29.COOK

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Quando colocou em sua cabeça a ideia de fugir daquela casa, não havia mais distrações que poderia a fazer esquecer.

Lee não fazia ideia se isso era certo ou não, se iria se arrepender ou não, mas a sensação prazerosa de imaginar ter sua liberdade de volta não a deixava em paz.

Seu plano era sair daquele lugar, era isso o que seus pensamentos trabalhavam, era isso que seu corpo todo estava determinado a fazer.

Durante o dia, a morena apenas pensou e pensou como poderia sair da casa sem que ninguém a visse e tentasse impedir.

Quando estava no jardim, não avistou nenhum segurança pelo lado de fora ou dentro do casarão, então pelo visto, quando o Dr. Kim não estava presente, apenas Kim Taehyung e Sra. Park se mantinham na residência, sendo assim, talvez não seria tão complicado, certo?

Talvez de noite fosse o momento perfeito para isso, mesmo que estivessem dormindo e acordassem, levaria tempo para alcançá-la.

Mas tinha um problema, Lee Ari não fazia ideia em qual bairro aquela casa ficava, como saberia para qual lado ir?

Talvez com um GPS resolveria este problema, mas isso só iria acontecer se estivesse de carro... Talvez fugir de carro não seria uma boa ideia, facilmente poderiam rastreá-la.

Lee Ari estava começando a se sentir sufocada, irritada por não ter muitas alternativas e principalmente por não ter ajuda de Kim Taehyung.

Se não fosse pela sua teimosia de não querer contar nada, talvez ela poderia entender melhor a situação da qual estava.

Era fim de tarde, dando início e fim ao crepúsculo que podia ser visto através da janela.

Pela ansiedade e tentativas falhas de planejar sua escapatória, Lee Ari por horas ficou apenas pensando; ficando neste tempo todo sem beber ou comer.

Seu estômago pedia por atenção, estava todo embrulhado pela intensa fome. A cada segundo que passava, ela sentia seu corpo fraquejar cada vez mais.

Precisava comer o mais rápido possível, senão, iria desmaiar.

Este era um dos motivos que Lee Ari pensava que deveria agir naquela noite, pois suas horas de jejum e estresse deveriam valer alguma coisa.

Um pouco zonza, Lee se levantou, indo em direção a cozinha.

O casarão se encontrava silencioso, o ambiente era tranquilo e acolhedor, porém, talvez se fosse em outra ocasião, ficar naquela casa seria mais bacana. Mas agora, a única coisa que pensava era ir embora.

A cozinha estava limpa, tudo brilhava, era possível identificar que a limpeza ocorreu recentemente, o que levou Lee Ari a pensar o quanto poderia ser triste um médico ter uma casa tão grande e luxuosa, para depois praticamente viver em um hospital.

— Não é hora de pensar essas coisas. — Balançou a cabeça, tentando espantar tais pensamentos. — O que será que tem aqui?

Ari abriu uma das portas do armário, se deparando com vários salgadinhos, biscoitos e várias outras guloseimas. Porém, ela sabia que deveria comer algo mais saudável. Foi abrindo outras portas até finalmente apanhar todos os ingredientes que precisava.

Estava tentando preparar Miyeokgook, porém suas habilidades na cozinha não era uma das melhores, sua mãe sempre preparava as refeições, fazia anos que a jovem não cozinhava.

Cada minuto que passava, Lee sabia que estava fazendo algo de errado, o que havia na panela não parecia nada com Miyeokgook.

Porém, tudo começou a piorar quando sentiu um cheiro estranho, quando percebeu o que estava acontecendo, não pode acreditar, ela sem querer havia queimado todas as algas.

— Meu Deus! Como posso ser tão tola?! Aish... — Com um murmúrio de frustração, relaxou os músculos se encolhendo, Lee parecia uma flor murcha.

Com pesar olhou ao redor frustrada, estava triste e ainda continuava com fome, naquele momento Lee Ari sentiu falta de sua casa e principalmente de sua mãe.

Ela não aguentava mais aquilo.

Gotas de lágrimas se penduravam em seus olhos, deixando seus lumes brilhantes. Lee Ari não queria chorar, mas tudo parecia desmoronar em sua cabeça, era inevitável.

Desapontada e frustrada com a situação, abriu novamente aquela porta tentando pegar um salgadinho, mas o qual queria estava muito alto para o seu alcance.

Mas tudo pareceu resolver ou piorar quando viu uma outra mão pegar o salgadinho, quando se deu conta, percebeu que Kim Taehyung estava atrás de si.

— Você quer me matar de susto? — Lee Ari se virou, ficando de frente para o rapaz que estava todo risonho. — Isso não tem graça, pare de ficar chegando atrás de mim!

— Não tenho culpa se é tão distraída ao ponto de não perceber que estou no mesmo ambiente que o seu. — Respondeu sorridente. Mas para a menor, aquilo realmente não tinha graça nenhuma.

— Pare com isso! — Com uma expressão melancólica, Lee afundou seus ombros, se encolhendo cada vez mais.

— Você estava chorando?... — Kim tocou na bochecha rosada da menor, fazendo um carinho na região. — Percebi que queimou a comida... Você está com fome? Posso cozinhar para você... Não precisa chorar, ok? — Kim murmurou voltando a ficar sério, de fato parecia preocupado, mas a jovem não queria ajuda, principalmente vindo de Kim Taehyung.

Naquele momento, ela pensou em empurrá-lo, para desfazer aquela aproximação desnecessária, mas acabou ficando ali, parada, conflitada com seus sentimentos. Quando baixou a cabeça, sentiu uma onda de sentimentos a atingir, parecia que tudo que estava guardado durante os últimos dias resolveu aparecer para atormentá-la. Lee Ari queria desaparecer daquele planeta. Com suas mãos no rosto, tentava esconder e acabar com aquele choro, mas parecia não adiantar.

— Lee Ari não chore, não fique assim. — Um pouco relutante, Kim Taehyung se aproximou para abraçá-la, ele sabia que ela não gostaria de toda aquela aproximação, mas seu instinto de tentar ajudá-la falava mais alto. — Vai ficar tudo bem, prometo que irei fazer algo bem gostoso para você comer.

— Me deixe sozinha, por favor. — Disse com um tom de pura melancolia, sua voz embargada e abafada deixava Kim Taehyung desconfortável, era como se ela conseguisse tocar em seu ponto fraco.

— Irei te acompanhar de volta para o seu quarto. Ok? — Kim não obteve resposta. Sentiu o corpo da jovem pesar, ele sabia o que tinha acontecido, mas antes de levá-la de volta para o quarto, aproveitou para continuar sentindo aquele confortável abraço.

— Talvez não seja uma má ideia Jungkook continuar inconsciente... 



Até a próxima! Feliz Natal! 🎄🎇

My Bad Killer Bunny - Jeon Jungkook 🐰Onde histórias criam vida. Descubra agora