kim Taehyung estava com os nervos à flor da pele, mesmo que a estrada em sua frente estivesse mais e mais pacata, tinha medo de morrer, mas também tinha medo de perder Lee Ari. Sonhou com gritos e gemidos da garota em sua cabeça toda a noite, então mal dormiu direito. Fazia anos que Taehyung pegou em uma arma pela última vez, foi Jungkook, por mais hilário que seja, que o ensinou a manusear uma; sabia usar, mas não sabia se tinha o preciso para continuar. Sua briga e término de amizade com Jungkook por causa justamente daquilo e seus votos que suas mãos iriam somente curar em vez de matar passavam em sua cabeça como flashes.

— Taehyung, encoste aqui a van. — Falou a voz de Jungkook pela janelinha que levava ao interior da van.

Ele apenas assentiu e estacionou a van no acostamento mais próximo. Sabia que faltavam alguns minutos para chegar ao maldito galpão, então era provável que o outro estava esperando a mensagem dos homens que contratou.

Algum tempo tenso passou até se ouvir um silencioso ding no celular de Jungkook. Ele, com dificuldade tirou o objeto do bolso frontal de sua camisa preta, ligou a tela dele, e viu, não pode não esboçar um sorriso:

My Bad Killer Bunny - Jeon Jungkook 🐰Onde histórias criam vida. Descubra agora